O seminário “Pensar o Rio, um olhar no tempo” segue firme, forte e cheio de conteúdo até o dia 17 de outubro na Biblioteca do Parque Estadual. O evento, que começou no dia 12 de setembro, tem como objetivo abordar e discutir temas que vão desde costumes culturais, música popular e futebol passando por questões históricas, a poluição da Baía de Guanabara, das praias e da malha hídrica. Para isso, a produtora cultural Giselle Kfuri, idealizadora do seminário, reuniu expoentes do cinema, teatro, esportes e música, além de jornalistas, políticos, ambientalistas, historiadores e economistas, que, juntos, vão pensar em um caminho para o futuro sem deixar de lado o passado da cidade. E a gente precisa cada dia mais pensar essa cidade, não, é mesmo?
Tudo isso acontece às vésperas de um evento importante: as Olímpiadas. Mais do que isso, marca os 450 anos do Rio de Janeiro, que tem passado por transformações estruturais. A relação dos cariocas com o espaço urbano da cidade maravilhosa tem mudado e Giselle Kfuri acredita que esse é o momento ideal para reavaliar questões importantes. “Queríamos celebrar os 450 anos do Rio de uma forma que fosse além de uma simples homenagem. Mais do que criticar, precisamos discutir e contribuir. É hora de entendermos como chegamos até aqui, em que situação nos encontramos e que caminhos podemos trilhar. A visão do futuro é muito importante. Ao mesmo tempo, temos que ter cuidado para não perder nossa identidade, criar espaços de memória para preservá-la e difundi-la”. Para isso, dividiu os encontros em quatro, que são quinzenais e gratuitos.
O seminário, que começou no dia 12 de setembro, já reuniu importantes nomes como os historiadores Julio Bandeira e Mary del Priore, que falaram sobre “História e Costumes na Cultura Carioca”. A abertura, comandada pelo pós-doutor em Comunicação Social Adair Rocha, mapeou bases da identidade cultural carioca e analisou como os acontecimentos históricos moldaram o cidadão e o desenvolvimento da cidade.
Quem perdeu os primeiros dias não precisa se preocupar. A idealizadora, que também é coordenadora do evento, garantiu que tudo está documentado e será disponibilizado nas redes sociais. E ela vai além: enviará às autoridades um registro dos encontros com objetivo de chamar atenção para as principais questões abordadas. Patrocinada pela Prefeitura do Rio, pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Universidade Estácio de Sá. O diretor de relações corporativas da universidade declarou que o evento é importante para que os estudantes tenham contato com o ensino além da sala de aula. “Em 2015, o Rio celebra seus 450 anos e a Estácio, seus 45 anos de existência. Portanto, é um ano muito simbólico para a nossa instituição, que vem investindo muito na cultura do Rio e do país de uma forma geral. Através de projetos como o ‘Pensar o Rio’, nosso objetivo principal é proporcionar experiências enriquecedoras para os nossos alunos. Neste sentido, o projeto está absolutamente em linha com a missão da Estácio, que é educar para transformar”, declarou João Barroso.
As mesas de discussão duram duas horas, com os últimos 30 minutos reservados para perguntas. No dia 26, o “Pensar o Rio” recebe o diretor teatral Aderbal Freire-Filho, que já ganhou diversos prêmios como Molière, Shell, APCA e outros e apresenta o programa “Arte do Artista” na TV Brasil. A ele, se juntam o maestro, arranjador e instrumentista Luis Filipe de Lima e o cineasta Silvio Tendler, especialista em biografias históricas de cunho social e que, nos últimos 30 anos, já produziu cerca de 5 mil filmes sobre a história do Brasil. Na mesa “O teatro, o cinema e a música popular carioca”, os três convidados irão analisar a cultura produzida na cidade, ressaltando características principais, avanços, retrocessos e carências de cada setor. A mediação será feita pela jornalista Luciana Medeiros. “São pessoas com ideias muito bacanas sobre a cidade”, declarou.
Quem gosta de esportes também tem um espaço reservado. No dia 3 de outubro, a pauta será o futebol e o jornalista e escritor João Máximo analisará, junto do ex-jogador e comentarista Junior, os mais populares clubes do país e suas crises. O encerramento do evento, no dia 17, será sobre “Rio sustentável, responsabilidade social, ambiental e desenvolvimento econômico”. Para essa discussão estarão presentes o escritor e jornalista Alfredo Sirkis, que é gestor ambiental, membro da delegação brasileira às conferências do clima e ganhador do Prêmio Jabuti, a jornalista Amelia Gonzalez, consultora de sustentabilidade do Canal Futura e a economista e presidente do Instituto Pereira Passos, Eduarda La Rocque. Os três avaliarão o uso de recursos naturais e o papel do estado e do cidadão na criação de uma cidade sustentável. Giselle Kfuri acredita que a participação da população é fundamental no evento. “O carioca está convidado a vir, ouvir e ser ouvido. É preciso conscientizar, polemizar e atualizar todas essas questões para que o Rio continue sendo referência nacional e internacional – um destino atraente e seguro aos turistas mas também uma cidade que ofereça qualidade de vida aos seus habitantes, preparada para o futuro e conectada com seu passado”.
Serviço:
Pensar o Rio, um olhar no tempo
Biblioteca Parque – Auditório Darcy Ribeiro
Av. Presidente Vargas, 1261 – Centro
De 12 de setembro a 17 de outubro
Sábados, às 16h
Entrada Franca com distribuição de senhas a partir das 15h
Duração: 2h30
Telefone: 21 2332-7225
75 lugares
Classificação livre
www.pensarorio.org
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