Quatro dos 32 filhos homenageiam Mr. Catra com a turnê “Tributo ao papai”


Além dessa homenagem, Anitta vai utilizar uma letra de Catra em novo hit e doará os direitos autorais para a família: “Foi além de simplesmente gravar uma música do meu amado, estendendo também sua mão”, diz a viúva, Silvia

*Por Karina Kuperman

Um ano após a morte do funkeiro Mr. Catra, quatro de seus 32 filhos se juntaram para celebrar o legado do pai na banda “Filhos de Catra”, que estreia a turnê “Tributo ao papai” – com shows por todo Brasil – ainda esse mês. Alandin, Fernandinho, Kaliba e WL  são donos de carreiras consolidadas no mundo do funk e já estiveram, inclusive, nos palcos com o pai, mas, para o novo show, o ritmo se une à emoção, com acordes de nostalgia dos inesquecíveis sucessos de Mr. Catra e sua marcante voz em destaque em certos momentos do show. “A gente já cantava com ele por todo o país, abrimos shows, turnês e, agora, vamos dar continuidade ao que ele ensinou. A música já nasceu no nosso DNA e o público pode esperar bastante funk. É a Tropa do Paizão”, adianta Alandin. Além das músicas do Rei do Funk, os meninos trarão algumas de suas próprias composições. “O tributo é a ele, então é claro que terão muitas músicas, mas também colocamos algumas nossas”, explica Fernandinho.

Sílvia Catra, Alandin, Fernandinho, Kaliba e WL: Tributo a Mr. Catra (Foto: AF Assessoria / Divulgação)

De acordo com eles, a plateia pode esperar por performances dinâmicas. “O repertório será formado com canções imortalizadas na voz do meu pai, que até hoje é admirado pelo público. É uma excelente oportunidade para apresentar a todos eles parte da história do Mr. Catra que foi um dos principais impulsionadores do movimento funk no Brasil. Além de nos fazer sentir um pouco mais perto dele”, diz Alandin.

A ideia do projeto partiu dos investidores Rodrigo João e Leandro Ramos, que, junto com a viúva do cantor, Silvia Catra, vai gerir a carreira do quarteto. “Eu comecei perceber que a nossa família poderia passar por alguns tipos de necessidades maiores, e ao mesmo tempo eu sabia que tinha artistas muito bons dentro de casa, mas que precisavam de direcionamento. Como ajudei o Catra muitas vezes, eu decidi não ficar parada nem deixar minha família chegar ao ponto de passar fome. Então comecei a administrar tudo isso da melhor forma possível”, conta Silvia, viúva do funkeiro, que não exclui a possibilidade de incluir outros filhos na banda. “Quando essa oportunidade surgiu, veio com a proposta de ser para quatro filhos. Então neste primeiro momento, colocamos eles. O que não quer dizer que os outros também não possam vir a fazer parte em outro momento. Todos levam isso muito na boa, porque na nossa família, no fundo, todos sabem que onde um for, todos vão”, garante.

Silvia e os Filhos de Catra (Foto: Divulgação)

Agora, os “Filhos de Catra” estão fazendo aulas de canto pelo menos duas vezes por semana, além das horas de muito trabalho no estúdio. Afinal, eles sabem: não é fácil viver de música no Brasil. “Tem que batalhar demais. Vivemos no ‘corre’, com DJs, estúdio, muitas madrugadas. Sabemos que não é fácil viver na música, mas também não é impossível. Nossa meta é essa. Assim como nosso pai fez”, diz Fernandinho, que se emociona ao lembrar de Catra. “Fico até sem palavras para falar dele. Era tudo. Amigo, paizão, uma pessoa essencial nas nossas vidas. Meu pai faz muita falta. Depois que ele faleceu as coisas ficaram difíceis pra gente, sim, mas a saga continua”, garante.

E eles contam com uma forcinha especial: Anitta. A poderosa anunciou que sua música em parceria com o rapper Cardi B e o produtor Papatinho terá uma letra inédita de Catra e os direitos autorais serão todos da família. “É uma parada muito maneira que ela está fazendo, mostra o carinho que ela sentia pela família, pelo meu pai. Máximo respeito pela Anitta”, diz Alandin, endossado por Silvia: “Ela poderia ter tomado outras atitudes e tinha várias opções, mas foi além de simplesmente gravar uma música do meu amado, estendendo também sua mão”, se emociona.

Mr. Catra faleceu em setembro do ano passado (Foto: Reprodução)

A ponte entre a família e Anitta foi por meio do produtor Papatinho. “O paizão gostava muito dele, e ele criou esse projeto, e contou que ela ficou muito empolgada e feliz com a música. Estamos tendo essa conexão direto e foi irado demais. A ficha ainda não caiu desse novo hit, a Anitta representar o paizão é uma honra”, diz Alandin, que, junto com os irmãos, se prepara pra um trabalho digno de orgulhar Mr. Catra. “Já sonhei com ele várias vezes, agora a gente está colocando a bola pra rolar do jeito que ele ensinou. Treinamos com ele e agora é jogo”. Quem duvida que eles jogam bonito?