*Por Brunna Condini
Carol Castro chegou apressada à pré-estreia de “O Juízo”, nesta terça-feira, no Kinoplex do Rio Sul para um encontro bonito de se acompanhar com elenco e parte da equipe técnica, com nomes como Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Carol Castro, Fernando Eiras, Criolo, Kênia Bárbara e Joaquim Torres Waddington, filho de Fernanda Torres e Andrucha Waddington, respectivamente, roteirista e diretor da produção. Praticamente sem dormir, a atriz, que recentemente se despediu da sua personagem na novela “Órfãos da Terra”, já emendou as filmagens de “Dois mais Dois“, estreia na direção de Marcelo Saback, depois de emplacar sucessos de público como roteirista “De pernas pro ar“, “SOS Mulheres ao Mar” e “Loucas para casar“.
Apesar do cansaço, a atriz distribuía simpatia e conversava com disposição. “Estava com uma viagem de férias marcada com a minha filha (Nina, de 2 anos) para Bahia e aí entra essa vida imprevisível do artista. Fui chamada nos 45 do segundo tempo para o filme. Decidi em um final de semana e remanejei a vida toda”, lembra Carol. “No longa do Saback, que é um diretor que vem me encantando, faço a Emília. Ela é uma mulher feliz no casamento, tem uma filha, mas sente que faltando algo. É aí que entra a questão de até onde a felicidade que tem basta e de até aonde você vai para descobrir coisas novas. Do limite entre a fidelidade e a lealdade. Ela levanta essas questões. Ela vai se transformando ao longo do filme, experimentando uma liberdade que não conhecia. É bem diferente de todos os filmes que fiz ultimamente”, revela.
“O Juízo” é um gênero pouco explorado no Brasil, um suspense, escrito brilhantemente pela Fernanda (Torres) e feito com maestria pelo Andrucha (Waddington). Trabalhar com ele e com a Fernanda Montenegro foi uma grande aula, um sonho”, diz, sobre o longa em que faz Tereza, esposa de Augusto, vivido por Felipe Camargo, que passa por um acerto de contas, digamos, sobrenatural no filme.
Carol tem namorado firme com o cinema. E ele, se apaixonou por ela. Com mais de 10 longas no currículo, nos últimos anos, a atriz tem praticamente emendado um no outro. Mas foi com “Veneza“, de Miguel Falabella, que ela levou o Kikito de melhor atriz coadjuvante no Festival de Cinema de Gramado este ano. “Faço a Madalena, recém-chegada em um bordel, que ainda carrega um frescor com ela. Esse trabalho me marcou. Falabella é um diretor que parece que te leva para dançar, te conduz quase como um bailarino e tem muita certeza do que deseja. Esse é um filme difícil de definir. Não é uma comédia, mas tem muitos momentos de humor. É de certa forma, um drama poético e ao mesmo tempo tem um quê de aventura”, diz, sobre o longa, que estreia em março.
Mãe de Nina, do seu casamento com o violinista Felipe Prazeres, de quem se separou este ano, Carol comenta sobre a rotina e os cuidados com a pequena. “Trabalhar muito não é problema. Gosto do que faço e fico feliz filmando, gravando. Tenho uma relação muito boa com o pai da Nina e ele também trabalha bastante e é super presente na vida dela. Não temos essa coisa de um final de semana, sim, um final de semana, não. Ele se mudou para um apartamento no mesmo bairro, para termos essa facilidade de movimentação. Tudo é conversado entre nós. É cada um para um lado, mas a Nina é um elo eterno, que a gente cuida muito e quer sempre o melhor para ela”, revela a atriz, que recentemente assumiu seu romance com Bruno Cabrerizo, com quem contracenou em “Órfãos da Terra”.
E quanto mais fala sobre a filha, mais Carol se derrete. “ Nina é independente, dorme na cama dela, no quartinho dela. Tem aquela caminha montessoriana no chão, então eu é que muitas vezes vou colocá-la para dormir e acabo por lá, durmo junto. Mas ela é bem resolvida, se basta, fica lá brincando com os livrinhos dela, que adora. Ama música. E não tinha como ser diferente, pela veia do pai. Eu também amo música e dançar. Estou com muita saudade desses momentos diários com ela, mas vão chegar. Faltam duas semanas”, torce, a mãe coruja. “A maternidade realmente me transformou muito. Muda tudo: seus sonhos, seu foco. Tudo de agora em diante envolve essa segunda pessoinha, que na verdade, vem antes de você. Ao mesmo tempo, para educar, você tem que se educar e não se deixar de lado. Dar o exemplo. Mas minha filha é a grande prioridade, o grande sentido da minha vida”.
E rola muita culpa?
“Sim, mas a maternidade sem culpa, não é maternidade. Já escutava isso antes dela sair da minha barriga, mas você compreende mesmo quando tem um filho. E hoje, entendo muito mais os meus pais. Agradeço mais do que nunca, porque você entende o tamanho do amor, da preocupação. É muito forte ser mãe”, analisa. “Hoje, por exemplo, cheguei de nove dias longe da Nina, virada, porque estava rodando o longa a madrugada toda, mas fui até o meu limite humano para ficar com ela. Vida de mãe. Antes de sair, ela chorou e foi muito difícil. Então, posso te dizer que senti essa culpa agora, tem pouquíssimos minutos. Mas não tinha como não vir, não estar aqui. Dizem que daqui a pouco ela entende melhor. Acho que uma mãe realizada, é uma mãe melhor. Sem contar, que toda vez que vou trabalhar, para ela não achar que o trabalho está roubando a mãe dela, digo que trabalho é importante, é uma coisa legal, que estou feliz, e que um dia ela também vai trabalhar, isso para dar um exemplo”.
Carol revela ainda, seus planos para o final do ano: “Vou finalmente para Bahia com minha filha. Mas Natal e Réveillon serão pelo Rio mesmo. A virada devo passar em casa, tenho filha pequena e estou trabalhando muito. Tudo que mais quero é voltar e fica perto dela. Agora foram nove dias longe, foi meu recorde. É difícil. Tudo bem que hoje tem a facilidade da tecnologia, mas não é a mesma coisa”, diz a atriz, que “deve” tirar férias e não está reservada para nenhum trabalho no momento. “Acho que vou descansar, mas amo muito o que faço. Se vier algo interessante, topo”, anuncia.
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