Doc. de Juliette estreia hoje e Selton Mello diz: ‘Ela causou um senso de justiça. É uma Cinderela contemporânea”


A produção, que começou a ser filmada antes do fim do reality show, estreia nesta terça-feira (29) mostrando já no primeiro episódio a história da paraibana e um ‘cheiro’ do sucesso fenomenal que ela vem vivendo. E vamos poder constatar que viver espontaneamente é melhor que ‘lacrar’. Vem saber”

*Por Brunna Condini

“Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além”. A frase do poeta Paulo Leminski bem que poderia abrir a série documental de Juliette Freire, ex-BBB21, que estreia hoje na Globoplay, batizada ‘Você nunca esteve sozinha — O doc de Juliette‘. E a produção começa com a apresentação da paraibana, de forma simples e autêntica, como ela vem se mostrando: “Sou Juliette Freire, 31 anos. Sou de Campina Grande, na Paraíba. Também sou advogada, maquiadora, filha de dona Fátima. Sou ex-BBB”. Misturando imagens dela no BBB21 e trechos de depoimentos de ninguém mais do que Susana Vieira e Selton Mello (para começar), o doc. já diz a que veio de cara: emocionar mostrando a trajetória do fenômeno Juliette, que hoje só fica atrás do jogador Neymar Jr. entre os brasileiros mais populares na internet.

A série documental de Juliette Freire, ex-BBB21, estreia hoje na Globoplay, 'Você nunca esteve sozinha — O doc de Juliette'. (Reprodução)

A série documental de Juliette Freire, ex-BBB21, estreia hoje na Globoplay, ‘Você nunca esteve sozinha — O doc de Juliette’. (Reprodução)

A vencedora do ‘Big Brother Brasil 21’ que, recentemente, precisou explicar sua ausência das redes sociais após reclamações de seguidores, afirma que continua não fazendo ‘personagem’ para agradar ninguém. “Tenho um compromisso de ser real. Gostou? Agora, aguente”, responde Juliette, que entrou no confinamento com 3 mil seguidores no Instagram e hoje conta com 31,1 milhões de fãs só por lá — e outros 11,4 milhões no TikTok, 3,1 milhões no Twitter e 1,2 milhão no Facebook. Agora, além de embaixadora da Globoplay, ela é tema de série e celebra a produção que tem seis episódios, liberados semanalmente na plataforma, com depoimentos de familiares, amigos e artistas que viraram fãs da ‘rainha do carisma’. É fato: tudo que Juliette vem tocando vira ‘ouro’, engaja. Sejam lives, publicidade e agora a promessa de audiência da série. “Ela conduziu tudo que viveu no BBB de um jeito inteligente, mas espontâneo. O que Juliette causou na gente foi um senso de justiça. É uma ‘Cinderela’ contemporânea”, diz Selton Mello, no primeiro episódio. “A gente ainda tem esperança na humanidade. Ela se tornou um ídolo”, completou Susana Vieira.

Selton Mello sobre a vencedora do BBB21, Juliette: "Ela conduziu tudo que viveu no BBB de um jeito inteligente, mas espontâneo. O que ela causou na gente, foi um senso de justiça" (Reprodução)

Selton Mello sobre a vencedora do BBB21, Juliette: “Ela conduziu tudo que viveu no BBB de um jeito inteligente, mas espontâneo. O que ela causou na gente, foi um senso de justiça” (Reprodução)

O documentário começou a ser filmado antes da final do BBB, colhendo histórias e imagens da sua trajetória, mostrando inclusive, que durante o reality Juliette tinha torcida até internacional, passando pelos Estados Unidos, Moçambique, Angola e Portugal. Ela ganhou o Brasil e o mundo é o limite. Mas a produção faz questão de exaltar sua origem para ilustrar como vem se comportando na jornada. “Minha família é pobre. Sempre tive dentro da minha casa um laboratório da sociedade. Viemos de comunidade, então a criminalidade era algo muito presente em nossas vidas. Já vi assassinato na minha frente e eu não pude fazer nada, já vi casas serem derrubadas por enchentes, e nós buscando refúgio no estudo e no trabalho. Então, meu olhar sempre foi construído no coletivo, sempre pensei nas necessidades dos meus irmãos também. Tudo que eu sou, esse lugar de empatia, de me colocar no lugar do outro, devo à minha estrutura familiar. A gente trabalhava muito para ter o mínimo”.

