Rock in Rio: Avenged Sevenfold destoa em meio a gigantes do metal, mas segura show à base de muito carisma

Por Pedro Willmersdorf

Exigente ao extremo, grande parte dos fãs de metal torce o nariz diante de algumas tentativas de mescla do tão venerado gênero com outras vertentes do rock, como o pós-punk, o emocore e o hardcore. Sendo assim, era previsível o estranhamento (mesmo que muito menor do que se poderia imaginar) de grande parte do público do último dia de Rock in Rio com a chegada dos californianos do Avenged Sevenfold entre duas atrações jurássicas (no sentido histórico do termo) como Slayer e Iron Maiden. Mas, entre algumas vaias de fãs mais ansiosos (e radicais) da banda de Bruce Dickinson, os rapazes americanos conseguiram sustentar sua apresentação à base de muito carisma.

Trazendo pitadas de outras sonoridades roqueiras ao bom e velho metal, o Avenged Sevenfold se enquadra muito bem no contexto atual do gênero iniciado por Black Sabbath & Cia. Mesmo que puristas ainda não consigam admitir, os ‘novatos’ (com 15 anos de carreira) são um sucesso frente ao público metaleiro mais jovem. Tanto que a maior parcela de fãs da banda no Rock in Rio era formada por adolescentes vestindo blusa do AS ao lado de seus respectivos pais com sua surrada camiseta do Iron. Sendo a quarta vez que pisa por aqui, o grupo liderado pelo comunicativo M. Shadows não precisa mais comprovar sua popularidade.

“Eu tinha um CD quando era pequeno chamado Iron Maiden ao vivo no Rock in Rio”, disparou Shadows durante seu show, fazendo também em outros momentos referências a bandas mais relevantes na cena que passaram pela Cidade do Rock no dia final, como o próprio Slayer (que tocou antes no Palco Mundo) e Helloween, tradicional grupo alemão que se apresentou no Sunset. Uma espécie de oportuno tributo constante perpetrado por um nome relativamente jovem em um panorama tão enérgico, mas que já obtém sucesso em sua proposta eficiente e não deixa de lado suas referências.

Fotos: Vinícius Pereira