*Por Brunna Condini
O ano de 2024 foi especial para Dira Paes. Apesar de 2025 ser emblemático pelos 40 anos de carreira a celebrar, este ano a atriz continuou primando pelo frescor e pela experimentação artística, o que garantiu a versatilidade que enriquece seus trabalhos. Ela, que tem 50 filmes no currículo, estreou como diretora em ‘Pasárgada‘ (O roteiro também é de Dira que protagoniza a história). O filme passou por grandes festivais e estreia esse mês no catálogo Globoplay. No momento também roda mais um longa ‘Agentes Especiais’, no qual interpreta ‘Onça’, uma chefe de quadrilha. Esse caso de amor com o cinema vai fazer você querer dirigir novamente? “Essa foi uma porta que se abriu e eu não quero fechar. Tenho pensado em alguns projetos que têm me estimulado a criatividade e também na dimensão da realidade, da possibilidade de eles acontecerem. Além disso, estou aberta como atriz a todos os caminhos. Quero boas personagens, boas possibilidades de diversificar o olhar sobre mim. Tenho alguns filmes para estrear ano que vem, a série ‘Pablo e Luizão’, idealizada pelo Paulo Vieira, pelo Globoplay; e mais algumas empreitadas que ainda estão se concretizando. Estou muito feliz”.
Ela também gravou uma participação no especial do Rei Roberto Carlos que vai ao ar na Globo no dia 20 de dezembro e aqui nos conta sobre os bastidores. Além disso, estará na próxima temporada de ‘Encantado’s‘ com sua inesquecível personagem Solineuza, após 17 anos do extinto “A Diarista‘ (2004), protagonizado por Claudia Rodrigues, que descobriu o diagnóstico de esclerose múltipla e precisou se tratar, encerrando a atração em 2007. Ao site, Dira nos fala sobre a emoção da participação e da relação com Claudia hoje.
Continuo tendo contato com a Claudinha Rodrigues, desejo a ela toda a felicidade do mundo. Sinto saudade de todas as pessoas que visitavam o nosso set, que passavam pelas nossas histórias. Foi em ‘A Diarista’ que conheci todas as minhas ídolas, sabe? – Dira Paes
A atriz, que é fã declarada de Roberto Carlos, também celebra sua participação ao lado de Leticia Colin e Sophie Charlotte no show especial de fim de ano do Rei, que comemora os 50 anos dele na TV Globo. “Tenho uma memória maravilhosa de 15 anos atrás, quando cantei com Roberto em um especial pela primeira vez (ela cantou ‘Cama e Mesa‘), e foi maravilhoso receber esse convite para o seu 50º ano de especial. É histórico, é emocionante, é lindo, e eu me sinto muito feliz, muito mesmo, de ter sido uma das convidadas ao lado das meninas. Cantamos ‘Olha‘ e ‘Como Vai Você‘. Além de ‘Emoções‘, no final, com todo mundo. Foi um transbordamento de amor e de emoção, literalmente”, revela.
E aproveita para compartilhar seus planos para o fim de ano: “Eu sempre assisto aos especiais do Roberto Carlos e, no próximo dia 20, vou estar ligada. O Natal vou passar em família. Já no Ano Novo, devo estar perto do mar, gosto de pular as ondas todo ano, comer as 12 uvas, mentalizar coisas boas e renovar meu laços de amor”.
Solineuza vive
Prevista para abril de 2025, a terceira temporada de ‘Encantado’s‘ traz Dira na pele de Solineuza, um dos seus papéis mais populares. A personagem que fez sucesso em ‘A Diarista”, poderá ser revista na série da Globoplay, como uma das clientes do mercado onde a trama se passa. “A Solineuza é a minha palhacinha querida, que realmente marcou o coração das pessoas. Foi tão bonito ver que atravessou algumas gerações e que não se esqueceram dela. A personagem marcou esse lugar de carinho mesmo e afeto nas pessoas”. E diz como foi a participação:
“Foi muito bom, aconteceu de uma maneira incrível. Eu fiz a cena ao lado do Romeu Evaristo (Seu Micélio) e nós tivemos uma troca maravilhosa, além de todo o elenco que estava envolvido na cena. Foi especial demais e espero que o público mate a saudade, como eu matei um pouco da Solineuza”.
A direção no cinema foi uma porta que se abriu e eu não quero fechar. Mas também estou aberta como atriz a todos os caminhos – Dira Paes
Dira também comenta como ‘A Diarista‘ foi importante em sua carreira. “Contracenei com grandes atores, que eu admirava, como a Nicette Bruno (1933-2020), Laura Cardoso, Beth Goulart, Beth Goffman, Totia Meirelles…ídolas. Foi muito especial. Eu me sinto privilegiada de ter tido, durante todo o tempo de ‘A Diarista‘ contato com grandes artistas que também fizeram participações. Nossa, o Fábio Jr…foi incrível”.
Os 40 anos de estrada e os que virão
Com a vasta carreira em cinema, mais de 30 trabalhos em televisão, ela faz um balanço da trajetória iniciada na telona com o longa britânico ‘A Floresta de Esmeraldas‘, em 1985. Depois, em 1987, aos 18 anos, decidiu sair do Pará e viver no Rio de Janeiro, dando continuidade à carreira. “As maiores alegrias dessa trajetória são a permanência mesmo, essa sensação de que são 40 anos de estrada fazendo cinema, fazendo trabalhos na televisão e no teatro. E fazendo cinema ininterruptamente, o que me dá muito orgulho. Agora, que o tempo passou, percebo que o grande desafio está em você dar continuidade, sabe? A vida, ao caminhar, ao atravessar o caminho, que é esse que é o grande momento mesmo, a travessia”, filosofa.
Dira também fala dos desejos para si e o Brasil no ano que está para chegar. “Quero que venham bons personagens, bons momentos e que a gente tenha um país mais justo, mais igualitário e menos violento, menos desigual, menos preconceituoso, e que as pessoas possam sonhar com planos concretos de igualdade, para o nosso presente e para o que virá”..
Pasárgada
Além de entrar no catálago Globoplay, o longa de estreia de Dira Paes na direção poderá ser visto esse sábado no Sana. Filmado na Fazenda Três Marias, no Arraial do Sana e arredores do distrito na Região Serrana de Macaé no período da pandemia de covid-19, o longa-metragem será exibido gratuitamente na quadra do Colégio Municipal do Sana. A sessão neste sábado (7), às 18h30, contará com a presença do elenco que fará um bate papo com o público.
O filme conta a história de Irene (Dira), uma ornitóloga, solitária em seus 50 anos que, durante seu projeto de pesquisa no meio da floresta, redescobre sua tropicalidade após conhecer o jovem guia Miguel (Humberto Carrão), que fala a língua dos pássaros e traz à tona seus dilemas como mulher, mãe e profissional.
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