Ana Elisa Cohen e Felipe Pena transformam casarão em Botafogo, no Rio, em uma galeria de arte contemporânea. A Cavalo abriu as portas no sábado!


Os sócios sempre alimentaram o sonho de os cariocas terem um espaço que pudesse aliar arte, debates, encontros com artistas, performances e muito mais. “Quero atrair pessoas que gostem de ser desafiadas”, disse Ana Elisa Cohen

Um casarão em Botafogo transformado em uma galeria de arte contemporânea. Assim é a Cavalo, que foi inaugurada ontem, sábado, 23, com direito a obras de artistas como Adriano Motta, Álvaro Seixas, Felipe Cohen, Marina Weffort, Pedro Caetano, Vijai Patchineelam e Wagner Malta Tavares e curadoria especial dos sócios Ana Elisa Cohen e Felipe Pena. E inaugurar uma galeria na Zona Sul do Rio tem um gostinho especial. “A cidade tem uma produção artística efervescente. Sempre esteve na vanguarda das artes plásticas no Brasil. E ainda está. Pretendemos contribuir um pouco com o cenário artístico através de exposições, encontros, conversas, projeções de vídeos, performances. E também exibir aqui obras de artistas de outros estados e países. O Rio sempre foi e é uma cidade que inspirou grandes artistas e ficaremos muito felizes se pudermos ajudar a mantê-la pulsante”, declarou Ana Elisa Cohen.

Cavalo, Felipe Pena e Ana Elisa Cohen, Fotografia de Elisa de Paula11

Os sócios da Cavalo, Felipe Pena e Ana Elisa Cohen (Foto: Elisa de Paula)

O local com 130 metros quadrados e duas salas de exposição na Rua Sorocaba vai abrigar muito além da arte e Ana Elisa já tem planos de promover debates, encontros com artistas e curadores, performances, projeções, vídeos, lançar publicações artísticas e, claro, dar espaço para novos talentos, já que a sócia tem uma visão otimista da situação da arte no Rio. “Em relação ao público, por exemplo, acho que o interesse cresce cada vez mais. Há ótimas exposições institucionais, que têm sido cada vez mais visitadas, e as feiras de artes também têm ficado lotadas não só de colecionadores, mas com o público em geral. Em relação à produção, temos revelado muitos artistas. Ao mesmo tempo, o mercado está se profissionalizando. As galerias fazem exposições expressivas regularmente e têm projeção internacional. Não queremos ignorar o momento delicado pelo qual praticamente todos os setores estão passando, mas sou otimista. Há, no Rio, um desejo de produzir cada vez mais e melhor. Esse é um crescimento demorado, muito já foi feito na última década, e ainda há muito a fazer”, disse.

E ela vai fazendo o que pode. A mostra de inauguração da Cavalo reuniu um grupo bem heterogêneo com trabalhos próprios. “São artistas com diferentes linguagens, mas cujos trabalhos admiramos e acreditamos. Falo isso não só no que diz respeito às obras – pois essas mudam – mas no que se refere à forma de pensar. Se compactuamos com sua linha de pensamento, a parceria acontece”, analisou. Quanto ao público, ela só tem uma preferência: “Quero atrair pessoas que gostem de ser desafiadas”, garantiu.

Cavalo, Felipe Pena e Ana Elisa Cohen, Fotografia de Elisa de Paula3

Os dois tinham vontade de abrir uma galeria desde que trabalharam juntos pela primeira vez (Foto: Elisa de Paula)

Ela e o sócio, aliás, alimentavam o sonho de um espaço próprio desde que trabalharam juntos na Anita Schwartz Galeria de Arte. Enquanto Ana Elisa atuava em design e produção, Felipe cuidava da parte de relações internacionais, e, com a afinidade e ótima dinâmica de trabalhos da dupla, a vontade virou realidade. “A galeria era uma ideia que já passava pela minha cabeça, mas que eu não sabia ainda como eu iria realizar. Após alguns meses trabalhando com o Felipe e observando as nossas afinidades, interação e facilidade de trabalhar em grupo, o projeto foi tomando corpo e se transformando em um plano concreto. Até o dia em que decidimos colocá-lo em prática. Não sem uma boa dose de emoção e frio na barriga”, contou ela, que adora a alquimia da arte e faz pequenas experimentações. “Gosto de fazer alguns desenhos, pintar, brincar com massinha, bordar e adoro fotografia… Mas, nada com um intuito comercial. Acabo me realizando mais com o trabalho dos outros artistas”, revelou, com humor.

O nome “Cavalo”, aliás, também foi fruto do humor da dupla e Ana Elisa não sabe dizer onde começou. “Foi um nome que começamos a usar intuitivamente e ganhou potência entre nós. Não conseguiríamos chamar de outra forma”, entregou. Sobre a inauguração, ela só guaardou um sentimento: felicidade. “Foi uma noite de muita celebração, com a presença de amigos queridos, que, esperamos, marcará o início de um longo percurso”. E pelo o que conferimos, o sucesso já é realidade. A Rua Sorocaba ficou lo-ta-da!

Veja alguns trabalhos que estão na Cavalo:

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Serviço 
Exposição Inaugural
Abertura – 23 de janeiro, às 18h
Período – 23 de janeiro a 19 de março
Horário de visitação – Terça a sexta, das 12h às 20h. Sábados, das 13h às 17h
Local – Cavalo – Rua Sorocaba, 51, Botafogo. Tel: (21) 2267-7654
Entrada gratuita
www.galeriacavalo.com