Havaianas e ONG Gerando Falcões em collab que lança luz ao trabalho dos artistas das periferias do país


Vem conferir os traços dos artistas que assinam quatro modelos de chinelos e levam suas inspirações de vida para o Brasil de Norte a Sul e ganham também o mundo. Em tempo: 7% do valor líquido das vendas serão revertidos para iniciativas em prol das comunidades em todo o país e a atriz Taís Araujo se junta na divulgação do projeto e doou seu cachê para a ONG

Havaianas e belas parcerias… A mais nova é a collab com a ONG Gerando Falcões, ecossistema de desenvolvimento social que atua em rede nas favelas. A partir daí, a label lançou o projeto “Quebrada Cria” para fortalecer e impulsionar artistas de comunidades de todo o país. Foram selecionados quatro nomes para retratar com suas expressões artísticas o que esses espaços significam para eles, estampando quatro modelos inéditos de sandálias. O time é formado pela dupla Robézio e Tereza, do Acidum Project (Fortaleza e Caucaia, CE), Luis World (de Nacional, na periferia de Contagem, MG), Jamaikah (da Vila Helenita – Viamão, RS) e Wanatta (de Alto Vera Cruz – Leste de Belo Horizonte, MG). 

Mega importante: 7% do valor líquido das vendas serão revertidos para iniciativas em prol das comunidades em todo o país e Taís Araujo se junta na divulgação do projeto e doou seu cachê para a ONG.

Para ampliar a presença dessas obras na favela, a marca venderá os produtos da coleção com um valor mais acessível nas regiões onde os artistas moram, assim como impulsionará a coleção nos mais de 250 mil pontos de vendas em todo o Brasil, oferecendo ainda mais visibilidade para eles.

“A favela é a maior startup brasileira, um berço de inovação. Havaianas abriu sua plataforma para retratar essa inovação e transformar em impacto social na ponta. Uma referência de uma empresa e uma ONG combatendo juntas a pobreza em escala nas favelas”, destaca Edu Lyra, CEO e fundador da Gerando Falcões.

Havaianas e Gerando Falcões se unem para mostrar artistas das favelas para todo Brasil

 “Mentes brilhantes nascem todos os dias no Brasil. E para incentivar novos talentos a mostrarem ao mundo sua arte, nos tornamos uma tela em branco para que eles criassem as estampas. Nossa parceria quer dar ainda mais luz e recursos para que a Gerando Falcões continue essa potência de transformação social”, afirma Beto Funari, CEO da Alpargatas.

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O modelo criado pelo duo Acidum Project, retrata a riqueza que os artistas enxergam nas pessoas e nas periferias do Nordeste, desde a textura do asfalto, das paredes de tijolo, das roupas penduradas, até os detalhes sobre as pessoas que moram ali, como as cores e combinações que elas vestem. “Quando recebemos o convite de criar algo que representasse as nossas realidades, optamos por seguir na linha abstrata, que remete à organização do caótico dentro da arte, levando em conta todas as riquezas e misturas de cores e formas que encontramos nas pessoas a nossa volta e nos diferentes lugares que habitamos”, afirmam Robézio e Tereza, criadores do Acidum Project.

Já o modelo criado por Luis World traz a imagem de uma criança voando e carregando um coração. O desenho simboliza a esperança, a força e o direito de ir e vir que todo morador de periferia deseja. “Eu acredito muito nas energias que absorvemos e emanamos no dia a dia e como elas contribuem para a criação da minha arte, principalmente pela essência do grafite, que é uma arte de construção coletiva. O coração na minha criação representa a visceralidade que eu busco nos meus trabalhos e essa pintura serve para reforçar que as pessoas da comunidade também merecem o amor e a liberdade”, comenta Luís.

Para Jamaikah, a estampa criada foi inspirada na sua infância, através de um encontro sensorial ocorrido na época. O desenho retrata sua lembrança afetiva de brincar na rua, ralar o joelho e olhar o céu cheio de pipas, que lhe traziam a sensação de liberdade e empoderamento. “Me questionei sobre o que eu pintaria e como trazer essas lembranças do que a quebrada representa para os produtos, e então comecei esse processo de aprofundamento de forma manual, colocando tudo no papel, fragmentando essa ligação que eu tenho com a natureza. Também busquei representar o meu crescimento em meio à zona rural, fazendo referência às brincadeiras e ao céu, que sempre nos acompanhava”, explica Jamaikah.

Wanatta trouxe em sua arte uma composição de elementos inspirados nas tatuagens, um símbolo muito forte das quebradas e que carrega um desenho clássico – a composição mostra uma onça protegendo sua cria, que leva a favela no peito. “Na minha criação eu busquei retratar quem eu sou enquanto artista e também quem eu sou enquanto pessoa de comunidade. As tatuagens foram uma das principais inspirações para a minha criação e, seguindo esses traços, a onça representa as mães das comunidades, que protegem suas crias com muita garra, já a criança representa as novas gerações, que carregam essa comunidade no peito e vão levar ela para o mundo”, diz Wanatta sobre a estampa.