O mercado de entretenimento cresce e a disputa para uma forma criativa de cativar o cliente é enorme. Alguns empresários buscam no mercado internacional e outros no comportamento carioca para investir na forma criativa de vender diversão e gastronomia. O Saia da Caixa de hoje conversou com João Diniz de Almeida Porto, escorpiano de 45 anos, que teve empresa de entretenimento, casa noturna, criou a rede Banana Jack, mas depois vendeu. Hoje, o empresário tem a Rede Blá Blá Champanheria, com atualmente 3 casas: uma na Barra, Jacarepaguá e uma recém-inaugurada no Jardim Botânico. “Tenho ainda o Blankara Dinner Club com uma proposta de unir gastronomia e entretenimento, com lugar pra dançar, DJ e atrações como show de música ao vivo e apresentações de Sax Live”, comenta João.
Foto: Miguel Moraes
“Me defino como um carioca, nascido e criado no Rio de Janeiro, apaixonado pela cidade, por entretenimento e gastronomia. Meu desejo é poder contribuir para a evolução dos mercados nos quais atuo, não só proporcionando melhores experiências ao público, mas também levando meu conhecimento para outros empresários. Busco sempre criar propostas diferenciadas em cima das minhas paixões. Costumo dizer que não vendo comida, nem bebida, proporciono experiências. Tenho desejo que haja uma igualdade maior entre os seres humanos, gosto de ajudar as pessoas e procuro sempre fazer isso, aproveitando minha influência e prestígio junto ao empresariado carioca a amigos. Ajudo algumas instituições de caridade de forma frequente. Esse é um projeto forte na minha vida. Ajudo com doações a AMAR, em Vila Isabel, que acolhe crianças e adolescentes em situação de risco. Colaboro também a uma instituição de famílias refugiadas da África e da Síria a IKMR, fazendo almoço para essas famílias”, conta o empresário que, além de tocar pessoalmente as casas e fazer trabalhos sociais, gosta muito de estar com a família, de praticar esportes. É faixa preta de jiu-jitsu e aprecia uma praia, natureza e comer bem.
Foto: Miguel Moraes
“Conhecer lugares novos, provar novos pratos, me proporciona não só momentos de lazer e vivência em família, mas também acabo fazendo pesquisa para o meu trabalho… porque vivo nessa eterna pesquisa”, afirmou.
Segundo João, o mercado do Rio de Janeiro tem muito a crescer e se desenvolver, desde propostas até serviços, tanto em termos de inovação quanto de qualidade. “Ainda há muito a evoluir e quero contribuir pra isso, somando, trazendo novas propostas”, frisou. O empresário é sócio gestor das empresas. Vive dia e noite em função das suas quatro casas, tanto na parte de administrativa quanto na operacional.
Foto: Miguel Moraes
“Sou o segundo filho de quatro irmãos, e cresci numa família tradicional. Meu pai é arquiteto e a minha mãe (que faleceu há alguns anos) era médica. Meus irmãos sempre foram estudiosos e eu fui o cara fora do padrão. Apesar de ser muito querido, carismático, eu era muito acelerado. Fui diagnosticado com TDAH, até por isso, não era muito estudioso, porque era acelerado, não conseguia me concentrar muito e não me encantava com nenhuma faculdade. Eu fui o único que não me formei. Meus irmãos são médicos, engenheiros… Eu fui buscar minha formação na vida. Desde muito cedo, eu sabia que queria ter meu próprio negócio, que queria fazer algo diferente de tudo o que via. Mas não existe uma formação completa para empreendedor. Existem alguns cursinhos, mas não algo que te forme para empreender”.
Foto: Miguel Moraes
João sempre se sentiu fora da caixa. Tentou de tudo: Direito, Administração, Jornalismo, mas não conclui nenhuma das faculdades. “Sempre quis quebrar regras, mas de uma forma positiva. Quero continuar trabalhando no que eu amo, ampliando meus negócios para Brasil. Quero sair do Rio de Janeiro e estabelecer uma rede nacional da Bla Blá. Comecei o ano com a abertura de uma nova casa no Jardim Botânico. A de Jacarepaguá está em reforma para ampliar o espaço, já tenho pedidos de franquia para Belo Horizonte e Brasília, além de estar estudando o mercado de São Paulo e analisando a abertura de mais um ponto na Zona Sul”.
Foto: Miguel Moraes
“Meus desafios são trabalhar. É um prazer… por mais que eu trabalhe 18 horas por dia, nunca é um fardo. Costumo dizer: faça aquilo que você ama. Mas o meu maior desafio de vida é preparar meus filhos para serem pessoas de bem, felizes e bem-sucedidos. Outro desafio é conseguir cuidar de todo mundo… Eu gosto muito de cuidar de quem está à minha volta, instruir, ajudar de diferentes formas, a funcionários, filhos, família, amigos, as instituições… Tenho esse senso de proteção muito grande e dar conta disso tudo é sempre um desafio”.
Foto: Miguel Moraes
João, que quando criança queria ser jogador de futebol, pois amava bola e praia, nos aconselha: “Sair da Caixa é não se acostumar em ver a vida da forma que todo mundo vê. Não aceitar padrões. Você tem que se cobrar constantemente para observar as coisas de outras ângulos. Tem que exercitar esse lado o tempo todo. Sempre se preguntar o que poderia fazer diferente com relação a tudo, o tempo todo: relacionamento, trabalho, as pessoas na rua. Estamos sempre vendo a vida somente pela nossa ótica. Então, precisamos tentar sair dessa zona de conforto”.