Delírio carioca! Tame Impala veste a camisa da seleção e levanta o público na Lapa


Em sua segunda passagem pelo Brasil, os músicos incendiaram o Circo Voador e seduziram o público com gracinhas standard dos shows de rock

Depois do rock clássico tomar de assalto a Cidade Maravilhosa com o Black Sabbath, chegou a vez de outro estilo tomar conta da cena rocker: o alternativo. Na noite passada (17), os australianos do Tame Impala comandaram uma legião de jovens moderninhos no Circo Voador e, para a surpresa da banda e também dos não adeptos do indie rock, os meninos, radicados da cidade de Perth, no oeste da Austrália, lotaram a casa com mais de 2 mil pessoas.

Encantados com o carinho do público brasileiro, a banda vestiu uma versão da camisa da seleção. (Foto: Nayanne Louise)

Encantada com o carinho do público brasileiro, a banda vestiu uma versão da camisa da seleção. (Foto: Nayanne Louise)

Assim como o antílope africano que batiza banda (Impala), o sucesso desses músicos-surfistas foi veloz. Embora tenha apenas cinco anos de estrada, a banda possui dois discos e atualmente faz a segunda turnê mundial com passagem pelo Brasil. No ano passado, os hipsters roqueiros reuniram um público considerável no Imperator para apresentar o álbum ‘Lonerism’, considerado um dos melhores lançamentos de 2012 pela revista Rolling Stone americana.

E, assim, nem o friozinho light da chuvosa noite passada foi capaz de refrescar o energizante som psicodélico dos cinco rapazes de cabelos compridos. Dando início ao show, o líder Kevin Parker estava em clima caseiro: descalço, com roupas soltas e uma echarpe completando seu atual estilo hiponga, tão comum a tribo presente ao show. O vocalista, que já demonstrou ter muita intimidade com equipamentos de efeito, abriu o espetáculo com ‘Endors toi’ e, como resposta, não havia quem não estivesse saltitando, contagiado pelas guitarras eletrizantes comandadas por Dominic Simper e o próprio vocalista.

Do repertório, composto por nove músicas do disco atual e cinco do primeiro (Innerspeaker, de 2010), o grupo tocou ‘Alter ego’, ‘It’s not mean to be’, ‘Solitude is a bliss’ e ‘Elephant. Além disso, também rolou, óbvio, o empolgante hit ‘Half full glass of wine, que foi acompanhado pela cantoria da plateia, deixando claro o porquê de tanta gente estar no Circo, apesar da chuva.

No mais, sacar uma bandeira do país e envolvê-la no corpo é a receita mais tradicional usada por grandes artistas para conquistar o público local. Entretanto, a boy band, caracterizada por um revival de bandas dos anos 1960 e 70, acabou indo além: depois de uma rápida saída para descanso, e momentos antes de encerrar o concerto,  o grupo retornou ao palco vestindo a camisa da seleção brasileira com o vocalista, claro, envergando a camisa 10. Enquanto público se mostrava orgulhoso ao ver as cores brazucas nos rapazes, eles finalizaram a noite com sua faixa de maior sucesso: ‘Feels like we only go backwards’. E, a pedidos da plateia, ainda sobrou tempo para dar mais uma canjinha com ‘Nothing that has happened so far has been anything we could control’. O Brasil agradece o carinho!

Fotos: Vinícius Pereira