“A moda e a música sempre andaram juntas, porque a trilha sonora fala muito sobre o desfile e a mulher que o estilista quer que a modelo encarne. Fora isso, eletrônica sempre foi a minha paixão. Gosto de conhecer os melhores DJs, nas minhas viagens pelo mundo, e sair para dançar escutando canções de qualidade”, afirmou a modelo Vivi Orth. Em 2017, a top apostou em um trabalho completamente diferente de tudo que já havia feito. Depois de três anos de amizade com a produtora musical Piertra Bertolazzi, Vivi acabou atendendo aos pedidos da amiga e juntas se lançaram na carreira de DJ. Com menos de um ano da dupla Ella Beats, as duas já assinaram um contrato com a Sony Music e ganharam o selo de DJ Sound. Com poucos meses de estrada, elas fazem sucesso pelas principais festas do Brasil ao som da música eletrônica.
Site Heloita Tolipan: Ao longo dos três anos de amizade, você nunca teve tempo de parar tudo para apostar na carreira de DJ. Isto fez com que precisasse conciliar as duas profissões. No entanto, o que levou a começar a dupla Ella Beats agora?
Vivi Orth: No início do ano, a Pietra me colocou contra a parede e acabamos começando. O fato de estar morando em São Paulo tornou a parceria mais viável, então tenho tempo, já que fotografo de dia e faço as festa à noite. O meu tempo para descansar é durante a semana, quando posso me dedicar a outros projetos.
HT: Uma carreira de modelo inclui muitas participações em grandes eventos e festas, foi a partir daí que você decidiu que gostaria ser DJ também?
VO: Na verdade, a vontade de ser DJ surgiu a partir da Pietra que me incentivou a ver esta outra possibilidade. Ela achava que a dupla daria certo devido a minha paixão pela música eletrônica, já que é difícil encontrar uma mulher que goste. Quando me mostrou isto, fiquei me perguntando como não tinha percebido antes, porque gosto de escutar música boa e é lógico levar isto para as pessoas.
HT:Mesmo com pouco tempo de estrada, você já conseguiram fazer uma parceria com a Sony. Como aconteceu isto?
VO:A Sony selecionou alguns DJs para começar uma parceria e nós fomos umas das escolhidas. Temos que lançar quatro músicas com eles no ano que vem, sendo que uma delas será divulgada em janeiro.
HT:Apesar de ter apostado no universo da música, nem pensa em parar de modelar. Dessa forma, qual característica você acredita levou do mundo da moda para a carreira de DJ que te ajudou a se firmar na nova profissão?
VO:As pessoas que me conhecem sabem o quão profissional sou em meus trabalhos como modelo. Acho que isto acabou se expandindo. A galera vai me ver porque sabe que encontrará algo sério. Espero que isto se reflita na música. Sou conhecida por ter um olhar forte e quero que isto fique na minha carreira de DJ. Mostro para as pessoas o que penso.
HT:A cena da música eletrônica vem crescendo muito. Temos vários DJs famosos que são referência no exterior como o Alok. Desta forma, como você definiria o seu estilo dentro do ritmo.
VO:É um pouco diferente do Alok, não acho que seja tão comercial. A nossa música é um pouco mais forte. Trazendo isto para o mundo da moda seria um pretinho que nunca vai ser básico. Queremos mostrar como as mulheres podem ser fortes a partir do ritmo da nossa batida.
HT:A maioria dos DJs que vemos nas festas brasileiras são do sexo masculino. O que acha que a Ella Beats está provando ao fazer tanto sucesso no cenário da música?
VO:Acho que o mais importante da nossa dupla é o fato de serem duas mulheres tocando. Estamos mostrando que DJ não é só homem e nós também podemos fazer tão bem quanto eles. Vejo como as pessoas ficam felizes em ver o gênero feminino tocando.
HT:A primeira música que vocês irão lançar, no início do ano que vem, será em parceria com a cantora inglesa Lexie. Como você definiria este single?
VO:Tem a leveza feminina, mas com aspectos de poder. A Lexi casou perfeitamente com o que nós esperávamos, porque queremos mostra um pouco da nossa identidade e o que queremos transmitir para as pessoas.
HT:Além desta música, outras três novas canções serão lançadas em 2018. Podemos esperar mais parcerias estrangeiras?
VO:Queremos continuar com a parceria com outros cantores, até porque nem eu nem a Pietra cantamos. A certeza que temos é de seguir nesta linha feminina leve e forte. Não temos em mente quais serão os próximos artistas que iremos trabalhar, mas podem ser músicas em inglês ou português. Quero tocar com a brasileira Iza, que é um sucesso.
HT:Esta vontade se mostrar o poderio feminino é muito importante para afirmação da mulher na sociedade. Você segue esta linha na sua carreira como modelo? Como lida com as exigências do seu corpo?
VO:Não me considero uma pessoa viciada em dieta, até porque como muito. Acho importante não ficar paranóica com a balança. Ao meu ver, o corpo é bonito quando é natural, delicado e feminino. Óbvio que tenho cuidados com a pele, mas preciso me sentir bonita e acho que isto vale para todas as mulheres. Isto faz parte dos cuidados da nossa saúde.
HT:Atualmente, estamos vendo vários movimentos feministas que defendem a afirmação do corpo feminino. Temos muitas modelos plus size fazendo sucesso, por exemplo. Mas você conseguiu sentir a diferença no mercado?
VO:Muito. Acho que o mercado está passando por uma série de atualizações as pessoas estão, cada vez mais, aceitando os seus corpos. Acho que este movimento foi intensificado pelas redes sociais, porque possibilitou a exibição de perfis que saiam do padrão o que fez com que o público batesse o pé e quisesse ver estes outros tipos de corpos nas propagandas. Por isso o mercado precisou abrir o leque de opções e mostrar pessoas de verdade, porque as modelos das campanhas não existem praticamente. Muitas modelos de 16 anos faziam propagandas para mulheres de 30, o que é algo irreal.
HT:Como você resumiria o ano de 2017 para o mundo da moda? Qual seria a retrospectiva deste período?
VO:O Brasil está passando por uma época complicada e isto acaba se refletindo na moda. Acho que a economia afetou a gente de uma forma muito drástica. As pessoas, atualmente, não investem mais em grandes campanhas e grandes modelos, tudo deu uma diminuída e nós tivemos que nos adaptar a isto. Tudo o que está acontecendo é em uma escala menor. Temos mais Instagram do que anúncio, estamos passando por uma fase de adaptação. Mas nós somos brasileiros e não desistimos nunca, por isso espero de 2018 um ano renovador.
HT:Acredita que nós temos ferramentas suficientes para nos recuperar, no ano que vem?
VO:Acho que sim, não podemos deixar a peteca cair. Temos que olhar para o lado bom das coisas. Se teve uma baixa este ano, é porque em 2018 teremos resultados melhores.
HT:O que você espera de 2018?
VO:Será um ano de muito trabalho que espero me firmar no mundo da música, esta será minha prioridade. A moda continuará comigo, mas a melodia está chegando com tudo na minha vida e quero apostar nesta carreira.
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