Um novo estilo de boteco vem enchendo a esquina da Rua General Urquiza, no Leblon, Zona Sul do Rio. É o Riba Botecagem, dos sócios Artur Isola, Renata Araújo e Charles Chiapetti. HT conversou com o arquiteto italiano Artur, que veio para o Brasil há seis anos, idealizador de todo o conceito: “Na minha cabeça e cultura, com 35 anos de Europa, é obvio ir em qualidade, mas aqui não é bem assim. As pessoas não vão necessariamente onde são bem atendidas, o primeiro lugar é o point, é a tradição. Então, pensei em fazer um boteco no estilo dos italianos, com um serviço de comida e bebida de qualidade, um espaço na rua, típico do carioca, com bom atendimento”.
Para executar a ideia, o italiano se juntou com a nutricionista petropolitana Renata, que ajuda a bolar as receitas que saem da cozinha, e o churrasqueiro paranaense Charles, envolvido na preparação das carnes. Além de todo esse time, alguns pratos contam com elaboração exclusiva do chef paulista André Milano. “Eu fui em São Paulo procurar os meus profissionais, porque lá tem uma cultura de qualidade bem maior. Como já sou arquiteto, eu pedi uma ajuda para um escritório de lá, a Superlimão, e eles tiveram umas sacadas muito boas. A decoração, por exemplo, veio do projeto já que o espaço é pequeno”, conta.
No menu, delícias como o croquete de costela bovina, sem farinha nem ovo, em massa de batata-baroa, o suculento sanduba também de costela, com broto de agrião e tomate confit, no pão de malte integral, a linguiça de pernil,acompanhada de mostarda de Dijon e chutney de pera no recheio da baguete francesa. De entradinhas, recomendamos a linguiça artesanal com farofa crocante de linhaça e jiló acebolado e a conserva de filé de atum cozido em azeite extra virgem, tomate e pimentões coloridos, servida com mix de pães da casa.
Para beber, o bar oferece uma seleção de cervejas especiais e as da casa, apelidadas de Riba Pilsen e a IPA. “A receita foi feita por mim em conjunto com um cervejeiro de Petrópolis, com referêcias à cervejas europeias, italianas, produzidas com água da nascente. Elas são o carro chefe da casa, porque tudo que tem hoje no boteco é exclusivo, o pão é artesanal, os molhos, as linguiças, vinhos bons, importados da França. Nada é óbvio aqui, a exigência foi criar algo exclusivo para fugir da crise. Muita gente tem procurado qualidade, e tem visto pouca proposta”, explica Isola.
O estabelecimento abriu há mais ou menos um mês e tem sido point na região, com happy hours e DJs. Com mesas sempre lotadas, o italiano fala que a maioria do público é feminino, acima de trinta anos, que gosta de beber um bom vinho. “O padrão dos frequentadores é bem claro: são pessoas que sabem do que estão falando, sabem recolher a proposta de um híbrido entre boteco e restaurante com atendimento de qualidade com boa comida, drinques saborosos em um ambiente charmoso”, analisa e ainda adianta: “Ainda é cedo, mas se o conceito emplacar e se conseguirmos fidelizar os clientes, podemos abrir uma segunda, uma terceira”.
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