A sexta-feira chegou e, nesta semana, começaremos a nossa Agenda Cultural com arte. Mais precisamente, com o belíssimo trabalho da holandesa Thera Regouin. A artista que, depois de viajar por diferentes cidades do mundo adotou o Rio de Janeiro como segunda casa, inaugurou a exposição “Escapando do Caos”, na semana passada e a gente estava lá para bater um papo com ela. A mostra, que está em cartaz na Galeria CorMovimento, no Leblon, até novembro, reúne nove obras inéditas da série que tem o azul e a técnica do óleo sobre tela como estética em comum. Ao HT, Thera contou que este novo trabalho é uma forma de escapar dos problemas do dia-a-dia. “A série se chama ‘Escapando do Caos’, porque já há bastante conflito no mundo, como violência, sangue, tristeza e sofrimento. Então, no lugar de duplicar isso na tela, eu preferi mostrar um mundo puro, sereno, equilibrado e fugido dessa conturbação. Eu sei que existe isso”, argumentou a artista que ainda permite a livre interpretação do público sobre suas obras. “Eu acho que cada um vai ver a pintura de uma maneira. Mas a ideia por trás está relacionada a essa procura pelo equilíbrio”, completou.
O equilíbrio, de fato, é uma predominância nesta nova série da artista. Em comum, as telas possuem a cor azul em tons claros e suaves como predominância. Além da cor característica, a série “Escapando do Caos” apresenta formas unanimes, como a linha e a borda nas obras. Apesar de ter iniciado este trabalho apenas no ano passado, a holandesa disse que esse conceito já a acompanha por alguns anos. “Esse novo trabalho tem muito a ver com outras séries que eu já fiz. Em 2004, eu já fiz uma exposição individual com quadros que tinham alguns traços estéticos semelhantes aos da minha nova série. Então, desde aquela época, eu fiquei com esse tema na minha cabeça e decidi reproduzir neste momento”, pontuou Thera que explicou a escolha pelo azul por ser uma cor que a agrada. “Eu sempre gostei muito da cor azul em tons mais claros, e não muito fortes. Assim como na tela, eu adoro o azul em tons de jeans, com um pouco de cinza dentro. Eu acho que é uma cor que remete à paz”, opinou.
Ainda sobre a técnica que aplica em suas obras, a artista afirmou que aprendeu sozinha a manusear a tinta a óleo. No entanto, para obter o resultado que ela deseja, Thera Regouin detalhou que demora mais tempo no processo. “Eu preciso esperar a tinta secar no tempo certo para que eu consiga fazer a transparência que eu desejo. Essa técnica que eu aplico nos meus quadros, eu aprendi na prática com a minha experiência. Hoje, eu sei em qual momento do processo eu preciso mexer no óleo e colocar mais tinta”, contou Thera que logo emendou no seu processo de criação. “Tudo pode me inspirar, seja uma linha, uma forma ou alguma lembrança do passado. Mas aqui, nesse novo trabalho, o processo começou com as cores azul e branca, que estavam frequentemente nos meus pensamentos. Agora, o motivo disso, eu não sei explicar. Talvez um psicanalista entenda melhor que a gente sobre essas razões. Já em relação às bordas, que também estão sempre presentes no meu trabalho, servem para proteger o que está dentro, que pode ser até uma parte de mim, e para levar o quadro para fora da dimensão da tela”, explicou a artista Thera Regouin que se declarou amante da arte brasileira, principalmente dos trabalhos desenvolvidos por Lygia Clark e Tarsila do Amaral.
Além da belíssima exposição assinada pela holandesa Thera Regoiun, a urbe maravilhosa também tem uma série de estreias e novidades para este fim de semana. Entre elas, tem o lançamento do filme “Tô Ryca”, de Samatha Schmutz nos cinemas e show de Djavan e Celebrare. Vamos programar o fim de semana?
