Quem era jovem – ou vivo – em 1995 certamente foi apaixonada pelas músicas de Andru Donalds. Ou vai nos dizer que nunca dançou – ou chorou – ao som de ‘Save Me now’, parte da trilha da novela ‘Cara e coroa’, e ‘Mishale’, que é seu maior hit na billboard americana, chegando ao Top 40 de singles. Agora, em 2016, Andru chega com um novo projeto recheado de brasilidade ao lado de quatro músicos cariocas: o Karma Free, que terá lançamento mundial este mês.
O sucesso de Andru na década de 90 o trouxe várias vezes ao Rio e assim começou sua história de amor com o Brasil. Fez uma série de amigos, entre eles o produtor Sérgio Martins, que trabalhava na Warner – gravadora de Andru na época – e agora é o manager do Karma Free. Em uma visita a Sérgio, em 2014, o jamaicano conheceu os músicos brasileiros Pedro Mamede (baixo) e Daniel Tot(bateria) e começaram a fazer jam sessions em um estúdio no Rio. Animados com o resultado, convidaram Jr. Ramos (vocais) e Renato Machado (guitarra). E assim surgiu o Karma Free. “Tudo fluiu de uma maneira muito espontânea. Queria me divertir tocando com alguns músicos brasileiros, mas a vibração foi tão especial, que nos empolgamos com o que estava acontecendo no estúdio. E assim o projeto começou a ganhar vida”, explica Andru, que já conhecia grandes nomes da música brasileira.
“Quando eu estava no meu auge nos anos 90, vim ao Brasil com minha turnê, e, quando cantei no Canecão, Paulinho Moska fez o show de abertura. Lembro também de ter cantado antes do Djavan em outra apresentação. Ele é uma lenda, um artista maravilhoso. Foi incrível ver e ouvir todo mundo cantando todas as letras. Os brasileiros têm muita melodia e muita aptidão para a música. Ah, eu também ouço Carlinhos Brown, que era da mesma gravadora que eu no Brasil, a EMI, e Marisa Monte, que é muito conhecida também no Caribe”.
Mas voltando ao Karma Free, a turma composta por Andru e os brasileiros compôs sete canções em inglês e português, criando uma mistura de sons que eles denominam afro fusion, que foram gravadas no Estúdio 496, na Lapa. ‘Colours’ e ‘Awêre’ foram mixadas pelos lendários produtores Sly Dumbar e Robbie Shakespeare (que já produziram artistas como Bob Dylan, Mick Jagger, The Rolling Stones, Gilberto Gil, Vanessa da Mata e Carlos Santana, entre outros). “As melodias foram surgindo no próprio estúdio, e comecei a improvisar algumas letras em inglês. Depois, eles complementaram com passagens em português. O que me entusiasmou foi a possibilidade de um novo projeto com essa fusão de culturas”, celebra Andru.
Awerê, aliás, fala de outro tema bastante importante para os brasileiros: os assassinatos de Chico Mendes e da Irmã Dorothy, que lutavam contra a devastação da Amazônia. “Enquanto eu estava no Rio, com os caras da banda, o assunto destruicao da Amazônia sempre voltava às conversas e eu percebia que isso era um assunto muito importante para eles. E, junto disso, eu tomei conhecimento da triste história desses dois ícones da luta e acabei me inspirando. Depois de muita conversa e muita pesquisa, compusemos esta canção”, explica Andru.
Além das músicas novas – com perfume brasileiro – Andru ainda vai cantar canções de sua carreira solo, que emplacou ainda alguns outros sucessos no Brasil, como ‘Lovin You’ e ‘Tryin’ to Tell Ya’. Essas canções, juntamente com ‘Save me Now’ e ‘Mishale’ estarão presentes no repertório do Karma Free, já com uma nova sonoridade e arranjos criados especialmente para o projeto. “Sou conhecido no Brasil por essas canções, que fazem parte da história musical no Brasil, e até hoje elas tocam nas rádios, por isso é mais do que natural que elas sigam no meu repertório, com novos e diferentes arranjos, que se encaixam melhor no mundo contemporâneo. Só um pequeno toque de modernidade para elas. Música, para mim, é isso: emoção, legado e misturar ideais, culturas e mostra-las ao vivo”, conta Andru, que escolheu o Rio, mais precisamente o palco do FM Hall, nessa quinta-feira, como epicentro do lançamento mundial do seu novo projeto.
E ainda falando sobre música, a nossa agenda cultural deste fim de semana segue com a dica do Ultra Music Festival, que acontece dias 14 e 15 de outubro, no Sambódromo do Rio. O evento, que anteriormente se instalaria na Quinta da Boa Vista, é o maior encontro da batida eletrônica independente do mundo, e já arrastou cerca de 165 mil pessoas em sua 18ª edição, em Miami. Agora, o braço internacional do festival, Ultra Worldwide, desembarca na Cidade Maravilhosa para dois dias que vão fazer a passarela do samba tremer no beat das pick-ups poderosas de DJs consagrados no gênero. Com três palcos simultâneos, o festival terá início às 14h e a última atração está prevista para se apresentar por volta das 2h da manhã. Resumindo: é música que não acaba mais.
