Chegou o grande e esperado último dia (Dia 1, dia 2, dia 3, dia 4, dia 5 e dia 6) de aventuras deluxe pelo Vale Sagrado peruano, no programa de multiatividades criado especialmente para a gente pela Lares Adventure. Era o momento da cereja do bolo Inca: as ruínas de Machu Picchu. Dormimos pouco, já que precisávamos estar prontos para deixar o hotel Sumaq às 6h30 da manhã, o que significava que precisaríamos acordar pelo menos 90 minutos antes disso para nos paramentar, fechar as malas, fazer check out e tomar um café reforçado para enfrentar o longo dia de subidas e descidas que viria pela frente.
Pois bem: na hora exata estávamos todos prontos e contando os segundos para entrar no ônibus que nos levaria até o topo das ruínas. Os tickets podem ser comprados na hora – por cerca de US$24 – e a entrada para o complexo arqueológico precisa ser adquirido com antecedência pela internet ou no centro de vendas de Águas Calientes. A gente não precisou se preocupar com nada, já que a turma da Lares tinha tudo em mãos para nosostros. Sorry, periferia!
O sol estava começando a sair e o céu ficando azul, bem lindo, como de um cartão postal de fato, derrubando todas as previsões de chuva que os aplicativos metereológicos insistiam em nos colocar goela abaixo durante toda a semana. Para nossa sorte, todos estavam errados. Começamos a subir a estrada confortavelmente instalados em nossos ônibus – já que também pode-se subir a pé – e, em cerca de 25 minutos, já estávamos prontos para entrar. Carimbamos nosso passaporte logo na entrada com o stamp de visita a Machu Picchu – um opcional que garante as boas recordações – e seguimos em direção à Porta do Sol, um dos pontos mais altos para se avistar as ruínas.
De lá, começamos a ouvir a explicação dos nossos guias Johan e Andres, sobre a (re) descoberta das ruínas em 1911, quase que por acaso, pelo norte-americano Hiram Bingham que comandava uma expedição da Universidade de Yale. Machu Picchu, em quechua, significa velha montanha, e fica a 2400 metros de altura acima do nível do mar. Depois de enfrentar cerca de duas vezes essa altitude, já estávamos tirando de letra a questão do ar rarefetio. Estima-se que a cidade fora construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti, o último imperador inca, e que usava o local, de acordo com as teorias, como um refúgio ou, como nos disse um dos guias, como uma espécie de universidade Inca, onde se estudava agricultura, religião, astronomia e outras modalidades.
Um detalhe, aliás, que pouca gente sabe é que toda aquela lindeza que vemos é composta de apenas 30% da cidade original, o resto foi todo reconstruído para que se entenda melhor as muitas peculariedades do complexo. As áreas reconstruídas, aliás, são facilmente reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras maiores e com encaixes com pouco espaço entre as rochas, num trabalho muito bem feito e impressionante. Já na reconstrução, as pedras são disformes e quase que amontoadas, para deixar claro o que é original e o que foi refeito. Lá de cima, da Porta do Sol, conseguimos ver com bastante clareza as duas grandes áreas principais de Machu Picchu: a agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada com os templos, mais arredondado, ao centro, e o templo do condor, em que uma grande pedra foi esculpida para lembrar o Condor, a ave sagrada dos Incas, que representava o mundo dos meus, praças e mausoléus reais.
Depois de muita explicação, muitas fotos, selfies e suspiros, era hora de descer e começar a desbravar os corredores, escadas, templos e casas de Machu Picchu para ver e perto tudo o que tinhamos só em teoria até então. Era minha segunda vez nas ruínas em menos de um ano, mas o brilho do sol, as ruínas quase vazias, por ser muito cedo – ótima escolha ter madrugado por lá! -, e todo o caminho que percorremos para chegar até ali me fez ficar emocionado. É tão bonito quando a gente entende que está exatamente no lugar onde gostaria de estar naquele momento. Eu olhei em volta, olhei pra mim, pensei na vida, em tudo o que me cercava e só me restou agradecer – mais uma vez – à Pachamama – a mãe terra – por me trazer de volta a um dos lugares mais especiais em que já estive.
Ficamos por ali por cerca de quatro horas, caminhando ora com o guia, ora por conta própria, ora sentado na grama, ora subindo e descendo escadas até os pés não mais aguentarem. Era quase uma da tarde quando começamos o processo de voltar para a civilzação e à vida real. Mais uma vez uma pequena fila para o ônibus, ladeira abaixo por mais 20 minutos e pronto: estávamos de volta a Águas Calientes, onde um almoço bem especial nos esperava em um dos hotéis mais incríveis da cidade: o Inkaterra Pueblo.
Embarcamos no Inca Rail em direção em Ollantaytambo logo depois da sobremesa – já que era só atravessar a linha do trem que já estávamos na estação – e uma hora e meia depois estávamos entregues na nossa última parada dessa aventura maravilhosa pelo Peru: o espetacular hotel Sol y Luna, que fica na cidade de Urumbamba. Roberto Bitelman, dono da Sul Hotels, representante dos hotéis mais charmosos da América do Sul, estava nos esperando para mostrar nossos quartos dignos de superstar em pleno Vale Sagrados.
O meu era o de número 44, mas se tratava, na verdade, de uma mansão, com direito a ofurô na varanda, banheira de mármore no quarto, cama macia e que cabe um reino inteiro, sala, antessala, closet e uma mesa de doces e frutas me esperando para recompor as energias. A vontade era de morar ali para sempre, ainda mais depois do jantar delicioso no restaurante do hotel – que é aberto ao público – com direito a um show de cavalos para arrematar um dos dias mais especiais da viagem. Depois de tudo isso, só me restava dormir, mais feliz do que nunca, e torcer para que não demore muito para voltar ao Peru.
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