“O Museum of Me usa inteligência artificial para interpretar a vida digital do visitantes”, explica Felipe Reif


Unindo arte e tecnologia, a mostra criada pelo estúdio colaborativo Cactus fica em cartaz, no CCBB do Rio de Janeiro, até o dia 29 de setembro e a partir de uma conta no Instagram faz uma imersão em nossas memórias

A instalação ‘Museum of Me’ faz um mergulho na interatividade e fica em cartaz no CCBB Rio até 29 de setembro

*Por Rafael Moura

Imagine se a sua vida fosse parar num museu? Esse é o mote do Museum of Me – Um mergulho em sua alma digital! O site Heloisa Tolipan foi convidado para sentir essa experiência que fica em cartaz até o dia 29 de setembro, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB). Depois de calçarmos uma pantufa e digitar o perfil de nossa rede social mergulhamos numa sala escura, que ao acender das luzes, se transforma numa verdadeira caixa de sensações, nos levando a uma viagem pela nossa vida virtual. Desenvolvida pela CACTUS, a experiência é baseada em fotos e mensagens publicadas pelos próprios usuários nas redes sociais, projetadas em dezenas de displays de LCD. “O Museum of Me nasceu de uma proposta nossa de fazer uma reflexão em relação ao conteúdo em que cada uma nós está alimentando para construir essa grande internet. Então, aqui, propomos um mergulho na vida virtual de cada visitante com essa contribuição individual de cada um para as redes sociais. É uma experiência leve e divertida. É um mergulho na nossa vida digital. Lembrando que a maior parte do conteúdo consumido online está nas redes sociais e que somos nós que as criamos”, explica o sócio da Cactus, estúdio colaborativo criador da exposição, Felipe Reif.

A ‘caixa de sensações’ Museum Of Me que faz um mergulho na nossa memória virtual

A experiência acontece por conta da inteligência artificial usada para combinar padrões e imagens que, pouco a pouco, resultam numa colagem caleidoscópica abstrata, com direito a hashtags e legendas correspondentes às fotografias compartilhadas, em diversos tamanhos e posições: grandes, pequenas, de cabeça para baixo e de lado. Quando as projeções estão chegando ao fim, as telas se apagam, ao som de uma respiração rápida e ansiosa. Nessa hora, o visitante fica com a sensação de ter vivido algo único, inusitado, como um sonho. Ao longo da experiência ficamos pensando muito no multi artista Andy Warhol (1928 – 1987), um dos gênios da Pop Art que transformou elementos do dia a dia em arte.

“A experiência usa inteligência artificial para interpretar a vida digital do visitante, provocando sensações por meio de um sofisticado sistema de som dinâmico, que permite variações sutis de acordo com o resultado das análises das fotos da pessoa”, ressalta Reif.

O Museum of Me já foi apresentado em São Paulo entre os meses de abril e maio e fez um enorme sucesso. A instalação foi visitada por 7.549 pessoas. Acompanhadas ou sozinhas, muitas delas repetiram diversas vezes a experiência e ainda registraram o momento em que estiveram dentro da sala.
“Esperamos a mesma receptividade no Rio que tivemos em São Paulo. Lá percebemos que o cubo iluminado, por si só, despertava a curiosidade das pessoas e depois que elas entravam na sala, saiam ainda mais entusiasmadas. A estética dela contribuiu para uma viralização online rapidíssima e em pouco tempo recebemos mensagens de todo o país”, avalia Reif.

O Museum Of Me usa a sua conta da rede social para criar uma grande caixa de memórias interativas

A Cactus trabalha com um alto nível de tecnologia, que explora a interatividade. “Recentemente estamos sendo demandados pelo universo das arte para realizar essas interações. O Museum Of Me é a primeira delas, mas estamos refazendo o Museu das Comunicações, no Flamengo, aqui no Rio, com quatro experiências interativas e mais dois projetos semelhantes que vão rodar diferentes museus”, revela Felipe, acrescentando: “As experiências interativas são caminho sem volta. A palavra museu remete ao passado, memória, história, mas o que temos visto ao redor do mundo é que essa união com a tecnologia está sendo cada vez mais comum, construindo um novo futuro”.

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A Cactus já criou outras experiências artístico-tecnológicas imersivas exibidas em Nova York, Hong Kong e nos Jogos Olímpicos. O projeto conta com patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e da Administração Predial SA (APSA), por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS, além de apoio da Benetton Perfumes. A produção é assinada pela Dell’Arte Soluções Culturais.

SERVIÇO
Museum of Me
De 5/09 a 29/09 de 2019
Quarta a segunda: 09h às 21h
Entrada gratuita
CCBB Rio de Janeiro (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro)