Em 2015, a morte de Cazuza completa 25 anos. Como não poderia ser diferente, várias homenagens ao cantor e compositor que foi símbolo de uma época têm assolado o Rio e as esferas culturais do país: desde a icônica volta do Circo Voador ao Arpoador até a remasterização de “Exagerado” e o tributo de artistas como Zélia Duncan, Mart’nália e Toni Garrido no evento promovido pela CEDS, a data não tem passado em branco. Agora, mais um projeto se soma à pilha: um disco com nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Bebel Gilberto gravando músicas inéditas escritas por Caju.
“Exagerado 3.0”
Quem conhece a história do artista, provavelmente já sabe que compor era quase que um instinto natural de Cazuza. Logo, quando Lucinha Araújo resolveu remexer nas pastas do filho, não deve ter sido nenhuma surpresa quando descobriu cerca de 65 músicas inéditas por ali. O disco, que está sendo produzido por Paula Lavigne, ainda contará com participações de Seu Jorge, Baby Consuelo, Leoni e Rogério Flausino (do Jota Quest), além dos poemas que serão musicados por Gil e Caetano.
Ainda nos estágios iniciais, o disco deverá ser lançado pela Sony ainda este ano. Por enquanto, a única pessoa que escolheu a música que irá apresentar é Bebel Gilberto, com “Brazilian Prayer”, a única letra em inglês escrita por Caju e que virou blues nas mãos e na voz de sua amiga de infância.
Além do disco, Lucinha ainda comentou que dois livros escritos por ela sobre o filho serão reeditados: “Só as mães são felizes” e “Preciso dizer que te amo”, ambos parcerias com a jornalista Regina Echeverria, que terão seus dados atualizados e, no caso do último, ainda contará com a inclusão dos dados da música “Sorte e Azar”, gravada para o primeiro disco do Barão Vermelho e lançada apenas recentemente, além das letras das canções inéditas.
É quase redundante dizer o tanto que as críticas sociais e o jeito desbocado de Cazuza não só reverberam até os dias atuais, como são quase necessários dado o panorama geral de lutas sociais e inconformidade que vem se formando. Reviver suas palavras não é apenas uma forma de homenageá-lo, mas de presentear o público brasileiro com uma obra que, não importa quanto tempo passe, jamais cairá na irrelevância.
Barão Vermelho – “Sorte e Azar”
Artigos relacionados