Bastidores da política, os machos de hoje em dia, papo póstumo e mais: cinco livros para você levar na mala das férias


Na seleção literária de HT figuram obras de Xico Sá, Marcelo Rubens Paiva, Boni e por aí vai

Férias são sinônimo de viagem, relógio fora do pulso, praia, campo…clima de relax. E por que não aproveitar o tempo livre, os dias de dolce far niente atualizando a leitura? HT pensou nisso e separou cinco dicas de livros que acabaram de sair do forno para você buscar na livraria mais próxima e não deixar de levar na mala. Só descer!

Esse até a presidenta Dilma Rousseff (PT) está lendo agora no final do ano: “Joyce Pascowitch – Poder, estilo e ócio”, da Editora Intrínseca. Primeiro livro de conteúdo inédito da jornalista Joyce Pascowitch, ex-titular da famosa página 02 da Ilustrada da “Folha de São Paulo”, a obra é dividida em três partes: no “Poder”, Joyce revive momentos importantes de sua carreira como colunista da “Folha” e suas histórias nos bastidores da política brazuca – Collor, Rosane Collor e PC Farias estão lá. Na seqüência, em “Estilo”, compartilha sua filosofia de vida – foco no budismo e em sua paixão por moda – agora retratada em um site e duas revistas. E por fim, em “Ócio”, fala, dentre tantas coisas, de renovação das ideias – e seus destinos preferidos como a Bahia e Cingapura.

Poder, estilo e ócio 2

Outra boa pedida é o fim da trilogia “Modos de Macho & Modinhas de fêmea”, que Xico Sá, cronista do “El País” e apresentador do “Papo de segunda” (GNT), entrega no mercado desde 2003. Começou com “Modos de macho & modinhas de fêmea”, continuou com “Chabadabadá – aventuras e desventuras do macho perdido e da fêmea que se acha” (2010) e termina agora com “Os machões dançaram – crônicas de amor e sexo”. Na obra, lançada pela editora Record, Xico termina suas histórias sobre a mudança dos relacionamentos com o passar do tempo apresentando diversos personagens que vão ilustrando, um a um, como o sexo masculino foi evoluindo – ou regredindo, depende da ótica. Vai do “macho-jurubeba” – como o autor define o cara à moda antiga – aos sensíveis macunaemos – garotos que têm a preguiça sentimental de um Macunaíma e a choradeira de um roqueiro estilo emo.

Xico sá

Depois de relatar o acidente que o deixou tetraplégico em “Feliz ano velho”, Marcelo Rubens Paiva continua compartilhando suas memórias em seu novo livro, “Ainda estou aqui”. Nele, fala da morte de seu pai, o deputado Rubens Paiva, cassado e exilado em 1964, preso por agentes da ditadura, torturado e morto; conforme a Comissão da Verdade elucidou anos depois. Ainda há espaço para Paiva, escritor e colunista d’O Estado de São Paulo, narrar a história de sua mãe, Eunice Paiva, que, após a tragédia com o marido, voltou a estudar, tornou-se advogada e defensora dos direitos indígenas. Hoje, ela enfrenta um Alzheimer e divide as atenções do enredo com as memórias de infância do autor e também de seu filho recém nascido. Editado pela Objetiva.

Marcelo Rubens Paiva

Outra dica de HT é “Unidos do Outro Mundo – Dialogando com os mortos”, o primeiro livro de ficção de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, que já havia escrito uma espécie de autobiografia. Nessa estreia, editada pela Sextante, o ex executivo da Rede Globo simula a própria morte e narra encontros com velhos amigos – profissionais e pessoais – como Roberto Marinho, Chacrinha, Walter Clark, Tom Jobim, Dercy Gonçalves, Miele, Chico Anysio e Tim Maia. A ideia foi fazer, de forma bem-humorada, que fique claro, um um ajuste de contas com os desafetos que já se foram. Como o próprio Boni já firmou em entrevistas, “o livro é um ‘testamento sentimental’, um registro amoroso, mas também um relato crítico e contundente de seu mais valioso bem: a amizade”.

Boni

A chamada, no topo da capa, é mais que sugestiva: “O livro mais polêmico do ano”. É assim que “Submissão”, novo romance do vencedor do Prêmio Goncourt Michel Houellebecq, se apresenta. Editado pela Alfaguara, o livro te transporta para a França de 2022. O contexto é político: depois de um segundo turno acirrado, as eleições presidenciais são vencidas por Mohammed Ben Abbes, o candidato da chamada Fraternidade Muçulmana. Na contramão, carismático e conciliador, Ben Abbes agrupa uma frente democrática ampla. Mas as mudanças sociais, no início imperceptíveis, aos poucos se tornam dramáticas. Também na história, o leitor é apresentado a François, um acadêmico solitário e desencantado que espera da vida apenas um pouco de uniformidade. Tomado de surpresa pelo regime islâmico, ele se vê obrigado a lidar com essa nova realidade, cujas consequências — ao contrário do que ele poderia esperar — não serão necessariamente desastrosas.

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