*Por Brunna Condini
É hoje! A festa “Chá da Alice” celebra 10 anos e leva para o palco da Fundição Progresso, na Lapa, Pabllo Vittar e Ludmilla para dançar muito e começar o esquenta para o ano que está chegando. Pabllo, que já tocou algumas vezes na festa pop, comemora sua escolha para a celebração de uma década. “Me sinto muito feliz. É uma festa que amo participar, sempre me divirto muito. Estou animada para o show. Posso dizer que vai ser uma daquelas apresentações que ninguém fica parado”, garante.
Pabllo se diz ansiosa para o show ao lado de outra estrela que já reinou no “Chá”, Ludmilla, com quem convive fora dos palcos também: “Tenho sintonia trabalhando com a Lud e somos amigas. Ela é uma pessoa e artista que admiro bastante”.
Aos 25 anos, a cantora natural de São Luís do Maranhão, vem trilhando uma carreira meteórica há quatro anos e conta que, antes de ser famosa, curtia a festa, mas de longe. “Não consegui frequentar, infelizmente. Mas sempre que me apresento no “Chá da Alice”, me divirto muito, vivo o show intensamente”, diz sobre o projeto que já levou para os palcos nomes como Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Elba Ramalho e Valesca Popozuda.
A Pabllo está com tudo e está prosa, com muito trabalho pela frente. Para a cantora ou cantor – Vittar não deseja rótulos e pode ser tratado por ele ou ela – a vida em 2019 foi entre o Brasil e vários outros países, já que fez sua primeira turnê internacional. Como está sua vida hoje? “Menina, está tudo uma correria enorme. Vivo indo e vindo, mas sempre por conta de muito trabalho e esforço’, conta. “Eu amo meu Brasil, mas também amo poder viajar e conhecer outros lugares, culturas e os meus fãs do exterior”.
Ela vem trabalhando o último álbum. Lançado em outubro deste ano, o “111”, uma alusão à data 1º de novembro, aniversário dela, e principalmente, a representação de um novo momento de sua história, o projeto pretende mostrar sua pluralidade artística e se divide em duas partes, uma delas, guardada para 2020. “Tem canções compostas em parceria com a Brabo Music, com produção musical de Rodrigo Gorky. O pessoal da Brabo Music, está comigo desde o começo. Todas as músicas são para dançar muito. Lembrando que essa é apenas a primeira parte do álbum que está saindo. No ano que vem terá a segunda parte, que está incrível”, anuncia, sobre o trabalho em que canta músicas em português, espanhol e inglês, mantendo a marca da sua regionalidade.
Ela tem mais é que comemorar mesmo. Pabllo ganhou destaque no meio musical e também usa sua visibilidade para dar voz aos temas da comunidade LGBTQ+ e combater a homofobia e todas as formas de preconceito. Tanto, que foi eleita pela norte-americana “Time”, uma das principais líderes influentes da nova geração. E também soma recentes apresentações nas principais Paradas do Orgulho LGBTQ+ dos Estados Unidos, apresentação na ONU e uma concorrida agenda de shows internacionais com apresentações já confirmadas para 2020, como nos festivais Lollapalooza da Argentina e Chile. E tem mais? “Olha, ano que vem vai vir cheinho de novidades, estamos preparando coisas incríveis, aguardem, manas”, promete, sem revelar nada ainda. “Tenho um sonho e ele é nunca sair do palco. É pode continuar com meus shows e criando coisas novas”.
Se depender dos fãs, o sonho dela já é realidade. Com quase 10 milhões de seguidores no Instagram, mais de 571 milhões de streamings no Spotify, 1,1 bilhão de visualizações no YouTube (que também soma 5,75 milhões de inscritos), a artista é conhecida por estabelecer proximidade com seu público e também momentos de intimidade, como um post recente, em que aparece de cuecas, o que lhe rendeu uma longa lista de elogios, alguns, digamos, bem picantes. É bom ter uma relação estreita com o público? Tem algo de ruim nisso? “Sempre sou eu mesma e gosto muito dessa proximidade que tenho com meus “vittarlovers”. É uma forma de estarmos sempre conectados”, desconversa.
Em publicações também recentes, a cantora apareceu usando uma prótese móvel de silicone que simula seios femininos e causou rebuliço na web. A utilização do acessório acabou gerando polêmica entre algumas feministas, que apontaram que a atitude poderia contribuir para uma maior sexualização do corpo feminino. Pabllo opta por não opinar sobre o assunto. Provavelmente para não “incendiar” a questão, já que sempre atribui sua imagem, quando feminina, como uma forma de homenagem. E quando nos responde sobre a possibilidade de colocar uma prótese fixa algum dia, acaba dando seu recado. “Eu não tenho essa vontade, aceito e gosto do meu corpo como ele é. Minha arte é uma homenagem ao universo feminino, mas sempre deixo claro que sou um “menino de peruca”, e completa, falando sobre a tendência de se polemizar tudo que foge ao padrão hoje em dia: “Acho que é fruto da nossa sociedade, que tem resistência ao que é diferente. É triste, mas estamos mudando esse cenário, com nossa voz e trabalho”.
Ela revela ainda, que vai terminar o ano do jeito que mais gosta. “Vou passar a virada do ano juntinho com minha família”, diz. “Mas não tenho rituais, só agradeço por tudo que passou. E vou pedir por mais coisas boas para o ano que chega, sempre”.
E aproveita para mandar um recado para os fãs e leitores: “Nunca deixem de acreditar em seus sonhos, tenham muita fé e força de vontade porque vocês podem ser o que quiserem”
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