Em sinergia com o tema “5 Senses”, que permeou a Mostra Artefacto 2019, a label reuniu na noite de quinta-feira, na mega store no CasaShopping, na Barra da Tijuca, os maiores nomes da arquitetura, design, paisagismo e amantes de todas as artes plurais para apresentar as Vitrines 2019. É tempo de celebrar os novos ares que chegam com a primavera e continuar pensando os móveis orgânicos e intemporais da Artefacto em projetos que têm como inspiração a visão, o olfato, a audição, o paladar e o tato em um exercício de olhar para dentro de si e entender o mundo ao redor. Com muita empatia, autenticidade e inovação assinam as vitrines Luiz Fernando Grabowsky, Alexandre Lobo e Fábio Cardoso, Alexandre Cardim e Babi Teixeira, arquitetos e designers de interiores com as mais expressivas chancelas nacionais. Com os projetos, eles nos proporcionaram, justamente, a experiência do reconhecimento pelos sentidos, a maneira mais profunda de conectar consigo mesmo, refletir ações e compreender o mundo atual tecnológico em alta potência.
E as novas vitrines ficaram em perfeita sintonia com a frase que o CEO da Artefacto, Paulo Bacchi, tem pontuado como filosofia de vida: “Esse exercício de olhar para dentro de si e de se compreender primeiro para somente depois entender o resto do mundo (quase um sexto sentido) aponta para o fato de que nunca vivemos tão interconectados, nem a comunicação se deu em tempo tão real”.
De fato: reflexões sobre o próprio eu, a relação com o próximo e com o planeta assumiram o protagonismo dos projetos inspiradores. “Interpretar a casa contemporânea e os novos comportamentos, assim como fazer uso racional dos recursos naturais em cada etapa da construção de uma peça, é tão fundamental quanto a valorização do fatto a mano – principal característica do DNA Artefacto, que aposta na integridade do desenho orgânico e no respeito aos designers, com produtos totalmente patenteados”, destaca Bacchi.
O arquiteto Luiz Fernando Grabowsky propôs um living com área de estar, jantar e canto de leitura. O DNA é rústico, com tons terrosos, ocre e cinza rato em contraste com cores claras e uma brincadeira gostosa com texturas – o linho do sofá de linhas retas, das cortinas, camurça dos pufes, couro nas poltronas e na charmosa chaise longue. Almofada artesanal no centro do sofá, máscaras africanas na mesinha de canto e livros de arte dão o toque especial de Grabowsky, que se inspirou na África para idealizar a sua vitrine. “Escolhi primeiro a cartela de cores e o mobiliário lindíssimo. Acrescentei quadros assinados por Cahique Lahgiz, Denilson Machado e Vânia Barbosa, todos da Sérgio Gonçalves Galeria. Também lancei mão de um grande jarro com galhos secos que remetem ao continente africano”, comenta o arquiteto. O tapete, entre outros elementos decorativos, proporciona uma sensação de aconchego e acolhimento.
Nas mesas, os materiais remetem ao olhar e às diferentes sensações: a madeira, o mármore com acabamento fosco, os vidros transparentes e pintados. “Usei o tom cobre nas paredes, uma pintura especial com técnica italiana desenvolvida pela Venezia, do Paulo Guedes. Escolhi esse tom metalizado fosco justamente da coleção batizada África. Ficou em plena harmonia com o cinza rato e o cru do sofá lançamento da Artefacto. A técnica usada na pintura remete ao tato, um dos cinco sentidos, assim como o couro, a camurça, o linho, o mármore… uma mistura de texturas”, disse Grabowsky. Destaque ainda para uma enorme figa em cima da mesa de centro, bowls de madeira, contas, e vaso de Murano. “E muita arte ainda com quadros de Carlos Muniz, Hércules Barsoti e Ricardo Homem“, completa Grabowsky.
Em outra vitrine, os arquitetos Alexandre Lobo e Fábio Cardoso, sócios há mais de 20 anos na AF Arquitetura, se inspiraram em um escritório de um profissional contemporâneo para criar um espaço sofisticado e de atmosfera na qual business está aliado à tecnologia, momentos prazerosos de leitura e conscientização total sobre sustentabilidade. “Como urbanista, optei por um escritório que remete a um CEO de uma grande empresa. Pensamos em cada detalhe: da mesa, cadeira, sofá, estante a uma iluminação em sinergia com o pé direito alto do ambiente e a presença da natureza com plantas”, conta Alexandre.
Tons de cinza e texturas como couro e veludo totalmente em harmonia com a estante Tournai em ferro preto e prateleiras cinza. A mesa de couro em tom Fendi, dentro da paleta de cores e couros da Artefacto, garante toda sofisticação e personalidade forte que o ambiente expressa. “A paleta da Artefacto é infinita. E vai do rústico ao vanguardista em um estalar de dedos”, elogia Alexandre. “Nesse ambiente, o empresário tem acesso a toda tecnologia e pode receber os clientes com muito conforto”, explica. O escritório dá ênfase à questão do meio ambiente, através de vasos com plantas, e à humanização com livros físicos na estante e um maxi tricô ao lado de uma confortável poltrona. A perfeita interação entre o mobiliário e os elementos de decoração. “Proporcionamos o toque prazeroso. Estes elementos dão um aconchego, acolhimento e a sensação de como é bom estar em um ambiente”, analisa Alexandre.
