Rock in Rio: Sepultura se ‘vinga’ com ritual metálico, após polêmica na última edição do festival


Agora adequadamente escalado no Palco Mundo, grupo liderado pelo americano Derrick Green aliou, mais uma vez, seu vigor roqueiro à verve tribal do grupo francês Les Tambours du Bronx

Por Pedro Willmersdorf

Uma espécie de revanche: assim foi encarado o retorno do Sepultura ao Rock in Rio, pelo menos para quem acompanhou, do lado de cá dos bastidores, a passagem da banda de origem mineira (e sucesso mundial) pela edição passada, em 2011. Para quem não se lembra: os metaleiros foram escalados para uma performance no Palco Sunset naquele ano, acompanhados pelo incrível grupo de percussão francês Les Tambours du Bronx (que voltaram ao evento em 2013, novamente ao lado da banda fundada pelos irmãos Cavalera).

No fatídico dia, o grupo brasileiro Glória fez show simultaneamente no Palco Mundo para uma plateia infinitamente menor que os ‘concorrentes’ logo ali. Uma situação inusitada, porém previsivelmente constrangedora, da qual a organização do festival decidiu fugir este ano.

Desta vez, adequadamente alocada no espaço principal do Rock in Rio, não houve espaço para qualquer questionamento sobre a relevância do Sepultura no dia dedicado ao metal no line-up do evento.

O americano Derrick Green (vocal), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr. (baixo) e Eloy Casagrande (bateria) montaram, mais uma vez, um ritual metálico, aliando o peso do som soturno do Sepultura ao mix tribal/eletrônico criado pelos latões batucados pelos 17 instrumentistas do Tambours du Bronx. No setlist, sucessos como ‘Roots Bloody Roots’, ‘Territory’ e ‘Kaiowas’, ao lado de algumas faixas dos franceses. ‘Um casamento pertinente para abrir os trabalhos no Palco Mundo.

Fotos: Vinícius Pereira