Mas qual é o segredo de Juliette? Existe um? Ela veio como uma espécie de heroína em um momento que o país não aguenta mais crises, escândalos e desamparo. Ao invés de ‘lacrar’, acolheu e pediu acolhimento, coisa que nem sempre teve dentro do jogo, já que foi muito rejeitada e criticada por outros participantes. Aceita pelo público que tem preferido a autenticidade à perfeição, ela saiu vitoriosa, no melhor estilo ‘os humilhados serão exaltados’. Mas o melhor na jornada que lhe conduziu ao estrelato, é que não tem ‘vingança’, tem ponderação, continua tendo empatia e compreensão. Mesmo depois da ‘explosão’ de sucesso, compromissos e de todas as mudanças que lhe deram a oportunidade de cantar músicas com Gilberto Gil e Elba Ramalho, ela parece continuar impondo seu ritmo à vida que cisma em correr acelerada ao sabor dos acontecimentos. É pé no chão, que chama.

Juliette entre os pais, a cabeleireira Fátima e o mecânico Lourival (Arquivo)

Juliette entre os pais, a cabeleireira Fátima e o mecânico Lourival (Arquivo)

E a série mostra também o porquê disso. Contando que antes do reality, a filha de dona Fátima e seu Lourival, uma cabeleireira e um mecânico, e a única da família de cinco filhos a ter ensino superior, se formou em Direito e tornou-se maquiadora enquanto estudava para realizar o sonho de ser delegada. Começando a trabalhar ainda criança no salão de beleza da mãe, que também a ensinou a ler e escrever. E, apesar de todas as dificuldades, foi a perda avassaladora da irmã Julienne, aos 17 anos, que morreu em decorrência de um AVC, que a marcou para sempre.

“Minha irmã era minha filha. Lembro exatamente o cheiro da pele dela. Eu a protegia, cuidava, educava. Ela era livre, uma pessoa muito boa, feliz. Até esse episódio Julienne nunca havia tido uma dor, era saudável, atleta. Então, posso dizer que já passei muita coisa na vida, mas nunca desisti. Chorei muito, mas também vivi muitas coisas boas, de alegria. Mas nunca imaginei na minha vida que seria tão amada quanto agora”.

O povo ama a paraibana. Tomara que ela siga sendo essa Juliette, que superou as adversidades tendo o público como parceiro da sua trajetória. Por hora, aguardemos os próximos episódios na série e na vida.

"Posso dizer que já passei muita coisa na vida, mas nunca desisti. Chorei muito, mas também vivi muitas coisas boas, de alegria. Mas nunca imaginei na minha vida que seria tão amada quanto agora" (Reprodução0

“Posso dizer que já passei muita coisa na vida, mas nunca desisti. Chorei muito, mas também vivi muitas coisas boas, de alegria. Mas nunca imaginei na minha vida que seria tão amada quanto agora” (Reprodução)

“O maior diferencial desse projeto é a profundidade com que mergulharemos no passado da Juliette e também nos primeiros momentos pós-BBB. Como a ficha do sucesso foi caindo? Que escolhas ela teve que fazer? O que muda na vida de uma pessoa que entra anônima no maior reality show do país e sai com mais de 20 milhões de seguidores? Como ela encantou a todos em 100 dias e se transformou em namoradinha do Brasil?”, analisa a diretora-geral Patricia Carvalho sobre os principais pontos abordados no documentário.