Por Pedro Willmersdorf
‘Uma deusa, uma louca, uma feiticeira’: parece apenas um trecho de música sertaneja, mas também serve como uma bela definição ao poder que Florence Welch reconhecidamente tem sobre públicos de festivais ao redor do mundo. E, no Rock in Rio, não seria diferente. Com sua típica performance élfica, com um vestido azul esvoaçante e atravessando o palco em uma correria constante, a vocalista da banda britânica Florence + The Machine comandou com sucesso seu ‘ritual’ no Palco Mundo, repleto de nuances que trazem (há pelo menos quatro anos) um frescor interessante ao panorama da música pop contemporânea.
Um vocal inconfundível, daqueles que se perde no ar, arranjos repletos de camadas, melodias delicadas e quebras de ritmo constantes: a fórmula trazida à tona por Florence e sua trupe para inebriar o público, completamente hipnotizado pela capacidade que a ruiva tem de dosar muito bem suas habilidades performáticas com sua musicalidade bem construída.
Outro ponto de êxito na passagem de Florence pelo evento foi a habilidade de seu setlist, mesclando de forma coesa hits de seus dois álbuns ‘(Lungs’ e o soturno ‘Ceremonials’). Mas, diferente da primeira vez que o grupo esteve no Rio (no Summer Soul Festival, em janeiro de 2012), nesta ocasião sobrou energia (tanto na vocalista, como em sua banda e na plateia). A recepção calorosa dos fãs (mais intensa, veja só, do que no show de Beyoncé) em hits como ‘You’ve Got the Love’, ‘Shake It Out’ e ‘Dog Days Are Over’ traduz muito bem a interação quase religiosa que o show conseguiu estabelecer. Um feitiço infalível não somente para os olhos como também para os ouvidos.
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