Tá curioso para saber mais sobre as atrações? Calma, que a gente ainda te dá toda a planta. O line-up inclui astros internacionais como Carl Cox, Hardwell, Steve Aoki, Dash Berlin, Hardwell e DJ Snake. Mas também tem brasileiros consagrados nessa lista, como Renato Ratier, Tropkillaz e Renato Cohen. O evento ainda conta com a presença de artistas como Chemical Surf, Felguk, FTAMPA, Sesto Sento, Tropkillaz, Vini Vici, Dashdot, Gabe, Tomas Heredia, Above & Beyond, Krewella (Live),Nic Fanciulli e Steve Aoki. Nesta edição, o Ultra Brasil espera receber aproximadamente 25 mil pessoas por dia de apresentação. Já no quarto lote, os ingressos variam de R$ 522 à R$ 1.884.
Cinema:
Inferno: Robert Langdon (Tom Hanks) desperta em um hospital com um ferimento na cabeça provocado por um tiro de raspão. Convalecente, ele é tratado pela doutora Sienna Brooks (Felicity Jones), que o conheceu quando ainda era criança. Apesar do quadro estável, Langdon não se lembra de absolutamente nada que lhe aconteceu nas últimas 48 horas, nem mesmo o verdadeiro motivo de estar em Florença, na Itália. Após ser atacado misteriosamente por uma mulher no hospital, ele é levado para ser tratado em casa, quando percebe que em seu paletó existe um frasco lacrado, que só pode ser aberto por sua impressão digital. Nele, há um estranho artefato que dá início a uma busca incessante por pistas que revelem não apenas o que lhe aconteceu, mas também o motivo de ser perseguido.
Kubo e As Cordas Mágicas: A animação apresenta a história de um jovem japonês que embarca em uma missão para salvar sua família e o legado de seu falecido pai, o maior samurai que o mundo já conheceu. Inteligente e bondoso, Kubo passa a maior parte do tempo cuidando de sua mãe e ganha a vida contando histórias. Certo dia, sua tranquilidade é interrompida no momento em que ele, acidentalmente, invoca um espírito que volta à procura de vingança. Em fuga, o protagonista reúne forças ao lado de dois amigos e sai em uma emocionante busca para salvar sua família e resolver o mistério da morte de seu pai.
Koblic: Ambientado na última ditadura militar que ocorreu na Argentina, o capitão Tomás Koblic (Ricardo Darín) enfrenta em 1977 a missão mais complicada de sua vida: pilotar um voo da morte, quando lançavam pessoas consideradas subversivas no Río de la Plata. No entanto, atormentado pelo terrível destino, o mesmo aguardado aos prisioneiros da ditadura, Koblic toma uma decisão imprevisível que marcará o resto de sua vida. Ao renunciar do cargo, ele se torna um fugitivo das forças armadas do país e se esconde em pequeno povoado para tentar salvar sua vida dos percalços da ditadura militar.
Terra Estranha: O casal Catherine (Nicole Kidman) e Matt (Joseph Fiennes) acaba de se mudar para o deserto australiano de Nathgari. Apesar de bem adaptada, a família se matem reservada e com poucos contatos com as pessoas ao redor – pelo menos até o dia em que uma terrível tempestade de areia atinge a região e os filhos do casal desaparecem. A partir daí, a polícia passa a investigar o caso e, ao mesmo tempo em que rumores começam a correr na vizinhança afirmando que a culpa seria de Catherine e Matt, o passado rebelde da filha mais velha, Lily (Maddison Brown), ganha grande relevância no mistério.
Teatro:
“Compulsão”: Estrelada por Simone Soares, Rafael Zulu, Regiana Antonini e Cacau Hygino a peça conta a história de quatro indivíduos que sofrem de diferentes transtornos compulsivos. Em uma noite chuvosa, os quatro acabam presos em um consultório médico e, a partir daí, uma longa terapia de grupo se inicía sem a mediação profissional da Dra. Spellman. Com muito humor, a produção fala de temas atuais como a forma que a sociedade tem encarado as questões sobre sexo, morte, manias, desejos e até frustrações. O que o público não sabe é o que está por trás deste encontro há um desfecho inusitado. O espetáculo está em cartaz no Teatro dos Grandes Atores, na Barra da Tijuca. De quinta à sábado, às 21h e domingos, às 20h.
