Por Pedro Willmersdorf
Se não há uma lei universal que rege o mundo da música determinando que todos queiram ser Ney Matogrosso, seria interessante que os artistas brasileiros ao menos tentassem seguir o sucesso do astro nos palcos. Pois foi assim, sendo apenas Ney Matogrosso, que o próprio sequestrou as atenções durante o tributo a Cazuza que abriu os trabalhos no Palco Mundo neste primeiro dia de Rock in Rio.
Ao entoar ‘Codinome beija-flor’, Ney trouxe uma emoção que até havia ficado no backstage, mesmo já tendo ocorrido a passagem de nomes como Paulo Miklos, Maria Gadú, Bebel Gilberto e Rogério Flausino pelo palco principal. Com muito boa vontade, todos fizeram apresentações apenas burocráticas, sem conseguir empolgar o público. Muito menos emocioná-lo. Para não dizer que não falamos de flores: o momento de maior empatia com a galera foi protagonizado por Bebel, quando esta decidiu convocar todos a mandarem um beijo para Cazuza. Complicado, hein.
Após a passagem devastadora de Ney, Frejat parceiro eterno de Cazuza, conseguiu dar sequência à apresentação de forma competente. trazendo à tona novamente a verve instigante do amigo: “Cazuza ficaria feliz de ver todas essas manifestações pelas ruas”. Um desfecho pertinente com ‘Pro dia nascer feliz’, com todos os convidados em cena, fogos e a lembrança de Cazuza e seu Barão Vermelho marcando o Rock in Rio em sua primeira edição, há quase 30 anos.
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