* Por André Suisso
Em tempos onde sustentabilidade deixou de ser apenas projeto de casa verde para virar questão de necessidade de grandes centros urbanos, o arquiteto Luiz de Arruda recruta estudantes e colegas de profissão envolvidos com o assunto e, por que não?, curiosos que acompanham esta evolução a se juntarem a ele na “Missão Portugal. “O tour, feito em Lisboa e seus arredores, tem como objetivo mostrar a arquitetura e o urbanismo do país que virou referência quando o assunto é construções eco conscientes, inspirando o Brasil, que começa a passar pela transição.
A vontade, que teve seu pontapé inicial após Luiz ter participado de um roteiro com o mesmo objetivo em Londres, ficou forte quando o arquiteto passou a ter mais contato com o assunto sustentabilidade + Portugal. “Fiz um MBA sobre arquitetura sustentável e os meus professores falavam muito sobre a consciência sustentável de Portugal, algo que eu desconhecia. Logo após o MBA, fiz uma pós-graduação em selo PROCEL Edifica, selo da Eletrobrás que daqui para frente obrigará todas as casas e prédios a atestarem sua eficiência energética, assim como acontece com os eletrodomésticos. Em meio a este processo também fiquei sabendo que o nosso selo é inspirado em um selo português”.
Se unindo às portuguesas e também colegas de profissão Joana Seixas e Vanda Alves, duas amigas de longa data que também se encontram engajadas em projetos sustentáveis na capital lusitana, Arruda garante um bom staff local. “Em todas as visitas do roteiro contaremos com um arquiteto do escritório responsável pela revitalização ou construção dos prédios, explicando o porquê de cada decisão dos projetos”.
O roteiro é iniciado pelo Museu Lisboa Story Centre, inaugurado em 2012, para conhecer melhor a história de Lisboa, que foi completamente destruída em um terremoto de 1755 e conseqüentemente reconstruída. Seguindo, o roteiro valoriza o encontro do futuro com o passado, mostrando a relação orgânica da arquitetura histórica de cidades como Évora, também incluídas na missão.
Mostrando que o Brasil ainda precisa aprender muito sobre o assunto “verde”, Luiz dá exemplos de edifícios do Rio de Janeiro que não utilizam das formas de adequação: “Muitos prédios do Rio são ótimos exemplos do que não deveria ser feito em uma arquitetura sustentável. O prédio do BNDES, que é todo preto, por exemplo, é um atentado a bioclimatização, já que absorve muito calor e, em conseqüência, precisa de muito mais ar condicionado para ser climatizado. Seguindo o mesmo padrão de vidros escuros, o prédio da Prefeitura também sofre do ‘efeito estufa’. Tudo isso terá que ser repensado com o selo PROCEL Edifica”.
Ainda para quem quer curtir as delicias típicas do país lusitano, o tour, que Arruda afirma ter foco profissional, com dias destinados a workshops com arquitetos portugueses, também dá um gostinho da ótima gastronomia e do dramático Fado.
Fotos: Divulgação
Serviço: luizdearruda.com
*André Suisso é jornalista e redator de moda no site Puretrend, brinca de fazer festas na noite do Rio de Janeiro e procura acompanhar o ritmo intenso das novidades de comportamento, música e tudo que diz respeito à imagem.
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