Quando se fala em alimentação natural, Andrea Henrique já é nome consagrado. A chef, que comanda com mãos firmes negócios de sucesso como a Detox in Box – uma empresa que entrega, em casa, opções de produtos orgânicos, sem lactose, glúten ou gorduras animais para uma alimentação mais saudável – e o Pomar Orgânico, restaurante com a mesma proposta natural, que tem nomes como Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini de sócios, lançou, no início desse ano, sua nova empreitada: a Pure Health. Explicamos: trata-se de uma linha de suplementação fruto de uma parceria com a Global Nutritional com produtos 100% naturais. “Sempre quando eu viajava, voltava com a mala cheia, porque não encontrava uma linha de suplemento vegana, sem glúten, transgênicos ou corantes. Tudo o que eu via aqui pelo Brasil eram linhas de suplementos com itens que são extremamente alergênicos. Comecei a sentir essa grande carência, de um produto de alta qualidade para o público que busca proteína sem lactose, caseína ou gordura. A nossa matéria-prima é toda importada, levamos um ano para desenvolver, foram muitas pesquisas com farmacêuticos, engenheiros de alimentos, nutricionistas”, contou Andrea.
Produtos como o Pure Thermogenic, o CamuVit, o Pure Rice e outros já são sucesso entre os consumidores. “Shakes de proteína de arroz, que substituem whey protein na mesma proporção, são muito procurados, mas o termogênico à base de gengibre, pimenta cayena e café verde é o produto mais vendido. Temos também glutamina e um shake de proteína de arroz neutro – sem açúcar ou corante – que pode ser usado em pratos salgados e doces. Nesse inverno, o leite de arroz tem uma pegada boa, é instantâneo, enriquecido com cálcio e vitamina”, explicou a chef, que ressalta sempre a importância de procurar a orientação de nutricionistas. “Até por que cada pessoa é única e precisa saber suas carências. Normalmente a suplementação é usada para os atletas, mas os veganos e vegetarianos também procuram muito, precisam de doses de proteína. Os meus produtos são uma linha vegana, mas eu fiz principalmente para a população enorme de mulheres que querem produtos sem glúten e lactose, porque sabem dos malefícios que têm”, disse.
Vegetariana “desde que nasceu”, Andrea se especializou na gastronomia voltada a esse conceito e já vendeu cerca de 100 mil cópias do livro “Detox – Programa para desentoxicar seu organismo em 7 anos”, que tornou-se best seller. “Fiz vários cursos fora do Brasil. Sou uma alquimista. Como trabalho há muitos anos na área fui desenvolvendo diversos pratos, porque eu via que as pessoas buscavam essas opções. Já são 15 anos de vivência e pesquisa”, contou ela, que acredita veementemente no que propõe. “Não é só ser vegetariano, até por que muitos comem mal. O meu conceito de vegetarianismo não inclui nada de soja, que eu tenho pavor. Fui buscar o que tinha de mais nobre na alimentação, com valor nutricional alto. Tem muito vegetariano que se joga no carboidrato, porque não sabe comer e eu tento provar que é possível alimentar-se superbem. Tenho 40 anos, malho, me mantenho magra – mesmo sendo chef – e, no meu livro, coloco uma explicação muito séria: quem desentoxica é o organismo, a alimentação só potencializa as funções do corpo”, destacou.
Falando nisso, qual a diferença entre uma dieta de emagrecimento e um detox, Andrea? “O detox não é dieta, é um conceito de alimentação extremamente natural que vai potencializar todas as funções do organismo. A dieta é prescrita e orientada por nutricionista, já o cardápio detox é optar por produtos naturais que não tenham passado por nenhum processo químico ou de industrialização, o que potencializa as funções naturais do corpo. Sem sódio e glúten tudo funciona melhor, como a eliminação de líquidos, etc. O meu livro de gastronomia vendeu quase 100 mil cópias e já mostra que as pessoas estão buscando esse conceito de alimentação natural”, contou ela, que oferece, em cada livro, 50 receitas, ou seja: um cardápio completo para fazer, em casa, desde o café da manhã ao jantar. Pensa que acabou? Pois Andrea voltou a dar cursos. “Estou abrindo a agenda. Dia 2 de julho vou para Belo Horizonte, dia 14, estarei em Miami, e dia 23, em São Paulo. Vou rodar o Brasil e outros lugares ensinando alimentação vegana, vegetariana, como fazer pães sem glúten… cada curso tem, em média, quatro horas”, disse.
Com tantos projetos caminhando, o cardápio do Pomar Orgânico não vai mais ser 100% assinado por ela. “Nesses dois anos, eu fiquei muito presa na cozinha, mas, a partir desse mês, estamos com um novo chef lá. Vou continuar como dona e chef executiva, mas não mais à frente da cozinha, tenho que focar nos outros projetos”, explicou.
O sucesso do restaurante, aliás, já atrai cerca de 180 inscritos em franquias. “Mas o Pomar só tem dois anos e, para abrir outro negócio, tem que estar muito padronizado. Temos um público muito bom. Nosso café da manhã, aos finais de semana, faz fila na porta. Investimos muito em alimentos sem glúten, pastas de sementes e o que foge do padrão só do vegetariano. Nossos bolos caseiros sem glúten são sucesso”, contou.
Falando em sucesso, como surgiu a ideia de ter Giovanna e Giane como parceiros? “Eles já eram meus clientes e abriram o Pomar, porque estão muito ligados ao conceito dessa alimentação que o restaurante propõe. É um negócio que investimos, porque temos afinidade entre sócios. Eles já conheciam meu trabalho. A Giovanna já era cliente do Detox in Box e acabamos entrando nessa empreitada. Ela é ativa, empreendedora, participativa. O Giane é espiritualizado, de fato tem essa consciência de que o Pomar oferece uma comida sagrada. Foi uma parceria que deu certo, e isso agrega valor, claro”, elogiou.
Para Andrea, o vegetarianismo e veganismo só tendem a crescer. “Porque não é modismo, é tendência. As pessoas estão com uma consciência maior do que comem e sabem que a questão não é só prazer, querem saber o que colocam para dentro e isso está muito ligado à compaixão por outros seres. A partir do momento que se tem consciência de respeitar o planeta, os animais, a dor de outro ser, a pessoa passa a não comer mais carne. Quando alguém me fala que eu mudei a vida por causa do livro, que a pessoa virou vegetariana, isso não sustenta. Só se, de fato, a compaixão bater dentro do coração. Se não tiver o filosófico por trás, a pessoa volta a comer carne”, afirmou.
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