Experiência online gratuita estreia nesta quarta-feira trazendo reflexões sobre relações abusivas


Juliana Maldonado e Bruno Lamberg são idealizadores do espetáculo “Crisântemos – Cinema Vivo”, que estreia nesta quarta-feira (21), às 20h através da plataforma da Sympla. O casal de amigos se torna marido e mulher para sugerir reflexões sobre o patriarcado e as relações entre homens e mulheres. “É a história de uma mulher contada pela boca de um homem e vice-versa. Quem sabe assim, invertendo o lugar de fala e escuta a gente consiga sensibilizar o espectador?”, diz Juliana Maldonado

“Nós precisávamos falar sobre isso”, comentam a atriz Juliana Maldonado e o ator Bruno Lamberg, idealizadores da experiência on-line “Crisântemos – Cinema Vivo”, que estreia nesta quarta-feira (21), às 20h através da plataforma da Sympla e faz curta temporada gratuita. “A relação abusiva reforçada nos jogos de poderes, sexismo, racismo e classicismo tem sua estrutura fundamentada no patriarcado”, detalha Juliana, que além de atuar, também assina a dramaturgia e a direção da montagem. Em cena, o casal de amigos se torna marido e mulher para sugerir reflexões sobre o patriarcado e as relações entre homens e mulheres.

O ator Bruno Lamberg e a atriz Juliana Maldonado em cena virtual (Divulgação)

De que forma o diálogo pode contribuir com a redução do machismo estrutural? Como potencializar a figura feminina no seu devido lugar de pertencimento e ação na sociedade? Quais as possibilidades de reverberação desses assuntos nos dias de hoje? Estas são algumas das perguntas que a experiência pretende lançar. Crisântemos – que em grego significa flor de ouro – é uma metáfora que faz referência a uma transformação interna, estimulando uma nova tomada de consciência ao transpor os limites estabelecidos pela sociedade vigente.

Na história, ele (Bruno Lamberg) conta a história do ponto de vista dela (Juliana Maldonado). E ela conta a história do ponto de vista dele. Assim, o espectador é convidado a experimentar um novo lugar de escuta, a partir da reflexão sobre assuntos relevantes na atualidade. “A história de uma mulher contada pela boca de um homem e vice-versa. Quem sabe assim, invertendo o lugar de fala e escuta a gente consiga sensibilizar o espectador?”, diz Juliana. “Não estamos falando apenas da vulnerabilidade da mulher, mas também de como o sistema é cruel para ‘eles’; como os homens não podem se fragilizar, não podem chorar e ser verdadeiros com seus sentimentos”, opina o ator.

“A história de uma mulher contada pela boca de um homem, e vice-versa. Quem sabe assim, invertendo o lugar de fala e escuta a gente consiga sensibilizar o espectador?” (Divulgação)

A montagem pode ser vista como uma experiência audiovisual, intitulada pela diretora como cinema vivo. “Estamos fazendo um filme em plano sequência, mas ao mesmo tempo com marcações teatrais. São várias linguagens convergindo em 31 planos de câmera pensados e estudados” comenta Juliana, que afirma que a parte técnica da encenação é mais um desafio . “Estamos em cena não apenas como atores, mas desempenhando múltiplas funções” acrescenta Bruno. A supervisão de direção é de Ligia Feliciano e a direção de fotografia de Manu Campos. Na direção de produção, Elaine Moreira e Cris Rocha.

“Não estamos falando apenas da vulnerabilidade da mulher, mas também de como o sistema é cruel para ‘eles’; como os homens não podem se fragilizar, não podem chorar e ser verdadeiros com seus sentimentos” (Divulgação)