Brasil perde Bibi Ferreira


Diva dos musicais e do teatro sai de cena, aos 96 anos, deixando um legado singular

 

Bibi dirige Clara Nunes no espetáculo “Clara mestiça”. Foto: Wilton Montenegro

Uma das mais importantes artistas brasileiras, Bibi Ferreira morreu na tarde desta quarta-feira, aos 96 anos, em decorrência de problemas cardíacos. Atriz, cantora, compositora, diretora, Abigail Izquierdo Ferreira, protagonizou e dirigiu consagrados espetáculos de grandes nomes do teatro e da música brasileira, entre eles Clara Nunes e Maria Bethânia. 

Ao longo da trajetória, destacou-se em musicais como “Gota d’água” e produções nas quais celebrou Amália Rodrigues, Edith Piaf e Frank Sinatra. Um dos marcos de sua carreira foi o espetáculo “Brasileiro, profissão esperança”, de Paulo Pontes, no qual dirigiu a dupla Paulo Gracindo e Clara Nunes. O musical, que narrava a história de Antonio Maria e Dolores Duran, bateu todos os recordes de público no extinto Canecão, convertendo-se naquele que por mais tempo permanecera em cartaz na tradicional casa de shows da Zona Sul. 

Filha do ator, diretor e dramaturgo Procópio Ferreira, Bibi Ferreira foi exaltada pela Viradouro no Carnaval de 2003, em que a escola de samba de Niterói a reverenciou com o enredo “A Viradouro canta e conta Bibi – Uma homenagem ao teatro brasileiro”. Ao longo da carreira, a diva foi homenageada inúmeras vezes em importantes premiações, recebendo estatuetas da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), Shsrp, Shell e Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR). Recentemente, Bibi teve a vida retratada em “Bibi, uma Vida em Musical, com direção de Tadeu Aguiar a partir de texto escrito por Artur Xexéo e Luanna Guimarães.