*Com Bell Magalhães
A cantora Catha está chegando com tudo! Quem é do Rio de Janeiro deve ter reparado nos laçarotes rosa que decoravam alguns dos lugares mais importantes e representativos para os cariocas. Eles podem ser vistos em diversos lugares, incluindo o Cristo Redentor, Arcos da Lapa, Obelisco de Ipanema, e Praia do Arpoador foram alguns dos vários locais escolhidos pela artista, que lançará o single “Sobre Mim (talvez) Sobre Você” sexta-feira (dia 26), que marca o início da carreira solo. Ao todo foram necessários mais de 50 metros de tecidos para dar essa nova cor à cidade.
Catharina Hakme, a Catha, esteve à frente de toda a concepção da campanha e esbanjou criatividade. Sobre as escolhas dos locais, a compositora diz que queria transmitir alegria e embelezar ainda mais o Rio de Janeiro, que é um lugar de afeto para a carioca: “Quis espalhar um pouco de felicidade pela cidade e com certeza tentar botar um sorriso no rosto de alguém. Nasci e cresci no Rio e até hoje fica deslumbrada com a beleza da nossa cidade. Ser carioca faz muito parte de quem eu sou e a cidade me influencia. Eu posso olhar para qualquer esquina e ficar inspirada. Não só pelas paisagens lindas, mas também pelas pessoas e o tanto de histórias que temos pra contar”, reflete.
A faixa título do álbum foi a última a ser escrita. A compositora já havia escolhido o nome do EP, mas sentia que faltava algo mais íntimo e “Sobre Mim (talvez) Sobre Você” entrou para amarrar tudo: “Queria que o EP e a música fossem algo que me representasse e contasse a minha história, mas ao mesmo tempo não dizendo na cara tudo. Eu quero que cada um interprete do próprio jeito e se imagine como personagem principal do meu “mundinho”. O meu objetivo é fazer você se identificar com o que eu quero falar, e ficar sempre com aquela dúvida: ‘de quem que ela está falando agora?'”, conta, no que acrescenta: “O processo criativo dessa música foi incrível. Eu e a Bárbara Dias escrevemos ela em menos de 20 minutos e o meu produtor musical, Filipe Soares, embarcou bastante nessa vibe bem divertida que eu queria. No final das contas, gostamos tanto do resultado que decidimos lançar ela primeiro”.
Aos 19 anos, Catha aposta no primeiro trabalho autoral, mas não é a primeira vez que tem contato com a música. A artista já compunha, mas não se sentia confortável em compartilhar as criações e focou em covers de músicas internacionais: “Compor sempre foi um segredo que eu guardava a 7 chaves. Depois de começar a me afirmar como compositora, comecei a desenvolver esse EP todo em português. No começo, foi um desafio porque não estava acostumada e cresci em um ambiente no qual o inglês era predominante. Hoje, tenho a certeza de que abraçar a língua portuguesa foi a melhor escolha que eu fiz para transmitir integralmente a minha mensagem”.
Nesse caminho, família e memórias afetivas permeiam os primeiros vislumbres de canções na vida da compositora, que a influenciou a trilhar o caminho enquanto cantora: “A música sempre esteve presente na minha vida, nos bons e maus momentos. Eu ligo memórias da minha infância com músicas e emoções. Eu lembro de cantar sertanejo com a minha mãe, do meu pai escutando Queen e Pavarotti e eu querendo cantar junto. O gosto eclético da minha família me permitiu experimentar um pouco de tudo e perceber que cantar era a minha paixão”.
Fora as influências musicais, Catha bebeu da moda dos anos 60 ao criar o conceito para o single. Com cores vibrantes, laçarotes e luvas, a artista faz uma viagem ao mundo das pin-ups e traz uma estética retrô ao lançamento. ‘Mesmo que ninguém perceba’, a artista diz que usa e abusa das referências: “A minha inspiração do visual vem sempre da música e normalmente de um único conceito. Com “Sobre Mim (talvez) Sobre Você”, o laço foi o meu norte e com ele eu fui viajando e encontrando referências pop para me ajudar no processo criativo”, enfatiza.
De fato as inspirações para o projeto não são poucas: “Eu cresci rodeada de pessoas do mundo da moda. Minha mãe é estilista e minha tia também trabalha com moda, então elas influenciaram muito o meu estilo. Quando eu tinha três anos, minha mãe me levava para as aulas da faculdade de moda dela, e muitas das amigas também me influenciaram muito”. Apesar da gama de pessoas que ajudaram a desenvolver esse gosto, Catha diz que sempre foi livre para criar, o que acabou refletindo no trabalho recente: “Mesmo a minha mãe estando nesse mundo, ela sempre me deixou criar, ter a minha própria visão e desenvolver o meu estilo. No caso dessa música, acabou caminhando para algo mais vintage, só que com a junção da minha personalidade extravagante”.
O que poderemos esperar do álbum? Catha responde: “Esse primeiro single é uma portinha de entrada para esse mundo que estou criando na minha mente faz um tempo. Todas as músicas são um jeito divertido de contar as minhas experiências e de permitir o público de interpretarem do jeito delas. O meu propósito com o EP é fazer as pessoas se identificarem com a minha história, que acaba sendo a mesma de muitos jovens de hoje em dia. De acharmos que não pertencemos à sociedade e nos sentirmos pressionados pelos padrões que ela impõe. Eu quero que todo mundo sinta que pertence a algum lugar e assim se localize e se sinta acolhido”, finaliza.
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