Na parede, uma linda obra de arte assinada por Fernanda Naman, e na estante, aguçando o nosso visual, foi colocado um quadro de Ricardo Homem. Sobre a mesa do escritório, caixas de madrepérola, de madeira em marchetaria, esculturas e um vaso com flores brancas. A artista Cássia Aresta assina ainda um quadro neste ambiente.
A terceira vitrine foi idealizada por Alexandre Cardim, que contabiliza seis participações na Mostra Artefacto (quatro delas consecutivas). Ele criou um ambiente inspirado na Polinésia Francesa repleto de sensações e com o conceito overwater. Duas chaises à frente de uma estante adornada por folhas e flores de estilo oriental. Ao lado de cada uma, um par de abajur rosé. Um díptico com detalhes em rosa na parede, assinado por Manoel Veiga, dá ainda mais bossa ao espaço, que conta ainda com uma grande área verde com plantas e muitas pedras. “Quis criar algo zen, voltado para bangalôs overwater, trazendo essa ideia de um hotel de luxo chique, mas perto do mar, como os da Polinésia, Maldivas… A ideia dos budas, das folhas, das flores, tudo aqui é voltado para proporcionar a paz interior. O homem está precisado. Busquei sons de água e árvores balançando”, frisa Alexandre Cardim.
A bela cama em couro cinza ganhou destaque e compõe o local com um painel com desenhos de mandalas. O tecido que reveste a parede é da Artefacto e também foi usado nas chaises. “Todas as cores, objetos, revestimentos contém uma gama enorme de possibilidades a respeito de sensações”, ressalta o arquiteto. Em frente à cama, um enorme sofá “feito pra se jogar”, como bem define Cardim, foi pensado para receber amigos com todo conforto. “É um sofá que eu integrei com essa área de estar bem relax e acrescentei ainda duas poltronas ao lado”. As mesas de centro em madeira receberam livros de arte, um jarro com lírios e um recipiente repleto de conchas. As luminárias são da Lumini, tapetes da Trama e paisagismo assinado por Áurea Renoldi completa o ambiente.
O espaço by Babi Teixeira é inteiramente dedicado à linha Home da Artefacto. Um living integrado com uma grande mesa redonda e outra de bar. O ambiente é contemporâneo, fresh e clean, trazendo as cores verde água e branco e alguns detalhes em cinza. O pé direto duplo dá a sensação de amplitude, principalmente quando combinado com a parede de mármore. O tapete com texturas e desenhos variados, junto com um mix de cores claras e o uso de materiais naturais traz aconchego e sofisticação ao projeto. “Temos no ambiente a plenitude de todos os sentidos. Por se tratar de uma vitrine e da ideia de estar no mesmo espaço físico, a visão é extremamente aguçada”, comenta Babi. Preservando a base neutra para dar destaque justamente aos acessórios, o espaço de Babi é pura leveza e conta com móveis da linha Beach & Country da Artecfato. “Criei um ambiente que tivesse elementos da praia e do campo. A linha da Artefacto é lindíssima”. O tapete com desenhos e texturas variados, a mistura de cores claras e a utilização de materiais naturais traz sofisticação e muito aconchego.
“O verde água dos tecidos foi o meu ponto de partida. Tudo ficou bem clean. Muita textura, almofadas, tecidos, espelho com franjas”, explica a filha e irmã de arquitetos, que sempre transitou em ambientes onde artes visuais têm espaço garantido. Quadros P&B de Cassia Aresta dividem espaço com um composite de Judith Lauand. Em outra parede, atrás de uma grande mesa, uma foto em tons de azul assinada por Denilson Machado dá um toque de cor. Um quadro abstrato de Newman Schutze completa as obras do espaço.
Veja quem passou pela Artefacto:
A noite contou ainda com a simbiose entre moda, arquitetura e design com um desfile da coleção do estilista Victor Dzenk inspirada no Neoconcretismo. Tema em plena harmonia com a arte que passa pela sensibilidade, expressividade e subjetividade. “Quando recebi o convite para o meu primeiro desfile no Rio depois de tantos anos, eu amei. A minha coleção conversa muito com o ambiente da arquitetura, das artes e do design. A inspiração foram as obras do Rodrigo de Castro, do movimento neoconcreto. Criei looks com estampas geométricas e cores blocadas”, explica Dzenk, que, antes do evento, só havia desfilado essa coleção em Lisboa há três semanas. “A coleção Neoconcreto é inédita no Brasil. E esta estação é ainda mais especial porque estou voltando ao Rio de Janeiro e terei um espaço na multimarcas do Eduardo Santos”, adianta Victor, que não desfilava na cidade maravilhosa desde o fim do Fashion Rio, em 2014.
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