* Por Bruno Muratori
Quem já esteve em Madri sabe o quanto o Museu do Prado é coisa de tirar o fôlego… Passeio obrigatório! O Prado é um dos museus mais importante da Espanha e seu acervo um dos mais significativos do mundo. Sua construção começou com o visionário Carlos III, no século XVIII, mas só terminou no reinado de Fernando VII, inaugurando em 1819. Só de pensar no tempo que levou para o mundo ganhar esta preciosidade, parece até coisa de novela, mas tudo bem. Foi um dos primeiros museus públicos de toda a Europa e o primeiro de Espanha, assumindo função recreativa e educacional. Valeu, Carlão!
Aproveitando as férias, segue aqui a dica para quem, porventura, estiver programando um badalo na terrinha. Desde dezembro, alguns desses grandes mestres da pintura europeia deixam sua zona de conforto, em Madri, e se instalam, com pompa e circunstância, em Lisboa, no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). “Rubens, Brueghel, Lorrain. A Paisagem Nórdica do Museu do Prado” é a primeira exposição do Museu do Prado em Portugal e visitá-la se tornou programação imperdível neste inverno europeu.
A mostra resulta de um protocolo inédito, assinado em setembro entre as duas instituições, e segue até 30 de Março. O acordo prevê uma colaboração entre os dois museus para o estudo e divulgação dos acervos, mas contempla também a troca de obras. Exemplo disso será o empréstimo de um dos quadros que está na lista dos tesouros de Portugal, o tríptico “Tentações de Santo Antão”, de Hieronymus Bosch, que ruma breve a Madri, dentro de três anos, e vai poder ser visto por quem circula pelo Prado.
Fotos: Divulgação
“Rubens, Brueghel, Lorrain. A Paisagem Nórdica do Museu do Prado” reúne cerca de 60 obras de autores de um dos momentos mais revolucionários da pintura, aquele em que os segundos planos ganham tanta ou mais importância do que os personagens. Basta conferir, por exemplo, um dos trabalhos mais icônicos da arte europeia desse período, também no Prado e do mesmo Bosch: “O Jardim das Delícias Terrenas”. Esta exposição propõe um completo percurso pela pintura de paisagem surgida na antiga Flandres, ao longo de todo o século XVII: ganham destaque as montanhas, bosques, marinhas, terras exóticas, o quotidiano campesino, jardins palacianos, as paisagens geladas do norte ou mesmo a luz meridional das paisagens italianas.
E, caso uma viagenzinha à Lisboa não esteja em sua programação, vale uma conferida mesmo assim, via site. Do lado de cá do Atlântico, você poderá contemplar as obras clicando no link da exposição abaixo. Afinal, como dizia Voltaire: “a pintura é a poesia sem palavras”.
Link exposição: http://www.pradoemlisboa.pt/
*Carioca da gema e produtor de eventos, Bruno Muratori é uma espécie de fênix pronta a se reinventar dia após dia. No meio da década passada, cansou da vida de ator e migrou para a Europa, onde foi estudar jornalismo. Tendo a França como ponto de partida, acabou parando na terra do fado, onde se deslumbrou com a incrível luz de Lisboa e com o paladar dos famosos pasteis de Belém, um vício.
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