Jean Wyllys participa de debate após leitura no canal do Centro Cultural da Justiça Federal


Montagem de “Noite de Guerra no Museu do Prado”, projeto do Instituto Martim Gonçalves, era um antigo desejo do diretor de teatro e da arquiteta Lina Bo Bardi

O Instituto Martim Gonçalves e o Centro Cultural da Justiça Federal farão um evento duplo nesta sexta-feira (21), a partir das 16h, para homenagear a parceria do diretor de teatro que dá nome ao instituto com a arquiteta Lina Bo Bardi. A obra “Noite de Guerra no Museu do Prado”, cuja leitura foi gravada na UNIRIO, será transmitida pelo canal do YouTube do IMG, seguido de debate com Jean Wyllys no canal do CCJF.

 O projeto do espetáculo, que seria montado em 1968, não chegou a sair do papel, mas era um desejo antigo dos dois artistas, parceiros no palco por mais de 10 anos. A obra do espanhol Rafael Alberti narra – a partir de fatos reais – a noite da evacuação e defesa por civis das obras expostas no Museu do Prado, durante o bombardeio de Madri, na Guerra Civil Espanhola.

Jean Wyllys participará de debate no canal do CCJF nesta sexta-feira (Reprodução)

Jean Wyllys participará de debate no canal do CCJF nesta sexta-feira (Reprodução)

A leitura dramática é encabeçada por Jussilene Santana, atriz, pesquisadora e diretora do Instituto Martim Gonçalves, que está comemorando o centenário do artista morto em 1973. Na sequência, ela comanda o debate que terá a participação de Jean Wyllys, conselheiro do instituto e doutorando na Espanha. O público poderá participar através do chat aberto no YouTube. A data coincide com a entrega do Leão de Ouro póstumo à arquiteta Lina Bo Bardi na 17ª Bienal de Veneza. “Há ecos entre os estudos para essa peça e obras posteriores de Lina. Quando ela começou a estudar a reforma do Teatro Oficina anos depois, fez um pequeno desenho em uma parede com três grandes furos com uma nota dizendo que eles faziam referência às bombas da Guerra Civil Espanhola”, conta Jussilene.

A leitura dramática é encabeçada por Jussilene Santana, atriz, pesquisadora e diretora do Instituto Martim Gonçalves, que está comemorando o centenário do artista morto em 1973 (Divulgação)

A leitura dramática é encabeçada por Jussilene Santana, atriz, pesquisadora e diretora do Instituto Martim Gonçalves, que está comemorando o centenário do artista morto em 1973 (Divulgação)

Além de diretor de teatro, Martim Gonçalves foi crítico, professor, cenógrafo e criador da primeira escola de teatro no país a funcionar numa universidade brasileira, época em que Lina foi acolhida na Bahia. Com Martim em Salvador (nesta cidade trabalharam juntos entre 1959 e 1961), ela formou a dupla mais criativa e explosiva da cidade, montando as cenografias de “A Ópera dos Três Tostões” e “Calígula”. A parceria dos dois, entre 1959 e 1973, é essencial para compreender a passagem de Lina pela Bahia, sua relação com o Nordeste e com a Cultura Popular Brasileira. Após o falecimento de Martim, em março de 1973, Lina e o cenógrafo Hélio Eichbauer montam no MASP a exposição “Martim Gonçalves”, em homenagem ao diretor.

SERVIÇO

21 de maio, às 16h, no Youtube do Instituto Martim Gonçalves
Leitura dramática de “Noite de Guerra no Museu do Prado”, de Rafael Alberti, direção de Ewald Hackler. Elenco: Jussilene Santana e outros. Fotos do espetáculo: Marcelo Fonseca.
Gravação: Fernando Henrique. Produção, pesquisa e equipe técnica: Instituto Martim Gonçalves.