A expectativa era grande: Caetano Veloso, embora com CD e DVD “Abraçaço” já gravado no Vivo Rio, quis oficializar o início da turnê no Circo Voador, mostrando seu lado forever young, desde o início da amizade fraternal com a banda Cê. O músico estava até comportado, nada contido e envolvido com o violão, mas não deixou de receber o abraçaço caloroso da turma da Lapa, naquele frisson de quem gosta de celebrar seu ídolo em uma casa que tem o borogodó entorpecente do eternizante Circo Voador.
“Quando estava terminando de gravar “Abraçaço”, eu já dizia que queria estrear o show correspondente no Circo Voador. Mantive a escolha mesmo diante de alguns argumentos em contrário. Não só não me arrependo como celebro o fato de ter visto meu sonho inicial se materializar. Os shows no Circo energizaram a versão em palco do “Abraçaço” para sempre”, dizia Caetano, antes mesmo da noite se concretizar, mostrando que a expectativa era recíproca.
No repertório hits como “A Bossa Nova É Foda”, “Um Abraçaço” e “Funk Melódico”, além de clássicos da MPB, referências ao passado. Caetano mostra neste abraçaço, na Lapa, que definitivamente está numa fase de sintonia com o passado e olho aberto no presente. Não perde seu lado engajado e desafiador, daquele que critica a conjuntura política e mostra simbolicamente seu comportamento libertário, da maneira que pode, no saldo líquido da influência empresarial. A renda dessa primeira apresentação será doada para a Sociedade Viva Cazuza. Gesto nobre.
Confira as fotos de Vinícius Pereira:
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