Sílvia Tardin: “Finalmente me vejo como uma mulher forte, uma artista com potência na voz e nas palavras”


A cantora lança ‘Quisera’, primeiro single autoral, nas plataformas digitais e um show live com a participação de Ana Sucha. A canção tem produção musical e arranjos de Eugenio Dale, e marca a estreia da cantora e compositora carioca. Vem saber!

*Por Rafael Moura

Bióloga por formação, a carioca Sílvia Tardin atua na área musical há 20 anos. Seu interesse foi despertado ainda criança com as aulas de violão ministradas pela cantora Ana Costa. Foi quando Sílvia mergulhou no universo dos mestres da nossa indústria musical como: Vinícius de Moraes, Moraes Moreira, Rita Lee, Marisa Monte, Elis Regina, Roberta Sá, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jorge Benjor, Gal Costa, Juçara Marçal e Lenine, artistas que se tornaram suas referências. Nos anos 2000, Tardin deu o play em sua carreira cantando em bares do Rio de Janeiro, ao lado do músico Paulo Cidade, o que lhe rendeu uma vaga como vocalista da banda Superdivos e a Moça. Mas foi na banda de ska Coquetel Acapulco, em 2010, que a artista passou a se dedicar à carreira musical, por quatro anos, incluindo o disco, ‘Dama da Noite’, além de um clipe e shows pelo país.

Essa bagagem deu a Sílvia o impulso para lançar seu primeiro single autoral, “Quisera’, que acaba de estrear em todas as plataformas digitais, via ONERpm. Para marcar a data a cantora fez uma live com a participação da cantora, compositora e musicista carioca Ana Sucha. “Sou uma artista que sempre se conectou muito ao som, ao movimento, aos arranjos, ao ritmo… Mas ao longo do tempo, evoluindo como compositora, a necessidade de contar a minha história trouxe o desejo de me expressar através das palavras. Com Quisera, eu finalmente me vejo como uma mulher forte, uma artista que não tem somente potência na voz, mas também nas palavras”, enfatiza.

Como toda boa libriana, a cantora, compositora e musicista carioca valoriza a harmonia no todo e a beleza nos detalhes, tem seus ideais românticos e quando está certa de suas decisões, acredita de todo coração. A faixa ‘ficou no forno’ por cerca de dois anos para ganhar o formato atual. Trata da superação de um relacionamento difícil, de renovação e retrata ainda uma nova fase na vida e na carreira de Sílvia, na qual a artista resgata sua essência como pessoa e cantora.

A canção é uma composição autoral e tem produção musical e arranjos de Eugenio Dale, figura tarimbada do cenário carioca e fortemente gravado por grandes nomes da MPB como Ana Carolina, Elza Soares, Paula Lima, Ney Matogrosso e Maria Gadú. “Foram cerca de dois anos formatando a música. No primeiro ano, me envolvi num processo criativo com o Eugenio Dale, e ao mesmo tempo, fui descobrindo quem eu era como compositora. Depois, gravamos. Essa música é a primeira que compus em muito tempo, num processo que acabou gerando outras, então, é muito simbólica, retrata realmente uma nova fase da minha vida, de renascimento, redescoberta e de valorização de quem eu sou como artista”, frisa.

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A faixa que é pura poesia, tem harmonia dramática, por conta do violoncelo traz versos inspiradores como ‘Aos seus pés, vou lapidando o sorriso/ Te mostro sem me entregar/ Em cada voz, um laço inerte, vazio./ Seus lábios a me censurar’, a cantora e sua poderosa voz entregam uma música passional, que transita facilmente entre a relação que ora flerta com o amor, ora com o ódio. Por outro lado, a melodia dançante, permeada por instrumentos como violoncelo, além de percussão, também trazem leveza e potência, especialmente no seu auge, o refrão: ‘Quisera você me ter agora, era só me conquistar/ Tivera seu tempo, jogou fora/ Balbuciou, seu azar’. “QUISERA tem um violoncelo que traz um clima dramático, mas também tem muita percussão como conga e timbales, que representam a dança, que eu amo, e a influência da música latina, um ritmo muito marcante na minha vida”, explica Sílvia.

Quisera, de Sílvia Tardin traz a dramaticidade do violoncelo com a força da conga (Foto: Coletivo CLAP)

Sílvia é formada em Produção Fonográfica, em canto pela tradicional escola carioca Villa-Lobos, deu aulas de canto, foi assistente de produção musical, além de ter feito backing vocal para discos de artistas como Farofa Carioca. Mais recentemente, também fez parte do coletivo Cavalo Preto, capitaneado por Suely Mesquita. Toda essa experiência trouxe uma ligação ainda mais forte com a música.