À frente do sucesso de restaurantes e hotéis, Alan Victor alia comunicação e conteúdo na valorização de identidades


Aos 29 anos, e trilhando uma precoce, e bem-sucedida trajetória desde os 17, o empresário, promoter, assessor de comunicação e criador de conteúdo conta em seu portfólio com 25 restaurantes cariocas, além de no setor de hotelaria cuidar da comunicação do Pestana Hotel Group, e possuir em sua agência mais de 30 marcas fixas. Ele analisa como fazer a diferença na atuação com os clientes, compartilha boas práticas sobre o empreender e dá dicas como tem explorado o turismo de luxo aqui e no exterior. Comenta ainda sobre a cena gastronômica carioca e a importância de construir laços genuínos de empatia e amizade na vida profissional e pessoal

Em tempos fluidos onde, infelizmente, ‘parecer’ muitas vezes tem sido mais valorizado do que ‘ser’, pessoas com propósitos, conteúdo e diferencial nas trajetórias profissional e de vida, que conseguem transformar tudo isso em uma carreira bem-sucedida, tornam-se sinônimo de sucesso autêntico. Assim tem sido para Alan Victor, empresário, promoter, assessor de comunicação e criador de conteúdo, que conta em seu portfólio com 25 restaurantes cariocas. Entre eles, Sardinha Taberna Portuguesa, DarkCoffee, D’Amici Ristorante, Yujo, Éclair Cafeteria e Bistrô, Hills, Artesanos Bakery, Café Cultura, Oggi Pizza Napoletana, Fare Trattoria e Bar dos Pescadores. No setor de hotelaria, ele cuida da comunicação do Pestana Hotel Group, o que inclui o Pestana Rio Atlântica, localizado em Copacabana, o Pestana São Paulo, que fica nos Jardins, e o Pestana Curitiba, no Batel. “Desde 2019, também assessoro o Camarote Rio Praia e sou responsável por realizar a comunicação de festas de Réveillon em Copacabana, como o Rio Praia Réveillon e o Réveillon no Pestana Rio Atlântica”, lista Alan, acrescentando: “Tenho mais de 30 marcas fixas na agência e diversas outras que trabalhamos em ações pontuais, como lançamentos e inaugurações. São mais de 5 mil contatos salvos no meu WhatsApp profissional”. Mas a pergunta que não quer calar é: como ele tem conseguido equilibrar seu crescimento como empreendedor, com a qualidade que acompanha seu nome?

Da nossa primeira entrevista com Alan há quatro anos, um caminho sólido vem sendo trilhado. Para comandar todas as ações em prol da visibilidade dos seus clientes, ele conta que tem sido fundamental exercitar a visão analítica e macro, além de disciplina e a cabeça aberta para o que o mercado respira. “Meu trabalho faz parte de todos os momentos do meu cotidiano. Desde a hora em que acordo até quando vou dormir. Estou sempre ligado às minhas atividades. São mais de dez horas de trabalho por dia. Com a ajuda do mundo digital, consigo adiantar muita coisa online, o que facilita a minha organização. E na minha equipe hoje conto com cinco pessoas, mas faço questão de participar de todos os processos. Preciso descentralizar mais, porém ainda é um desafio desapegar de algumas etapas”, reconhece.

Alan Victor: sucesso de restaurantes e hotéis tem que aliar identidade e serviço de qualidade (Foto: Pino Gomes)

E Alan compartilha as boas práticas que se tornaram um diferencial na sua atuação: “Duas coisas são primordiais: profissionalismo e foco em resultado. Quando um cliente me contrata, meu principal objetivo é torná-lo conhecido e desejado, gerando assim um aumento no seu faturamento. Faço isso através do trabalho de assessoria de comunicação, gestão de redes sociais e promoção da marca por artistas, criadores de conteúdo e profissionais de diversas áreas. Sou contra a panelinhas, e meu objetivo é sempre ‘furar as bolhas’, por isso consigo entregar resultados quantitativos e qualitativos”.

