Rock in Rio: Capital Inicial traz mais do mesmo em show burocrático na abertura do 2º dia de festival

Publicado por Heloisa Tolipan em 14/09/2013

Dinho Ouro Preto reúne material dos 30 anos de carreira da banda sem escapar dos clichês ao disparar seu discurso lugar-comum contra a política nacional

Por Pedro Willmersdorf

Praticamente ‘sócio’ do festival, Dinho Ouro Preto trouxe, pela quarta vez, o Capital Inicial ao palco do Rock in Rio, com uma apresentação que reuniu um apanhado dos 30 anos de carreira da banda. Ou seja, nada além do que acompanhamos de suas performances há um bom tempo. Exceção às novidades (nada empolgantes) ‘O bem, o mal e o indiferente’, que abriu a noite, e ‘O lado escuro da lua’.

Em certo momento, Dinho declarou que o show seria dedicado a Champignon, ex-integrante do Charlie Brown Jr. que se suicidou esta semana. Como homenagem, emplacou a faixa ‘Só os loucos sabem’, de Chorão, líder da banda santista morto em março deste ano. “O rock está de luto”, disparou o vocalista do Capital. Quem também ganhou uma versão de Dinho e seus companheiros foi ‘Mulher de fases’, hit dos Raimundos.

Dinho Ouro Preto comandou, pela quarta vez, um show do Capital Inicial no Rock in Rio (Foto: Vinícius Pereira)

Já em outro trecho da apresentação, Dinho decidiu ir mais longe no túnel do tempo, cantando ‘Fátima’, música da banda Aborto Elétrico, onde Renato Russo iniciou sua trajetória pré-Legião Urbana, ainda nos anos 70. “Conheci esse som aos 16 anos”, comentou o roqueiro.

E, como não poderia deixar de ser, ao cantar ‘Saquear Brasília’, Dinho fez seu discurso pronto contra a política nacional, ao usar um nariz de palhaço. “É assim que os políticos lá de Brasília nos enxergam quando olham para nós”. Pode parecer um lugar-comum de Dinho Ouro Preto em 2001 ou em 2011. Mas não, foi em 2013.