Galeria Fortes Vilaça comemora 15 anos com novo nome e galpão cultural no Rio: “Trata-se de um lugar para ventilar nossas ideias”, disse Marcia Fortes


Espaço passa a se chamar Fortes D’Aloia & Gabriel. A alteração sintetiza os sobrenomes de Marcia Fortes, Alessandra D’Aloia, anteriormente Vilaça, e conclui a incorporação societária de Alexandre Gabriel

Comemorando 15 anos de uma belíssima história, a Galeria Fortes se reinventou e reabriu as portas no Rio em um espaço arrojado e cheio de novidades para os amantes das artes plasticas. Novidades que já começam pelo novo nome adotado pelo empreendimento: a partir deste mês, a galeria passa a se chamar Fortes D’Aloia & Gabriel – a alteração sintetiza os sobrenomes de Marcia FortesAlessandra D’Aloia, anteriormente Vilaça, e conclui a incorporação societária de Alexandre Gabriel. Pois bem. Com um ambiente restaurado e batizado de Carpintaria, seus curadores afirmam, no entanto, que não se trata apernas de uma filial tradicional, mas de uma instituição interdisciplinar, cujo o objetivo é estimular o diálogo entre diferentes manifestações artísticas. “Tudo confluiu para um único momento. Queremos reafirmar o que existe há 15 anos, porém com uma nova proposta. Queríamos fazer qualquer coisa menos uma filial”, contou a sócia Marcia Fortes.

Alex Gabriel, Marcia Fortes e Alessandra D’Aloia (Foto: Eduardo Ortega)

Alex Gabriel, Marcia Fortes e Alessandra D’Aloia (Foto: Eduardo Ortega)

Ela ainda ressaltou que o espaço surgiu de um desejo de experimentar novas ideias e propor diálogos mais abrangentes, tendo sempre como referência as artes plásticas. Tanto que a Carpintaria faz parte da revitalização do Jockey Club do Rio de Janeiro, que contará com um polo cultural e gastronômico. O projeto foi idealizado pelo escritório Rua Arquitetos, de Pedro Rivera e Pedro Évora. A obra preservou a construção original, que data de 1926 e foi sede, de fato, de uma carpintaria, o que explica o nome dado ao espaço. Trata-se de um lugar amplo e iluminado de 300 m2, que permanece com as telhas e a estrutura das tesouras de madeira originais. A única mudança mais radical foi a elevação do pé direito, de 2,8 para 4 metros. O foco da ação na cidade carioca surgiu através do desejo de criar um polo de experimentação, que permitisse ampliar as ações do grupo para outros modelos expositivos. “Trata-se de um lugar para ventilar nossas ideias, abrir um pouco a abrangência de nossas práticas”, explicou ela, durante a inauguração no dia 20 de novembro.

Foto: Thales Leite

O local inaugura junto da exposição “Uma Canção Para o Rio”, que foi idealizada em colaboração com os curadores norte-americanos Douglas Fogle e Hanneke Skerath. A mostra reúne cerca de 20 trabalhos, de artistas como Nuno Ramos, Jac Leirner e Ernesto Neto, que exploram as relações entre o som e a forma. O sócio da galeria, Alexandre Gabriel, comentou a escolha do tema. “Talvez a música seja a mais abrangente das expressões artísticas, a coisa mais poderosa, com muitos públicos diferentes; um tipo de expressão livre do excesso de codificação, de auto-referência que vemos nas artes visuais”, analisou.

Porém, a exposição não pretende criar uma tese sobre a relação arte e música nem se baseia em regras estritas na seleção dos artistas. O conjunto se constrói pela justaposição de vozes dissonantes. Com o auxílio de Fogle e Skerath, curadores independentes de Los Angeles, foram selecionados trabalhos de mais de 20 artistas ou grupos, que exploram as relações concretas ou simbólicas entre o som e a forma. “Cada um desses artistas investiga as conexões entre a música e as maneiras que ela tem de configurar nossas memórias pessoais e coletivas”, explicaram. Veja quem passou pela noite de abrtura:

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Agora, diferentemente das casas de São Paulo – a Galeria da rua Fradique Coutinho e o Galpão no Bom Retiro – a Carpintaria sediará menos eventos em um período de tempo maior. Um dos próximos projetos já está definido e deverá colocar lado a lado Adriana Varejão e a portuguesa Paula Rego, que mergulha em obras que tratam de questões como a violência, o universo feminino e o imperialismo.  Com o tempo, a galeria ainda pretende inaugurar um restaurante, uma livraria e outros espaços dedicados às artes plasticas.