Alan está à frente também do guia “Rio Fácil”, com dicas de gastronomia, hospedagem e eventos (Foto: Pino Gomes)

Ele também tem divulgado o turismo de luxo no Brasil e no exterior, e observa o que procura valorizar: “O que muita gente pode não saber é que o luxo vai muito além da ‘ostentação’. Particularmente, eu acho que luxo é acordar diariamente com saúde para poder realizar nossos sonhos, o luxo está nos detalhes, no cuidado com o outro, na forma de se comunicar. A exclusividade também faz parte desse mundo, e é algo que tenho buscado cada vez mais através de experiências personalizadas”.

Amo viver o Brasil intensamente, mas conhecer outros países amplia a nossa visão artística, cultural e nos faz pensar fora do padrão habitual. Aproveito para conhecer e valorizar a gastronomia e as formas de consumo de cada local – Alan Victor

Na sua visão, Alan, qual é o futuro do turismo de luxo? “É uma tendência conhecida como ‘quiet luxury’, ou ‘luxo silencioso’. Isto é, quando os consumidores estão mais preocupados com questões como sustentabilidade, diversidade e acessibilidade, ao invés de chamar a atenção para o seu poder de compra”. E comenta: “Recentemente, viajei com uma criadora de conteúdo, e fiquei assustado com a forma com que cria um universo de mentiras e ilusões por achar que isso é necessário para fazer parte de um mundo ao qual ela não pertence. Infelizmente, isso a faz perder totalmente a essência e, principalmente, a elegância”.

O luxo precisa ser leve. Vejo muitas pessoas focando na ostentação e criando um mundo de mentiras para satisfazer o outro, perdendo totalmente a elegância – Alan Victor

Apaixonado por turismo e gastronomia e vendo nas duas áreas uma perfeita comunhão cultural, Alan Victor avalia: “É possível conhecer muito de uma sociedade através da gastronomia. Gosto de viajar para experimentar novos sabores e viver novas experiências. Sempre pesquiso muito sobre lugares históricos e que carreguem um conceito. Para quem deseja fazer esse tipo de turismo, a minha dica é que consulte blogs, sites e matérias sobre o tema, e assim, tentar tirar as melhores experiências. Também é muito importante estar aberto às possibilidades. Planejar a viagem é ótimo, mas é sempre bom deixar dias livres, pois com certeza têm experiências que só vão ser descobertas no decorrer dos dias”.

"É possível conhecer muito de uma sociedade através da gastronomia" (Foto: Daniel Costa)

“É possível conhecer muito de uma sociedade através da gastronomia” (Foto: Daniel Costa)

Alan também analisa sobre a cena gastronômica carioca na qual está fortemente inserido: “O Rio tem um potencial gastronômico gigantesco e chefs talentosíssimos. Mas também é preciso valorizar quem está começando, dar oportunidades. Infelizmente, é muito comum valorizarem sempre os mesmos lugares e chefs. Mas isso é um comportamento do ser humano. É sempre um jogador da vez, um chef da vez, um ator da vez, um arquiteto da vez e assim por diante”.

Sobre influência

Sobre o poder da influência nas redes, o criador de conteúdo também alerta: “Hoje em dia, infelizmente, alguns influenciadores estão se vendendo e perdendo a essência de quando começaram. Muitos divulgam lugares como ‘ótimos’, apenas por dinheiro ou para ‘viralizarem’. Temos muitas páginas de ‘classificados’ na internet, com apenas propagandas disfarçadas de experiências. É muito importante ter um equilíbrio no conteúdo. Perfis como esses, além de cometerem crime, acabam descredibilizando todo o mercado de comunicação. Vale lembrar, que deixar de identificar o conteúdo como publicitário é mais do que uma falha ética: pode gerar problemas com o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e consequências legais por ferir o Código de Defesa do Consumidor. Inclusive, é necessário que haja mais fiscalização. A internet é um recorte dos melhores momentos das nossas vidas, então nunca podemos nos comparar a nenhum criador de conteúdo ou profissional”.

