“Tudo que foge ao padrão virar polêmica é fruto da sociedade que tem resistência ao diferente”, diz Pabllo Vittar


Pabllo Vittar comemora hoje uma década da festa “Chá da Alice”, ao lado de Ludmilla. Ela vibra com sua escolha para ocasião, fala de preconceito e polemização e da carreira internacional: “Menina, está tudo uma correria enorme. Vivo indo e vindo, mas sempre por conta de muito trabalho e esforço’, conta. Com quase 10 milhões de seguidores no Instagram, mais de 571 milhões de streamings no Spotify, 1,1 bilhão de visualizações no YouTube (que também soma 5,75 milhões de inscritos), a artista é conhecida por estabelecer proximidade com seu público e também momentos de intimidade

*Por Brunna Condini

É hoje! A festa “Chá da Alice” celebra 10 anos e leva para o palco da Fundição Progresso, na Lapa, Pabllo Vittar e Ludmilla para dançar muito e começar o esquenta para o ano que está chegando. Pabllo, que já tocou algumas vezes na festa pop, comemora sua escolha para a celebração de uma década. “Me sinto muito feliz. É uma festa que amo participar, sempre me divirto muito. Estou animada para o show. Posso dizer que vai ser uma daquelas apresentações que ninguém fica parado”, garante.

Pabllo Vittar promete show histórico hoje ao lado de Ludmilla nos 10 anos do “Chá da Alice” (Foto: Ernna Cost )

Pabllo se diz ansiosa para o show ao lado de outra estrela que já reinou no “Chá”, Ludmilla, com quem convive fora dos palcos também: “Tenho sintonia trabalhando com a Lud e somos amigas. Ela é uma pessoa e artista que admiro bastante”.

Carreira internacional: “Amo meu Brasil, mas também amo poder viajar e conhecer outros lugares e culturas” (Foto: Ernna Cost)

Aos 25 anos, a cantora natural de São Luís do Maranhão, vem trilhando uma carreira meteórica há quatro anos e conta que, antes de ser famosa, curtia a festa, mas de longe. “Não consegui frequentar, infelizmente. Mas sempre que me apresento no “Chá da Alice”, me divirto muito, vivo o show intensamente”, diz sobre o projeto que já levou para os palcos nomes como Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Elba Ramalho e Valesca Popozuda.

“Em 2020 terá a segunda parte do álbum “111”, que está incrível”, anuncia (Foto: Ernna Cost)

A Pabllo está com tudo e está prosa, com muito trabalho pela frente. Para a cantora ou cantor – Vittar não deseja rótulos e pode ser tratado por ele ou ela – a vida em 2019 foi entre o Brasil e vários outros países, já que fez sua primeira turnê internacional. Como está sua vida hoje? “Menina, está tudo uma correria enorme. Vivo indo e vindo, mas sempre por conta de muito trabalho e esforço’, conta. “Eu amo meu Brasil, mas também amo poder viajar e conhecer outros lugares, culturas e os meus fãs do exterior”.

Ela ganha o mundo e canta na segunda parte do álbum, lançado em 2020, em português, espanhol e inglês (Foto: Ernna Cost)

Ela vem trabalhando o último álbum. Lançado em outubro deste ano, o “111”, uma alusão à data 1º de novembro, aniversário dela, e principalmente, a representação de um novo momento de sua história, o projeto pretende mostrar sua pluralidade artística e se divide em duas partes, uma delas, guardada para 2020. “Tem canções compostas em parceria com a Brabo Music, com produção musical de Rodrigo Gorky. O pessoal da Brabo Music, está comigo desde o começo. Todas as músicas são para dançar muito. Lembrando que essa é apenas a primeira parte do álbum que está saindo. No ano que vem terá a segunda parte, que está incrível”, anuncia, sobre o trabalho em que canta músicas em português, espanhol e inglês, mantendo a marca da sua regionalidade.

“Sempre sou eu mesma e gosto da proximidade com os “Vittalovers”. É uma forma de nos conectarmos” (Foto: Ernna Cost)

Ela tem mais é que comemorar mesmo. Pabllo ganhou destaque no meio musical e também usa sua visibilidade para dar voz aos temas da comunidade LGBTQ+ e combater a homofobia e todas as formas de preconceito. Tanto, que foi eleita pela norte-americana “Time”, uma das principais líderes influentes da nova geração. E também soma recentes apresentações nas principais Paradas do Orgulho LGBTQ+ dos Estados Unidos, apresentação na ONU e uma concorrida agenda de shows internacionais com apresentações já confirmadas para 2020, como nos festivais Lollapalooza da Argentina e Chile. E tem mais? “Olha, ano que vem vai vir cheinho de novidades, estamos preparando coisas incríveis, aguardem, manas”, promete, sem revelar nada ainda. “Tenho um sonho e ele é nunca sair do palco. É pode continuar com meus shows e criando coisas novas”.

“Aceito e gosto do meu corpo como ele é. Minha arte é uma homenagem ao universo feminino” (Foto: Ernna Cost)

Se depender dos fãs, o sonho dela já é realidade. Com quase 10 milhões de seguidores no Instagram, mais de 571 milhões de streamings no Spotify, 1,1 bilhão de visualizações no YouTube (que também soma 5,75 milhões de inscritos), a artista é conhecida por estabelecer proximidade com seu público e também momentos de intimidade, como um post recente, em que aparece de cuecas, o que lhe rendeu uma longa lista de elogios, alguns, digamos, bem picantes. É bom ter uma relação estreita com o público? Tem algo de ruim nisso? “Sempre sou eu mesma e gosto muito dessa proximidade que tenho com meus “vittarlovers”. É uma forma de estarmos sempre conectados”, desconversa.

Em publicações também recentes, a cantora apareceu usando uma prótese móvel de silicone que simula seios femininos e causou rebuliço na web. A utilização do acessório acabou gerando polêmica entre algumas feministas, que apontaram que a atitude poderia contribuir para uma maior sexualização do corpo feminino. Pabllo opta por não opinar sobre o assunto. Provavelmente para não “incendiar” a questão, já que sempre atribui sua imagem, quando feminina, como uma forma de homenagem. E quando nos responde sobre a possibilidade de colocar uma prótese fixa algum dia, acaba dando seu recado. “Eu não tenho essa vontade, aceito e gosto do meu corpo como ele é. Minha arte é uma homenagem ao universo feminino, mas sempre deixo claro que sou um “menino de peruca”, e completa, falando sobre a tendência de se polemizar tudo que foge ao padrão hoje em dia: “Acho que é fruto da nossa sociedade, que tem resistência ao que é diferente. É triste, mas estamos mudando esse cenário, com nossa voz e trabalho”.

Pabllo pretende explorar ainda mais sua pluralidade artística em 2020, mas sem perder sua marca regional (Foto: Ernna Cost)

Ela revela ainda, que vai terminar o ano do jeito que mais gosta. “Vou passar a virada do ano juntinho com minha família”, diz. “Mas não tenho rituais, só agradeço por tudo que passou. E vou pedir por mais coisas boas para o ano que chega, sempre”.

E aproveita para mandar um recado para os fãs e leitores: “Nunca deixem de acreditar em seus sonhos, tenham muita fé e força de vontade porque vocês podem ser o que quiserem”

“Não tenho rituais, só agradeço por tudo que passou. E vou pedir por mais coisas boas para o ano que chega” (Foto: Ernna Cost)