Cinema:
“Cegonhas – A História Que Não Te Contaram”: sabe aquela historinha de que os bebês são trazidos pelas cegonhas? Pois bem. Agora, é hora de entender tudo o que há por trás desse conto. O longa, que tem vozes de Marco Luque e Klebber Toledo, mostra o funcionamento desse grande empreendimento que é o mundo da entrega dos bebês. Entre as dificuldades que as cegonhas encontram diariamente, está, por exemplo, o quebra-cabeça para organizar os horários e locais certos da entrega.
“Tô Ryca”: em sua nova comédia cinematográfica, Samatha Schmutz é Selminha, uma frentista sem muito dinheiro que recebe uma difícil e milionária missão. Para herdar uma bolada deixada por um tio, ela precisa gastar R$ 30 milhões em 30 dias. Se você, caro leitor, achou que essa seria uma tarefa fácil, a hilária personagem vai te mostrar que não é bem assim.
“O Silêncio do Céu”: em uma relação a dois, a sinceridade e a transparências muitas vezes funcionam como requisitos de uma boa convivência. Porém, entre Diana (Carolina Dieckman) e Mario (Leonardo Sbaraglia) a falta desses elementos matar a relação. Enquanto o marido esconde seus misteriosos segredos, Diana também prefere não contar de um trauma que sofreu. Em sua própria casa, a mulher foi estuprada por um homem que a marcou com grandes sequelas psicológicas.
Teatro:
“The Pride”: a homossexualidade é o tema do espetáculo dirigido por Victor Garcia Peralta. A partir do texto de Alexi Kaye Campbell, a questão é abordada como forma de explicitar a diferença entre o que era se declarar gay em 1958 e a suposta liberdade conquistada em 2008. A peça é narrada em um cenário simples e minimalista e tem viagens no tempo como passaporte para a reflexão. O espetáculo está em cartaz no Caixa Cultural, no Centro, de quinta-feira a domingo às 19h.
“Race”: a palavra e as ideias nem sempre andam juntos. Essa dicotomia, inclusive, já é apresentada ao público no título da peça que, em inglês, pode significar raça ou corrida. Com o texto do americano David Marnet, o diretor Gustavo Paso propõe o debate e a reflexão a partir de situações que abordam o preconceito, a discriminação racial e o lugar da mulher na sociedade. Na peça, o debate se inicia a partir de um suposto estupro que teria sido cometido por um homem branco milionário. Para apimentar a reflexão, a vítima do crime é um negro. O espetáculo, que após a apresentação abre espaço para o debate do público com o elenco, fica em cartaz até segunda-feira no Teatro Gláucio Gil, em Copacabana.
Shows e eventos:
Celebrare: comemorando os 20 anos de sucesso, o grupo se apresenta neste sábado no Vivo Rio. No espetáculo que deve contar com clássicos da música disco, o Celebrare ainda promete surpreender o público com diversas novidades, os ingressos para a festa custam a partir de R$ 45 (meia entrada).
“Baila Comigo – No Cassino no Chacrinha”: alô, alô Terezinha! O clima do programa que foi sucesso nos anos 1980 invade o terraço do FM Hall para uma noite em que a animação é o elemento principal. Em uma comemoração fora de época, a festa promete ter malabaristas, palhaços, pernas de pau e muito mais. Vamos bailar? O evento ocorre neste sábado às 23h e os ingressos custam a partir de R$ 70 (meia entrada).
Djavan: em turnê com o espetáculo “Vidas Para Contar”, o músico, que está completando 40 anos de carreira, se apresenta neste fim de semana no Metropolitan, na Barra. Nos shows que ocorrem no sábado e no domingo, Djavan deverá interpretar as canções de seu novo álbum, o 23° da carreira, e sucessos que não são esquecidos jamais. Sucesso de público, a apresentação de sábado já está lotada. No entanto, para os fãs do alagoano, ainda há ingressos para a noite de domingo por aqui.
Babilônia Feira Hype: é primavera! Para animar o primeiro fim de semana da estação mais alegre e colorida do ano, a tradicional feira de moda e arte do Rio desembarco no shopping Downtown. Com muita novidades do mundo fashion, delicias em food truck e uma programação especial para os pequenos, a Babilônia Feira Hype agita o shopping da Barra nesta sexta-feira, sábado e domingo. Ah, e de graça!
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