O álbum “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares, é o décimo melhor disco deste ano para Jon Pareles, crítico do The New York Times. Em lista divulgada no site da publicação norte-americana o especialista apontou o recente trabalho da brasileira como um dos dez melhores, em um mesmo ranking que teve Beyoncé, com “Lemonade”, e David Bowie, com “Blackstar”.
Em sua análise, Jon Pareles afirmou que consegue entender a mensagem e ouvir o grito de Elza Soares mesmo com a obra em português. “Não é preciso de tradução para reconhecer a ira e a raiva de ‘A Mulher do Fim do Mundo’, da Sra. Soares, uma cantora de samba de 79 anos, que há tempos é celebrada no Brasil. Ela usa a rouquidão, mas continua comandando o estado de sua voz para lançar músicas sobre abuso, pobreza e história, luxúria e violência. Sra. Soares é instigada por músicos de São Paulo que descrevem sua arte como ‘samba sujo’. Eles espetam o samba tradicional com guitarras distorcidas, tambores agressivos e eletrônicos indisciplinados que destacam como a Sra. Soares permanece indomável”, justificou.
E este não foi o único reconhecimento internacional que Elza Soares recebeu pelo álbum “A Mulher do Fim do Mundo”. Em novembro, a brasileira venceu o Grammy Latino pela obra em uma cerimônia realizada em Las Vegas. Pelas redes sociais, Elza comemorou a vitória ressaltando a importância da mensagem deste trabalho estar sendo levada mundo afora. “Catatônica estou. (…) É como se todo o discurso do disco, que é tão importante, fosse premiado. É uma alegria sem fim”, declarou.
Em seu Top 10 de 2016 no The New York Times, Jon Pareles também reconheceu o trabalho e a qualidade sonora dos álbuns “We Got It From Here… Thank You 4 Your Service”, de A Tribe Called Quest, “A Moon Shaped Pool”, do Radiohead, “You Want It Darker”, de Leonard Cohen, “22, a Million”, de Bon Iver, “Emotions and Math”, de Margaret Glaspy, “Hopelessness”, de Anohni e “Adore Life”, de Sauvage.
Sobre o álbum da musa Beyoncé, “Lemonade”, que apareceu em duas das três listas divulgadas pelo jornal norte-americano, Jon Pareles destaca a luta da artista na causa negra e a pluralidade musical do disco. “’Leonade’ mergulha em um turbulento casamento: um ciclo de desconfiança, traição, fúria, lealdade e reconciliação cautelosa. Ele certamente se move através de estilos consolidados para os futuristas e toca no blues, soul e country com toda a experiência do século XXI”, analisou o crítico do The New York Times que ainda destacou a voracidade da cantora na interpretação. “Uma luta longa, altruísta e inacabada”, concluiu.
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