Das praias à Baía de Guanabara, da Quinta da Boa Vista aos edifícios históricos do Centro, o Rio de Janeiro é uma capital que indiscutivelmente transpira arte e poesia por todos os cantos. Agora, no Museu Nacional de Belas Artes, essa relação se estreita através da “Mostra Narrativas Poéticas – Coleção Santander Brasil”, que traz 58 obras interligadas por 48 fragmentos de poemas, como parte da comemoração dos 450 anos da Cidade Maravilhosa e de sua inspiração para artistas do mundo todo, sob a curadoria de Helena Severo.
Pelas paredes do museu, obras de 36 modernistas e pós-modernistas, como Candido Portinari, Tomie Ohtake e Cícero Dias se entrelaçam com grandes nomes contemporâneos, como Tuca Reinés, Flávia Metzler e Fernanda Rappa. Para criar uma narrativa livre e sensível às obras, trechos de poemas de Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Ferreira Gullar, Alice Ruiz e João Cabral de Mello, para citar apenas alguns dos 26 poetas, foram cuidadosamente escolhidos pelo filósofo, intelectual e ensaísta Antonio Cícero, em parceria com o também poeta, Eucanaã Ferraz.
“A arte é um bem de toda a sociedade. Para o Santander, apresentar as obras ao público do Rio de Janeiro é uma forma de dar a elas a sua dimensão acessível”, explica Marcos Madureira, vice-presidente de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander Brasil. A mostra, que já passou por Recife, São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador traz aos cariocas um dos períodos mais importantes para as artes nacionais, uma vez que foi durante o início do modernismo brasileiro que a nossa produção autoral começou a se autovalorizar, buscando novos caminhos que dialogassem melhor com a nossa realidade, cultura e tradição, ao invés de se apegar a modelos já firmados e popularizados no exterior.
Outro aspecto interessante da mostra é que, além de tornar pública uma produção importante para a história nacional, ela também a torna acessível, com obras em alto relevo pensadas especialmente para deficientes visuais, que podem apreciá-las através do tato. São elas: “Baile no Campo”, de Cícero Dias; “Figura”, de Milton Dacosta; “Paisagem”, de Francisco Rebolo e “Série Amazônica”, de Ivan Serpa.
Confira quem passou pelo vernisage no Museu Nacional das Belas Artes, reunindo intelectuais e executivos do banco Santander. A mostra “Narrativas Poéticas” fica em cartaz até 1º de novembro.
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