Depois do show, digamos, controverso de 2011, parece que o jogo virou para o lado do Guns N’ Roses. Se naquela época eles atrasaram mais de uma hora o inicio da apresentação, Axl apareceu sem voz e Slash, guitarrista mais do que essencial da banda, não veio, desta vez eles começaram na hora marcada e os grandes nomes da banda estavam todos lá. É claro que é preciso relevar a aparência de Axl Rose, que, depois de tanto massacrar a própria saúde com sexo, drogas e rock’n roll, muitas plásticas e botox mal sucedidos, aparece no palco quase irreconhecível. Os agudos continuam lá – com menos intensidade e afinação, é bom que se diga – mas cumprem com louvor o que se espera do vocalista.
E não só isso, com quase 30 músicas no set list, muitos solos e riffs impressionantes de guitarra de Slash, o show que começou pouco depois de uma da manhã foi acabar 210 minutos depois. Sim, isso mesmo. Foram 3h30 de show. E o público não arredou pé e, ao fim, aplaudiu muito em reverência ao presente musical entregue pelos autores de hits como Mr. Brownstone, Welcome to the Jungle, Rocket Queen, You Could Be Mine, Civil War, Sweet Child O’ Mine, Used to Love Her, November Rain, Nightrain, Patience, Don’t Cry e tantas outras composições que embalam a trilha sonora de muita gente e por tanto tempo.
Sempre fazendo questão de dizer e demonstrar todo seu amor pelo país – essa é a oitava passagem de Axl pelos palcos brasileiros – ele terminou a apresentação usando um chapéu de cangaceiro e agradeceu muito, a noite toda, pela recepção maravilhosa. E a plateia não ficou para trás, durante November Rain, o fã clube fez um mar de bolas vermelhas flutuarem pela Cidade do Rock, formando uma cena linda. Teve ainda um cover de Knockin’on Heavens Door, e homenagem da banda ao amigo Chris Cornell, que morreu recentemente, com direito a Black Hole Sun, do Soundgarden.
Para os fãs, ficou uma sensação de redenção, uma oportunidade de fazer as pazes com os ídolos, em show vigoroso – mesmo nas partes em que Axl mostrava sinais do tempo na voz e na disposição de correr pelo palco – e que entra para a história da banda e do Festival.
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