Inaugurada na terça-feira, dia 1º, a 15ª edição da exposição “A Arte do Rio” ficará em cartaz até o dia 20 no Centro Municipal de Artes Calouste Gulbekian. Com mais de 30 obras de oito artistas, a nova mostra é dedicada à pintura e traz obras de nomes como Benjamin Rothstein, Solange Palatnik, Dirce Fett, Gilda Goulart, José Maria Dias da Cruz, Marco Cavalcanti, Sergio Ferreira e Yolanda Freire. Criado em 2000 pela curadora Celina Azeredo, o projeto tem como objetivo dar visibilidade aos artistas do Rio de Janeiro, sejam eles cariocas ou não. “O projeto é realizado anualmente e o objetivo sempre foi movimentar a cena artística local e quem produz no Rio”, contou.
As quatro obras de Benjamin Rothstein, por exemplo, retratam as praias em diversas épocas. A descontraída série “Histórias do Mar” revela, com leveza, o espírito carioca. “A minha relação com o mar é muito peculiar. Há momentos de calma e tensão, chegadas e partidas, mistérios e transparências, contemplações e distrações”, explicou. Se o oceano tem seu espaço garantido, a mata o encontra nas obras da gaúcha Dirce Fett, que mora no Rio de Janeiro há 40 anos e, em duas grandes telas vibrantes, expõe seus trabalhos inspirados na natureza da Mata Atlântica, com a fauna e a flora brasileira. Já Solange Palatnik também utiliza cores e flores em suas obras, que são feitas com tinta acrílica e técnicas próprias de relevos, com colheradas de tinta em grandes formatos.
As favelas ficaram por conta de Yolanda Freire, que já participou duas vezes da Bienal Internacional de São Paulo. Seu novo trabalho tem como inspiração as linhas que se formam no encontro das casas nos morros, construídas sem qualquer planejamento. “Há uma poesia desordenada e livre que me fascina ali”, disse a artista. Gilda Goulart, que completa 50 anos de carreira, apostou na série Severina e usou fotos de uma mulher pobre que havia morrido queimada como forma de crítica a sociedade. “Foi uma homenagem que decidi fazer às mulheres. Dei significado e cor àquelas pessoas que muitas vezes passam invisíveis pela sociedade”, explicou. Seu trabalho tem impressões em transfer sobre algodão e bordas costuradas.
José Maria Dias da Cruz, profundo conhecedor do trabalho de Cézanne, se inspirou no francês obcecado por cores em obras que misturam composições geométricas à potência dos tons. Sergio Ferreira também trabalha com formas e expõe desenhos inspirados na Pop Art americana, com tons de acidez, crítica e sátira.
O texto de apresentação da exposição ficou por conta de Marco Cavalcanti, artista e professor de História da Arte. Ele, que trabalha com pintura, fotografia experimental e design gráfico, também expõe na mostra. Suas montagens fotográficas feitas a partir de atritos gráficos são um espetáculo à parte. Veja um pouco das obras de cada artista na galeria abaixo:
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