Mário Quintana (1906-1994) dizia que “a verdadeira arte nos faz viajar…”. E a artista plástica carioca Paula Klien nos transmite essa imensa sensação com suas criações. Uma das pioneiras em arte contemporânea no Brasil a aderir ao uso do “Non-fungible Token”, o NFT, que permite autenticar uma obra digital, ela tem um olhar sensível e disruptivo dentro desse mercado. Quando Waly Salomão (1943-2003), em seu poema ‘Sargaços’ disse que ‘criar é não se adequar à vida como ela é’, a frase é perfeita para sintetizar Paula Klien. Pois, a novidade agora é que ela fez seu primeiro drop na Tropix.io, plataforma marketplace de obras de arte digitais e um grande cartório para registro de NFTs.
Para celebrar, a artista exibiu fragmentos de vídeo performances realizados durante a pintura de algumas de suas telas de grande formato, tudo dentro das águas de rios do Brasil. Todo o processo de produção foi registrado em vídeos com a colaboração de Sol Galvão e sonorizados por Antonio Simonetti.
Agenciada pela Metaverse Agency, Paula foi uma das 100 artistas convidadas para o lançamento da Binance NFT. No momento, ela desenvolve um trabalho relacionado à Amazônia, junto ao artista digital Marcus Foster.
O universo das NFTs ganha um acelerador no Brasil com a plataforma Tropix, um marketplace de obras digitais liderado por Daniel Peres Chor, diretor de inovação e herdeiro do grupo Multiplan. A Tropix faz sua estreia com a chancela de galerias consagradas no mercado de arte contemporânea, como Leme, Metaspark, Wickbold, Verve e Zipper, as primeiras parceiras da plataforma. Mais 150 lançamentos estão programados até o fim de 2021, com artistas como Eduardo Kac (Leme), Giselle Beiguelman (Verve) e Monica Piloni (Zipper), assim como a chegada de outras 10 galerias.
A Tropix ainda fechou uma parceria com o Mercado Bitcoin, a maior plataforma de negociação de criptomoedas e ativos alternativos da América Latina e o primeiro unicórnio cripto do Brasil, para ser a exchange que vai integrar a plataforma da Tropix e seus usuários.
O Non-fungible Token é uma espécie de certificado digital, estabelecido via blockchain, que define originalidade e exclusividade a bens digitais. Tokens são criptoativos que representam, de forma digital, produtos e serviços do mundo físico (ou do digital) e não-fungível por serem únicos. Portanto, é de suma importância para as artes com o objetivo de proteger na web os direitos autorais do criador. Por meio dos tokens não-fungíveis e de contratos inteligentes, os artistas conseguem incluir sua identidade na criação e vender o “direito” dele para outra pessoa. Os NFTs têm chamado a atenção após somas milionárias terem sido usadas para comprar esse tipo de ativo na internet. De uma forma simplificada, um NFT atrelado a um item digital qualquer — uma obra de arte, foto, vídeo, música, mensagem, postagem em rede social etc. — permite autenticar uma obra digital, tornando-a única, mesmo que haja milhões de cópias digitais espalhadas pela internet.
O ativo digital da obra de arte de Paula Klien se torna um NFT ao ser registrado pela tecnologia blockchain, ganhando uma sequência única de dígitos. Assim, qualquer pessoa pode verificar sua autenticidade e propriedade, tornando a falsificação desse ativo impossível.
Neste 2021, Paula Klien foi convidada a participar da novíssima coletiva da aquabitArt, galeria de arte contemporânea em Berlim, que a representa na cidade desde 2017. Para a coletiva, a curadora da galeria, Irina Ilieva, selecionou quatro pinturas e um vídeo performance, que fizeram parte da última exposição individual da artista no Brasil, do final de 2019 ao início de 2020.
A galeria fica em um dos endereços mais emblemáticos da capital alemã, a Augustrasse 35, coração da cidade e epicentro da arte e da cultura. A exposição, UNMASKED#2, reúne, ainda, outros dois artistas: o escultor sul-coreano Huang Poren e a alemã Janine Mackenroth, que trabalha com arte gráfica e escultura.
Foi na cidade de Berlim, que Paula, em 2016, fez residência na escola de artes visuais KUNSTGUT. Ao longo dos anos foi convidada para individuais e quatro coletivas na galeria que a representa, além de ter participado das feiras de arte contemporânea mais importantes da cidade e de ter exposto no Deutsche Bank.
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