Justin Timberlake apresentou praticamente o mesmo show de quatro anos atrás, na sua primeira apresentação solo no festival – quando ainda fazia parte do N’Sync, ele cantou no Palco Mundo em 2001 – mas quem se importa, quando o produto entregue é iguaria fina musical, colírio para os olhos e entretenimento da melhor qualidade? Atração principal do Palco Mundo nesse domingo, ele teve a difícil missão de superar o catártico show de Alicia Keys, que cantou e encantou o público de 100 mil pessoas logo antes dele, mas ele não teve grandes problemas para levar a turma ao delírio pop.
De calças curtas, camisa xadrez abotoada até o pescoço, paletó e chapéu, ele surgiu ao som de Only When I Walk Away com o palco às escuras e um belíssimo jogo de iluminação. Quando as luzes se acenderam, foi a vez do hit Suit And Tie. A plateia cantou tão alto e tão forte, que ele não escondeu a surpresa com a recepção. “Eu amo vocês, Rio”, foi, talvez, a frase mais dita por ele durante todo o espetáculo, que durou pouco mais de uma hora e teve 16 canções. Dito assim, pode aparecer meio clichê, ou diplomático, mas era só a câmera focar o rosto dele, para entender, com o olhar, que ele estava, de fato, dizendo a verdade. Mas também não deve ser difícil se apaixonar por um público que canta tudo, aos berros, que grita seu nome, que entrega carinho e energias positivas em bandeja de cristal.
Em determinado momento, ele quebrou o protocolo do show, pegou uma bandeira brasileira, assinou e devolveu a um fã. Em seguida, leu um cartaz de uma admiradora que dizia que era seu aniversário e que queria uma foto. “É verdade? Você não está mentindo pra gente?”, brincou. Aí, ele desceu do palco e foi ao encontro da garota, chamada Dorian, que ganhou uma selfie com o ídolo e o presente de aniversário antecipado, já que na verdade ela só completa nova idade no dia 24 de setembro. Malandragens brasileiras.
No set list ainda teve Future Sex, Summer Love, Let the Groove, Cry Me a River, What Goes Around, até a sequencia final com Can’t Stop The Feelin, Sexy Back e Mirrors. Aqui, ele desceu do palco, atravessou o corredor no meio da plateia, pegou uma canga com a bandeira do Brasil, pegou na mão dos fãs e foi embora sem esconder a satisfação e a certeza de ter feito um dos shows mais especiais da sua vida. “Eu volto em breve”, disse, já de saída. A gente vai ficar esperando.
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