Uma mansão colonial dos anos 1940 na Rua Saint-Roman, entre Copacabana e Ipanema, é o lugar onde o discreto e elegante hotel boutique de luxo Casa Mosquito se instalou de vez há quatro anos. Com crescimento de favelas na região, a rua, hoje porta de entrada das comunidades Cantagalo, Pavão e Pavãozinho, acabou perdendo a popularidade, mas, após a pacificação, a casa cheia de jardins e muito verde passou a atrair o público – principalmente turistas, que buscam uma hospedagem diferenciada dos tradicionais hotéis da cidade. Localizado em uma montanha dentro do bairro mais vibrante do Rio de Janeiro e apenas a alguns metros a pé das praias, a Casa Mosquito era um desejo dos franceses Benjamin Cano e Louis Planès, que sempre quiseram trabalhar no ramo. “Eles queriam comprar um hotel no Marrocos, mas, quando vieram de férias para o Rio, se apaixonaram. Foi assim que tudo começou”, contou Rosa dos Prazeres, gerente da casa.
A princípio, o nome causa estranheza, mas é só descobrir a divertida história, fruto de um sonho antigo dos proprietários, que logo se torna interessante. “Eles estavam de férias no sul da França e compraram uma escultura linda de um mosquito. Ela é grande, fica aqui embaixo no jardim. Agora tiramos para pintar e renovar, mas está em todas as fotos do hotel. Com a escultura em mãos, eles disseram que, um dia, teriam um hotel e se chamaria Casa Mosquito. Isso é a realização de um sonho”, explicou Rosa.
Com apenas nove quartos, o lugar mistura arquitetura vintage com o que há de mais moderno no design. Jean Luc Boucharenc e Rodrigo Cardoso foram os nomes responsáveis pela adaptação do casarão, enquanto a dupla de sócios franceses ficou a frente dos cuidados de decoração. O salão amplo coroado pela grande mesa de jantar de madeira, as cortinas brancas esvoaçantes e um tranquilo jardim tropical são o diferencial para quem se hospeda em um dos charmosos quartos com nomes de personalidades brasileiras. Tem desde Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Elis Regina, passando por Heitor Villa-Lobos, Carmen Miranda, Guilhermina Guinle e até Machado de Assis. Cada um com sua própria decoração e estrutura e serviço de primeira, integrado com o local onde está inserido. “A maioria das pessoas que trabalham aqui vem da comunidade. A Casa Mosquito e as favelas são uma coisa só, para que separar? A maneira de encarar o luxo mudou. Queremos algo saudável e confortável”, analisou Rosa. O simples, em sua opinião, é fascinante. “Hoje, pegar uma bicicleta, dar uma volta, tomar uma água de coco vendo o mar tem muito mais valor. A Casa Mosquito é um hotel de luxo, mas gostamos de preservar esse lado”, garantiu.
O terraço panorâmico é um show a parte. Com 350 metros quadrados, piscina de luz colorida e bar, o local tem uma vista inacreditável da cidade maravilhosa. “Dá para ver as comunidades Cantagalo, Pavão e Pavãozinho, o bairro de Copacabana desde o começo do Leme até o final, Ipanema e, atrás, o Morro Dois Irmãos. É uma vista lindíssima de 360º que, na minha opinião, é a cara do Rio”, disse Rosa. Imagine um réveillon com a vista, de camarote para os fogos? Benjamin e Louis realizaram. Ano passado, o primeiro ano novo da casa foi um sucesso e eles planejam repetir na virada para 2016. “A festa de 2015 foi incrível, com música, DJ, champagne, bufê a uma altura que vemos os fogos da cidade inteira. Esse ano vai ser ainda melhor, estamos muito animados”, contou a gerente. Não são somente os hóspedes que podem usufruir dessa virada de ano. “O réveillon é proposto para pessoas de fora também. Fazemos um pacote com tudo incluso”, garantiu.
Quem já tem programação para o ano novo, mas ficou com vontade de conhecer a vista pode comemorar. O hotel agora abre espaço para usar a piscina e o bar. “Começamos a oferecer para quem não é hóspede com apenas uma taxa de entrada e uma cartela de consumação. Nosso terraço já está superconhecido. Abrimos de terça a domingo, a partir das 15h. De manhã deixamos só para os hóspedes”, explicou Rosa.
Além disso, as receitas criativas de Celio Farias, chef residente, podem ser saboreadas em qualquer lugar do hotel. “Não temos restaurante. Os hóspedes comem no paço, na piscina, no quarto, no mesão da sala. É uma característica nossa. Todos os dias fazemos compras pela manhã e oferecemos diversas opções. A ideia é uma proposta caseira”, disse a gerente. A recepção charmosa vai além da comida. Quem circula pelo hotel frequentemente cruza com os proprietários, que moram ali, ou com a própria Rosa. “Eu fico por aqui sábado e domingo também. Tenho folga na segunda, mas nem todas eu tiro, depende do movimento. Sou gerente, então tem que segurar a barra, me sinto responsável. Se fizer esse trabalho e não se envolver, não funciona”, afirmou. O sucesso está mais do que explicado. Veja mais da Casa Mosquito na galeria abaixo:
Artigos relacionados