Com show no Circo Voador, Rodrigo Amarante dá identidade a uma nova fase da carreira com o álbum ‘Cavalo’


O cantor Silva abriu a noite com a presença de músicos independentes e a musa de seu novo clipe, Maria Flor

Uma noite gélida, poucas luzes e público expressivo ambientavam a apresentação de Rodrigo Amarante na Lapa, na sexta-feira (11). Quem compareceu ao Circo Voador à espera de um show com a atuação vibrante que o cantor apresentava no palco nos tempos de Los Hermanos, se deparou com uma performance bem diferente acompanhada apenas por um violão, um teclado e guitarra e baixo quase mudos. Não era para menos, o espetáculo seguiu a risca o repertório do álbum ‘Cavalo’, lançado em meados de setembro deste ano. Logo, assim como o CD, o show seria sem explosões. As faixas ‘Maná’ e ‘Irene’ foram o destaque da noite. A primeira, pelo ritmo com pegada próximo ao tribal; e, a segunda, pelo sentimentalismo da letra.

A abertura da noite ficou por conta do menino Silva, por volta de meia- noite. Entre o público presente, muitos amigos de Rodrigo Amarante – como o mesmo identificou na platéia e comentou durante o show – músicos do cenário independente que o têm como inspiração desde a carreira de Hermano, como, Letícia Novaes, da banda Letuce, Mahmundi e Cícero, além da atriz Maria Flor.

Na noite passada, o que vimos no palco do Circo Voador foi o início de uma fase de amadurecimento do músico. Rodrigo Amarante faz uma apresentação completamente diferente do que estávamos acostumados com Los Hermanos, Little Joy ou Orquestra Voadora. O novo Rodrigo, residindo no Estados Unidos, remete a uma vida tranquila, de poucos amigos, dedicação ao trabalho e uma predileção pela língua inglesa, já que ‘Cavalo’, assim como o único álbum da banda que criou com Fabrizio Moretti e Binki Shapiro, tem, em sua maioria, composições em inglês.

Os fãs saudosos de Los Hermanos ainda estão se adaptando ao novo disco e não dá para negar a qualidade musical que envolve qualquer trabalho do ex-integrante de barba ruiva. “Sei que são vocês que vão levar essa música para algum lugar. Isso é tudo para mim. Obrigado,  mesmo!”, disse, logo após um momento em que o público conseguiu acompanhá-lo em uma das canções. Nos mesmos moldes do amigo Marcelo Camelo, que apresentou-se no mesmo local há pouco tempo, Rodrigo imprimiu uma chancela bem intimista.

Fotos: Vinícius Pereira