Copacabana – suas ruas e sua disputada praia – será sempre a princesinha do mar e não é à toa. Representante da “Era de Ouro”, Braguinha (1907-2006) a imortalizou com um hino de amor. O grande mestre, ao lado de seu parceiro musical Alberto Ribeiro (1902-1971), fez uma ode à praia e ao bairro com a música “Copacabana”, que, na voz de Tom Jobim (1927-1994), o ícone da bossa nova, também ganhou repercussão internacional. Até por que, convenhamos, os versos são eternos: “Existem praias tão lindas cheias de luz, nenhuma tem o encanto que tu possuis, tuas areias, teu céu tão lindo, tuas sereias sempre sorrindo”. Por esse e por outros tantos episódios, a bossa nova também sempre foi a cara daquelas ruas e da Avenida Atlântica mesmo com o passar do tempo e de tantas mudanças. E é exatamente nesse contexto mais que propício pelo qual o Rio Othon Palace passou que o hotel continuará realizando nos finais de semana de janeiro o projeto Othon Musical, no Lobby Bar, no andar térreo, juntinho à orla de Copa.
Tudo começou nos dias 8 e 9 de janeiro com Ricardo Simões e seu violão e Lulu Martin e seu piano que, juntos, apresentaram o melhor do jazz modal dos anos 70. Hoje e amanhã, os escalados são tão hábeis e renomados quanto. O pianista André Mendes se apresentará hoje com um repertório composto pela tríade do projeto: MPB, jazz e bossa nova. Em fase de gravação de seu primeiro CD, suas composições têm influências de Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, João Bosco, Victor Assis Brasil, Tom Jobim, Baden Powell, Brad Mehldau, Bill Evans, Pat Metheny, McCoy Tyner, Keith Jarret. André Mendes começou profissionalmente em 1997 e passou por diversas formações e gêneros musicais. Desde 2007, apresenta-se como pianista solo em alguns dos melhores clubes e restaurantes do Rio de Janeiro e em Petrópolis. Imagine com HT: 20h, em pleno verão carioca, onde a profusão noturna é refrescada pela brisa nessa estação, na orla mais importante do Rio de Janeiro, do ladinho das areias de Copacabana, André Mendes também vai acrescentar samba e choro ao seu repertório. Pedida melhor não há. Falando no pianista, seu grande diferencial ficará a cargo dos clássicos do jazz que são orquestrados buscando harmonias sofisticadas e o resgate da brasilidade.
No dia seguinte, 16 de janeiro, a música continua… desta vez com o piano de João Braga e a guitarra de Marcos Nabuco. O duo, a propósito, aproveitará a ocasião e, no Lobby Bar do Rio Othon Palace, realizará o pré-lançamento de um CD. Nabuco, com mais de 30 anos de carreira, já dividiu palco com gente do calibre de Tim Maia, Sandra de Sá e Eduardo Dusek; enquanto João Braga também atua como compositor e já fez diversos périplos pelo país ao lado de nomes como Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Lenine, Adriana Calcanhotto, Rosana e Tim Maia. E não só: até o fim do mês, o Othon Musical ainda receberá uma nova dobradinha de João Braga e Marcos Nabuco, desta vez no dia 22 de janeiro. Vinte e quatro horas posteriores, é a vez de Marcos Ariel, conhecido pela mídia americana como “o melhor do jazz com um sabor carioca”, debutar no projeto.
Ele, que chama atenção pela técnica desenvolvida para total independência da mão esquerda durante a execução do som, fará um tributo à bossa nova com participação especial do flautista Roberto Simões. E, por fim, no dia 29 de janeiro, André Mendes e convidados apresentarão uma legítima jam session. O retorno de Simões será no dia seguinte, 30 de janeiro, quando novamente ao lado do piano de André Mendes fechará o projeto do Rio Othon Palace tocando clássicos do jazz e da bossa nova. Toda a programação tem em média duas horas e trinta minutos, sem cobrança de couvert artístico. A cereja do bolo? Os aperitivos criados pelo chef Jean Yves Poirey estarão à disposição dos presentes.
Como HT aqui bem já contou, o chef Jean Yves Poirey , que também está no comando do restaurante Skylab – no topo do Othon – desde o início de 2008, vem imprimindo sua chancela de praticar, por meio de culinária, a simbiose do sólido conhecimento técnico da gastronomia clássica francesa com grandes doses de criatividade que a cozinha brasileira pede, sem deixar de lado o perfeccionismo e a elaboração e apresentação dos pratos. Entre as delícias de Poirey e o jazz, a bossa e a MPB dos grandes medalhões requisitados pelo projeto, não há dúvida de que os versos que citamos são mais contemporâneos do que nunca. Com o perdão pela repetição, e com licença, Braguinha: “Só a ti, Copacabana, eu hei de amar”.
Serviço
Projeto Othon Musical
Dias e horário: 15 e 16 e 22 e 23 de janeiro (sextas e sábados), às 20h
Local: Lobby Bar / Rio Othon Palace (Av. Atlântica, 3264 – Térreo, Copacabana)
Entrada: sem cobrança de couvert artístico
Informações: (21) 2106-1500
15 de janeiro
MPB, Jazz e Bossa Nova
André Mendes (piano)
16 de janeiro
Pré lançamento de CD
João Braga (piano) e Marcos Nabuco (guitarra)
22 de janeiro
Pré lançamento de CD
João Braga (piano) e Marcos Nabuco (guitarra)
23 de janeiro
Tributo à Bossa Nova
Marcos Ariel (piano e voz)
Participação especial de Roberto Simões (flauta)
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