“O Açougueiro”: Com base no teatro físico e antropológico, o ator Alexandre Guimarães se reveza em sete personagens diferentes sendo o principal Antônio, um sertanejo pueril, cuja maior ambição é ser dono do seu próprio açougue. Apaixonado por Nicinha, com quem decide se casar, ele passa a enfrentar a intolerância e a falta de civilidade da sociedade que julga seu relacionamento. Com texto e direção do também pernambucano Samuel Santos, o espetáculo nasceu em julho de 2015, em Recife, e em pouco mais de um ano, já recebeu diversos prêmios, dentre eles o de melhor ator no Festival Internacional Janeiro de Grandes Espetáculos 2016. A peça está em cartaz no Teatro Poeira, às terças e quartas, às 21h.
“Pão com Ovo”: O espetáculo narra a história de duas personagens: Dijé, moradora de bairro da periferia, e Clarisse, uma emergente alpinista social. Amigas de escola, elas se reencontram anos depois e comentam o cotidiano das suas vidas, retratando, de forma bem humorada, os hábitos e costumes de determinadas classes sociais. Protagonizado por Adeílson Santos e César Boaes, a peça é apresentada com linguagem popular e o carisma de seus personagens garante boas gargalhadas. A montagem está em cartaz no Teatro Clara Nunes– Shopping da Gávea, quintas, sextas e sábado, às 21 hs e domingo, ás 20 hs.
Festas e eventos:
Lenine e Nação Zumbi: No dia 15, a Fundição Progresso será palco de um dos encontro mais esperados e inusitados da nossa MPB. Dando continuidade à turnê do disco “Carbono”, Lenine faz releituras das onze faixas do CD, incluindo os singles “Castanho”, “Simples Assim” e “Cupim de Ferro”, além de fazer um grande recorte de sua carreira com os clássicos “Olho de Peixe”, “Na Pressão”, “O Dia em Que Faremos Contato” e “Labiata”. Mas a noite não para por aí. Logo em seguida, a Nação Zumbi dá continuidade aos trabalhos com o show inspirado em seu mais recente disco homônimo, que traz o mesmo repertório apresentado no Summerstage – NY em 2015. Além dos artistas brindarem o público com dois shows completos em uma noite, eles ainda prometem dividir o palco em algum momento do espetáculo. Ingressos variam entre R$ 40 e R$ 160.
Skank: Depois da turnê “Velocia”, que passou pelas principais capitais do país, o Skank faz o primeiro show de sua turnê comemorativa de 20 anos do álbum “Samba Poconé”. O quarteto se apresenta no Vivo Rio, dia 15 de outubro. A série de shows acontece entre o final deste ano e começo de 2017. No repertório, a banda promete um bloco especial de “Samba Poconé”, que trará as músicas marcantes desse trabalho, como “Tão Seu”, “Zé Trindade”, “Eu Disse a Ela”, “Poconé”, “Garota Nacional”, “É uma Partida de Futebol”, entre tantos outros sucessos. Ingressos variam entre R$ 40 e R$ 180.
Dança Gamboa: Na quarta edição do evento, as coreógrafas Marcela Levi e Lucía Russo foram convidadas para integrar a residência artística da mostra, ao lado do performer Ícaro dos Passos Gaya. O resultado do processo será apresentado ao público no Galpão Gamboa em duas sessões gratuitas, tanto no sábado, às 21h, como no domingo, às 20h. Consideradas pelas coreógrafas como a arte do movimento, da associação, deslocamento, tremor e até do tropeço, elas buscam através da dança refletir sobre as contradições que existem no corpo humano.
100 Anos de Samba Pelas Ruas do Rio: Depois de um fim de semana repleto de shows e programações totalmente dedicadas a um dos ritmos mais brasileiros, as comemorações aos 100 anos de Samba dão continuidade na Cidade Maravilhosa. Desta vez, aulas e passeios gratuitos é quem dão o tom dessa festa. No sábado, às 10h, o tour tem início no Cais do Valongo, patrimônio histórico do Estado tombado pela Unesco, passando pela icônica Pedra do Sal, até desembocar na Rádio Nacional. Já às 18h, com a curadoria do professor João Baptista Ferreira de Mello e da Dra. Melissa Anjos, o passeio a pé contará a história do maestro Antônio Carlos Jobim, no Arpoador, passando pela Escultura de Dorival Caymmi, na orla de Copacabana, até, enfim, chegar a estátua de bronze do escritor Carlos Drummond de Andrade. Já no domingo, o encontro também acontece às 140h, junto à escultura do compositor Ismael Silva, na rua Frei Caneca, no Largo do Estácio, seguindo pela Cidade Nova e Praça Onze até chegar no Terreirão do Samba, no Centro.
Linguagem do Corpo Carioca: Com curadoria de Paulo Herkenhoff e Milton Guran, a mostra, que entra em seu último fim de semana de exposições no Museu de Arte do Rio, faz parte da programação oficial do “FotoRio” e reúne mais de 800 fotografias sobre a cidade. Entre os autores dos trabalhos, Evandro Teixeira, Pierre Verger, Mario Testino, Bruno Veiga e Ana Stewart. Entrada à partir de R$ 10.
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