Saulo Fernandes diz que carreira solo é uma busca pela coerência, afirma que está mais livre e lamenta que vivemos em “tempos difíceis”


A conversa aconteceu antes do baiano pousar no Rio de Janeiro onde cantará pela primeira vez na Fundição Progresso nesta sexta-feira (07). Segundo Saulo, agora ele “começa a se comunicar com outros sons, outros músicos, outras pessoas e estilo”

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“É a busca pela coerência”. É assim que Saulo Fernandes avalia sua carreira solo até agora, dois anos depois de ter deixado o comando da Banda Eva. Querendo imprimir sua musicalidade particular, deixando latente seus tambores, a poesia, a infância e a ligação com a África, ele decidiu voar com suas próprias asas e já lançou um DVD e dois CD’s ao mercado. “Agora eu sinto uma abrangência do som, sinto que a gente começa a se comunicar mais livremente com outros sons, outros músicos, outras pessoas e estilo”, disse ele em entrevista ao HT.

Confessando se sentir mais livre, Saulo não acha que o start de sua carreira solo se deu de forma plena com o “Saulo – Ao Vivo”. Tanto que considera “Baiuno”, o segundo disco, como o primeiro. “O ‘Saulo ao Vivo’ ainda era uma transição, com muitas músicas de outros trabalhos. Nesse são 13 inéditas. É um disco mais cuidado, pensado, com certo tempo maior, os textos me representando mesmo e falando o que eu queria dizer”, explicou.

Nesse caso, o que Saulo queria dizer era sobre ele mesmo e em diferentes vertentes. “Baiuno é a criança de dentro da gente. É o sorriso folgado, o pé descalço, qualquer hora contente. Baiuno é menino e menina em pureza total. É quem ama sem medo, quem brinca e vive sem olhar pro mal. Baiuno é o som da Bahia que toca da alma pra dentro. É a alegria que corre e gargalha sem temer o tempo”, filosofa o poeta baiano sempre que perguntando sobre o título.

Toda essa essência soteropolitana nasceu de uma equação pré determinada. É um disco que veio dos textos que, por sua vez, ditaram o que hoje está nas gôndolas. “Os textos apontaram a direção de tudo. E com Munir Hossn e Marcelus Leone que fizeram um trabalho incrível de produção musical, e o som de Jacksandro Silva, foi tudo ganhando forma. Cantam comigo: Seu Roberto Mendes, Munir, Júlia Saar, Ray Lema, Tó Brandileone, Dom Chicla, Lau, Vozes Reveladas…e grandes músicos como Mestrinho, Pipoquinha, Etienne,  Leonardo Montana, Zé Luís Nascimento, Ferreirinha, Juninho Costa, Abará e os caras maravilhosos que tocam comigo! Um disco de músicos para a música”, enumerou Saulo.

E é exatamente o resultado dessa mistura que o carioca poderá ver nesta sexta-feira (07) na Fundição Progresso, na Lapa. Se Saulo está ansioso? “Tenho uma música que diz assim: ‘se você disser sim, eu junto dinheiro, vou pro Rio de Janeiro, mato a saudade do ano inteiro, afinal, nenhum amor vive só de fevereiro…'”, respondeu. Pela primeira vez na casa, o baiano disse que “é um sonho” e que sempre espera “muito pelos shows do Rio”.

A mesma animação ele alimenta para passar três meses na África em 2016. O cantor recebeu um convite e pretende realizar o sonho dessa vez. Falando em sonho, Saulo também tem um bem mais nobre: um mundo sem intolerância, seja ela sexual ou religiosa. A solução para tanta patrulha e falta de respeito com o próximo? “São tempos difíceis, mas acredito que arte, educação e esporte juntos, mudam qualquer cenário social”. E a gente segue acreditando…

Serviço

Data: 07/08/2015 – Sexta-feira

Local: Fundição Progresso (Rua dos Arcos, 24 – Lapa – Rio de Janeiro)

Informações e venda de ingressos: www.fundicaoprogresso.com.br e http://www.ingressorapido.com.br

Abertura da casa: 22hrs

Início do show: abertura 0h

Capacidade: 3.000 pessoas