Rosa Passos resgata ícones da MPB em festival de jazz, no Rio


No Parque dos Patins, na Lagoa, a baiana cantou sucessos de Djavan, Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Depois de uma aclamada apresentação na Cidade Imperial de Petrópolis, na última quinta-feira (14), Rosa Passos veio ao Rio de Janeiro para mais um show do circuito Sesc Amplifica – Bossa & Jazz, que mobiliza nove cidades do estado durante três dias, terminando hoje (16). Considerada a versão feminina de João Gilberto, a baiana encantou o público presente no Parque dos Patins, na Lagoa, com belas versões jazzy de clássicos da MPB.

No repertório,  inteiramente brasileiro, apostou em canções de Djavan (‘Samurai‘, ‘Serrado‘ e ‘Açaí‘), Tom Jobim Dorival Caymmi, além de sucessos de sua autoria. Durante quase uma hora e meia de show, não houve quem não simpatizasse com a voz doce da figura cativante de Rosa. Até mesmo quem não a conhecia, se encantou, como o designer de interiores João Felipe Vieira: “Achei sensacional, porque ela trouxe clássicos da MPB para um festival que, apesar de rolar no Brasil, acaba dando mais visibilidade para os músicos internacionais. Valorizou nossa cultura”, afirmou.

Fotos: Vinícius Pereira

Durante a infância, na Bahia, Rosa estudou piano e violão, dando preferência pelo segundo instrumento e estreando profissionalmente no final da década de 60. Como compositora, participou dos famosos festivais de música dos anos 70, abocanhando o primeiro prêmio em 1972 com ‘Mutilados’. Seu disco de estreia foi ‘Recriação’, com composições próprias e em parceria com Fernando de Oliveira. Mais tarde, mirou em direção ao estrelato internacional lançando o álbum ‘Amorosa’ somente no exterior. E, na década de 90, com o CD ‘Curare’, começou a se aproximar de um repertório nostálgico, regravando sucessos de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, entre outros cantores da bossa nova. Este ano, Rosa realizou o sonho de lançar um disco inteiramente dedicado a Djavan – músico que também se revela ser um grande fã da cantora. O álbum ‘Samba dobrado’ traz um tributo à obra do alagoano em ritmo jazzista, mas com muita brasilidade.