Laura Neiva é muito mais do que um rostinho belíssimo na televisão. Isso porque a atriz de 22 anos deu uma pequena pausa na carreira artística para se dedicar a trabalhos voluntários com animais abandonados e feridos em um intercâmbio na Índia que, segundo ela, foi transformador. A viagem, que durou cerca de um mês, poderia ter sido para a badalada Nova York ou até mesmo para a romântica Paris ao lado do namorado Chay Suede, mas, no entanto, a jovem embarcou mesmo em busca de autoconhecimento. E não havia lugar melhor para isso acontecer. Em entrevista exclusiva ao HT, ela contou de onde surgiu toda essa paixão por animais e o que ela encontrou pelo caminho.
“Eu tenho uma relação muito forte com eles e queria muito ajudá-los de alguma forma, até mesmo penso fazer mais coisas assim no Brasil, então senti que essa experiência seria transformadora”, explicou ela afirmando que os primeiros contatos com os bichinhos a deixaram um tanto quanto mexida. “O primeiro dia foi muito impactante, tive que segurar o choro. Depois deixei o sentimento um pouco de lado para colocar a mão na massa. Depois fui me acostando com o dia a dia”, comentou ela, destacando o que mais de interessante encontrou no país. “Tudo é muito colorido e bonito. Fiquei encantada pelas cores e pelas comidas. Cada pedacinho tem muita informação. E é tudo muito diferente da nossa cultura”, contou.
Laura, que tem diversos cachorros em sua casa, viajou a convite da empresa STB, onde decidiu de última hora mudar seu roteiro para mergulhar de cabeça nessa empreitada. “A principio eu ia para Nova York para me especializar em um curso de atuação e melhorar o meu inglês, e nesse meio tempo eu descobri que eles também tinham esse projeto de trabalhos com animais e eu acabei indo. É muito engraçado, porque parece clichê, mas a gente só se dá conta de tudo que viveu e dá valor a tudo o que a gente tem depois que você passa por situações extremas”, contou ela, que ainda revelou como eram suas atividades de campo. “Eu tinha que colocar a mão na massa o dia inteiro. Só de conhecer a realidade daquele povo já foi muito chocante. Eu fui tomar conta de um abrigo para animais maltratados e deixados na rua e em um hospital veterinário. Eu tinha que lavar pratos e com o tempo eu passei alimentar os animais. Mas alguns eu confesso que não tive coragem. Um dia eu estava alimento macacos até que um quase me mordeu e eu desisti deles”, relembrou, aos risos.
De acordo com ela, sempre foi um sonho fazer algo deste tipo, mas fato é que por conta da vida corrida ainda não havia tido uma real oportunidade. Apesar de ter recebido algumas críticas sobre a escolha do roteiro, ela não se arrepende da viagem. “Seria uma grande oportunidade de fazer trabalhos sociais. E como eu não sabia nem por onde começar, a empresa me mostrou esse caminho. Foi um momento que fazia muito sentido na minha vida passar por isso tudo e ainda faz. Sempre surge aquela questão: ‘por que ir para a Índia se tem animais aqui?’. Isso me incomoda, porque geralmente quem fala esse tipo de coisa está sentado sem fazer nada pelo próximo, mas acho que cada um tem que fazer sua parte da maneira que acha melhor. Ninguém sabe o que se passa na minha vida”, desabafou ela, afirmando ainda que sua divulgação serviu para colocar luz no assunto. “Acho que no meu caso foi legal falar sobre o tema para promover esse tipo de trabalho e para mostrar como é simples qualquer pessoa fazer isso. É uma viagem muito barata comparada com o aprendizado que se ganha”, avaliou a jovem atriz.
Mas como nem tudo são flores, apesar de ter conhecido lugares incríveis como Taj Mahal, Delhi e Agra e ter se identificado com a prática do Yoga, que praticou por lá, Laura ficou impressionada como o machismo atua sobre as mulheres do local. “Eu acho o movimento feminista muito importante. Apesar de ele sempre ter existido, hoje a gente tem muito mais liberdade para falar. Ódio gera ódio. Eu sempre acho que o respeito pelas ideias e pela igualdade é fundamental. Somos seres humanos e devemos todos sermos tratados iguais. Mas na Índia, por exemplo, a gente vê situações onde o machismo impera. Não chegou a me afetar, mas acho que lá as próprias mulheres aceitam esse posicionamento”, avaliou ela, que ainda segue sem data para voltar as telinhas. “Eu estou meio que decidindo o que vai acontecer na minha carreira, mas como estou em uma transição entre o Rio e São Paulo e ainda tem essa questão toda do cinema brasileiro, em que as produtoras estão se resolvendo pela questão da verba e incentivo à arte aqui no Brasil, ainda estou estudando como vai acontecer esse retorno”, completou.
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