O Rio que vem dando certo é o dos eventos, das belezas naturais, da alegria contagiante, da gastronomia diversificada e das oportunidades. Mas a segurança pública ainda é algo que precisa urgentemente de atenção. Essa cidade não merece tanta violência – Alan Victor

O caminho

Hoje, com 29 anos, Alan começou aos 17 a empreender, quando ainda morava com os pais, em Araruama. E nos contou que tudo começou quando conheceu uma empresa que produzia sacos de pães e neles vinham diversas propagandas. “Ali achei uma oportunidade bacana e trabalhei com isso por um ano. Na primeira etapa eu tinha que cadastrar padarias e mercados da região para receber os saquinhos sem custos, depois eu corria atrás de loja em loja para vender os espaços publicitários. Saía da escola e ficava até tarde fazendo isso, foi ótimo para mim, por ser novo e ser uma ideia diferente, muitos empresários de Araruama, na Região dos Lagos, faziam questão de ter um espaço no saquinho. Sendo assim, acabei conhecendo a maioria dos proprietários de lojas de Araruama”.

Sou um eterno sonhador buscando realizá-los. Nem sempre o caminho para isso é o mais fácil ou o óbvio, precisamos muitas vezes criar as oportunidades – Alan Victor

Alan Victor: "Sempre existem formas de inovar" (Foto: Pino Gomes)

Alan Victor: “Sempre existem formas de inovar” (Foto: Pino Gomes)

Hoje, olhando para trás, com mais experiência, faria algo diferente, Alan? “Não me arrependo de nada, mas talvez se eu pudesse recomeçar, me blindaria mais para enfrentar a maldade de profissionais frustrados e inseguros presentes no mercado de comunicação. Me orgulho de ter conquistado meu espaço sozinho, com muita ética, sem passar por nenhuma agência ou assessoria já existente”.

Alan mora a menos de dois anos em Copacabana, mas já morou em Araruama, na Região do Lagos – lugar que também lhe rendeu contatos, trabalho e experiência como frisamos – e na Zona Norte do Rio. E ao pensar no universo muitas vezes glamuroso em que circula, ele divide como mantém os pés no chão:  “Algo fundamental é sempre olhar de onde viemos e onde queremos chegar. Vivo muito o presente, mas quando pensamos na nossa essência, precisamos, sim, revisitar o nosso passado. Ouço de muitas pessoas que continuo sendo o mesmo Alan de anos atrás, e isso me enche de orgulho. Em um mundo repleto de desafios e egos, é muito difícil se manter leve. Acabamos muitas vezes criando uma barreira por conta de situações vividas com pessoas que não mereciam a nossa amizade ou parceria. Mas sigo sempre aberto a novas possibilidades, porém muito mais atento e com uma bagagem de aprendizados. Errar uma vez ok, a segunda já é burrice, e a terceira, eu não admito”.

E faz questão de deixar algumas dicas para quem está começando: “Olhe ao redor e veja o que pode ser feito melhor. Sempre tem algo que pode melhorar! Por exemplo, quando eu era apenas criador de conteúdo, recebia convites de assessorias de imprensa e agências, porém não vinham com um release ou briefing. Percebi que sempre focavam nos mesmos grupinhos de criadores de conteúdo e jornalistas, e também usavam os clientes para se autopromover, esquecendo das principais funções do seu trabalho. Sem contar, que a maioria não realiza ações com micro criadores de conteúdo ou artistas e celebridades do momento. Então, vi a minha oportunidade de empreender como assessor de comunicação. Posso dizer que participo ativamente de todas as estratégias de marketing e dou sugestões nas operações”.

"Olhe ao redor e veja o que pode ser feito melhor. Sempre tem algo que pode melhorar!" (Foto: Diana Cabral)

“Olhe ao redor e veja o que pode ser feito melhor. Sempre tem algo que pode melhorar!” (Foto: Diana Cabral)

Quais são os desejos hoje? “Sou apaixonado pelo Brasil, quero muito estar mais presente em ações nas principais manifestações culturais brasileiras, além, é claro, do Carnaval do Rio. Mas me interesso por outros eventos, como o Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, as festas de São João no Nordeste, o Rock in Rio, entre outros. Quero também atender grandes marcas que tenham propósitos ambientais e sociais. Tenho muita vontade de cuidar da comunicação de algum shopping. Acho que esse segmento ainda não evoluiu para as novas formas de comunicar e criar desejo”.