Ylana Queiroga se apresenta no Rio neste fim de semana e traz um pouco do som de Pernambuco à Cidade-Maravilha


Artiosta pernambucana que já foi backing vocal de Fafá de Belém e Elba Ramalho lança seu primeiro trabalho solo no Oi Futuro Ipanema

*Por João Ker

Ylana Queiroga é cantora pernambucana que já nasceu inserida no mundo musical. Ela é filha do maestro Spok, da SpokFrevo Orquestra; sobrinha de Lula Queiroga, um dos parceiros musicais de Lenine; e seu irmão, Yuri Queiroga, é um dos produtores de “Qual o assunto que mais lhe interessa?”, álbum lançado em 2008 por Elba Ramalho e vencedor de um Grammy Latino. Agora, ela se prepara para o seu close-up, lança o primeiro disco da carreira (“Ylana”) e declara, poucas horas antes de seu début como atração principal no Rio de Janeiro, pelo palco do Oi Futuro: “Acho maravilhoso ter as referências da minha família, porque referência é muito bem-vinda quando é boa. Mas precisava me libertar”, conta em entrevista exclusiva para HT.

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“Eu cresci debaixo das asas da minha família. Esse disco é uma maneira de mostrar a Ylana só”, diz a cantora, com um forte sotaque pernambucano que aparece ainda mais marcado do que em suas músicas. “E o legal é que uma amiga me contou que Ylana significa ‘árvore frondosa’. E esse álbum aconteceu exatamente assim, como uma árvore: nós fomos plantando uma sementinha e vários amigos vieram regando até crescer essa árvore que tá criando frutos inesperados, mas muito bons”. No caso, um resultado que foi amplamente elogiado pela crítica.

Em seu primeiro registro, a artista faz uma mistura de referências e época, regravando tanto clássicos dos anos 1930 até efeitos eletrônicos que soam tão atuais quanto alguma coisa que você ouviria na rádio. O único denominador comum entre as faixas, segundo ela, é o fato de todos os compositores serem também de Pernambuco. “Cada um conseguiu aparecer com seu próprio estilo e sua própria arte, então isso ajudou muito a deixar o produto final mais eclético. E não teve nada planejado, foi simplesmente algo que aconteceu aos poucos e de forma natural”, explica a menina que canta desde os 4 anos de idade e já foi backing vocal de Elba Ramalho e Fafá de Belém.

“Nem sabia que estava trabalhando naquela época. Era só falar que precisavam de criança cantando e minha mãe me levava”, conta Ylana, que antes dos 15 anos já havia gravado alguns jingles e feito participação no coro de CD’s infantis, tendo aleatoriamente dado expediente em um disco da Xuxa. Agora, a direção musical que ela mantém no álbum homônimo vem do instinto, a partir do momento em que ouviu a faixa “Calcanhar”, produzida pelo irmão e Manuca Bandini. “Eu disse: é essa que eu quero! E aí começamos a pensar com bastante tranquilidade nas outras músicas”, conta calmamente, com a voz meio arrastada.

No show que fará nesta sexta-feira e sábado (29 e 30/8) no Oi Futuro Ipanema, ela canta tanto as regravações presentes no álbum – que vão de Alceu Valença a Capiba – quanto música inéditas e de autoria da própria, algumas  que nem foram parar em Ylana. “Eu gosto de trazer essas músicas para o palco, para as pessoas terem a dimensão do meu som. Daí coloco na lista tanto as que eu compus depois, como “Pé Na Estrada”, “Nossa” e “Desleitura”, quanto as que eu queria que estivessem no álbum, mas não entraram por algum motivo”. Por sinal, ela confessa que ainda sente aquele friozinho na barriga quando se apresenta, mas é mais por conta da responsabilidade de entreter uma plateia do que por nervosismo.  “Antigamente, eu passava mal de nervosismo. Mas é por saber que as pessoas tiveram o trabalho de sair de casa para ver o seu show, sabe? Você tem que fazer o seu melhor”.

Experiência de sobra ela já tem no currículo, e já chegou até a abrir shows para o Marcelo Jeneci no Circo Voador. Mas Ylana confessa mesmo que sonha em poder colaborar com Gilberto Gil e diz que quase conseguiu a participação do mestre no disco. “Ele chegou até a topar, mas eu acabei não insistindo muito, até porque ele é muito ocupado. Mas existe até uma história engraçada com ele: uma vez minha mãe, quando estava grávida de oito meses comigo, se apresentou antes do Gil e quando ela estava saindo do palco encontrou com ele. Ele pediu para dar um beijo no barrigão, e ficou falando baixinho comigo. Ela não conseguiu ouvir o que era, mas nós morremos de curiosidade até hoje”, brinca. Provavelmente, nem Gil deve saber o que disse aquele dia. Mas o que importa, é que as palavras incentivaram o bebê de alguma forma.

 

SERVIÇO:

Ylana Queiroga se apresenta no projeto Levada Oi Futuro

Local: Oi Futuro – Rua Visconde de Pirajá, 54/2º andar – Ipanema

Dias: 29 e 30 de agosto (sexta e sábado)

Horário: 21h

Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)

Duração: 90 minutos

Classificação etária: 14 anos

Capacidade de público por sessão: 94 pessoas

Informações:

Oi Futuro – (21) 3201.3010 / Zucca Produções – (21) 2556.5265 / (21) 98527.0270