Por Pedro Willmersdorf
Se tem uma arte que Ivete Sangalo domina (tanto ou mais que a arte do canto) é aquela que diz respeito à interação entre artista e público. E, nesta Rock in Rio, não poderia ser diferente: após o sofrível tributo a Cazuza, foi a vez da musa baiana incendiar o festival, com seus hits de praxe (‘Arerê’, ‘Berimbau Metalizado’, ‘Dançando’, ‘Eva’, ‘Sorte Grande’, ‘Festa’ e ‘Acelera aê’). Mas, além de todo o rol de sucessos que a morena sempre apresenta em suas performances, Ivete ainda conta com o poder de seu carisma.
Visivelmente emocionada, a cantora agradeceu por várias vezes (com lágrimas nos olhos) o carinho de seus fãs e a possibilidade de estar mais uma vez no palco principal do maior festival de música do mundo (a sétima vez, diga-se de passagem). “A gente é o poder”, disparou a diva, sagaz como sempre, incorporando a verve dos protestos que vêm tomando o Brasil nos últimos sempre. Emoção sempre, mas aliada à inteligência para ganhar o público.
Assim como em 2011, Veveta apostou em um cover (há dois anos, as escolhidas foram ‘More Than Word’, do Extreme, e ‘Easy’, do The Commodores). Em 2013, o hino que Ivete interpretou foi ‘Love of My Life’, do Queen, que marcou a primeira edição do evento, em 1985. Uma tentativa interessante de internacionalizar sua apresentação (afinal de contas, era noite de Beyoncé). Mas a verdade é que cover nenhum conseguiria esconder o brilho real da cantora sobre um palco: seus sucessos e sua relação intensa com seu público. Não tem como não ser tiete da Ivete.
Artigos relacionados