*Por Domênica Soares
Priscilla Alcântara é uma jovem doce que sempre demonstra seu carinho e atenção com o próximo, prova disso é seu último lançamento, em setembro, “O Final Da História De Linda Bagunça”, que tem como objetivo principal levar para o público temas e tópicos que possuem relação direta com a saúde mental. Essa produção, que conclui o trabalho realizado pela cantora no último álbum “Gente”, abre as portas para o próximo disco que tem estreia prevista para o ano de 2020. Segundo Priscilla, a essência da sua nova produção musical tem como finalidade inspirar as pessoas ao cuidado com a saúde mental. “É abordar esse tema tão cheio de tabu de um jeito seguro, honesto e sem julgamentos para de alguma forma ajudar quem vive debaixo da pressão de enfrentar problemas com a mente e a alma”, conta.
A cantora que está presente na cena musical gospel afirma que é sempre difícil falar sobre temas relacionados à mente, principalmente no meio religioso, na qual a questão é tratada como um tabu. Segundo ela, talvez isso aconteça porque é mais fácil colocar a culpa somente no “mundo espiritual” do que assumir a responsabilidade sobre o próprio corpo. “Eu acreditava em muitos desses tabus até me deparar com a minha situação”, revela. Apesar de estar diretamente ligada ao universo gospel, a cantora produziu músicas com muito significado e livre de julgamentos, levantando a bandeira da atenção com as questões da mente. Tamanha a competência e sensibilidade da cantora, o resultado não poderia ser diferente, o disco é resultado de um projeto encantador, autobiográfico, que mostra o caminho que a cantora percorreu além de inspirar quem ouve suas produções, fazendo com que a atenção para esse tipo de cuidado com a mente comece a se elevar. “Falar e cantar sobre esses temas têm total importância. É o mal do século e uma epidemia na minha geração. Temos falado sobre tantas coisas, defendido tantas bandeiras… então devíamos principalmente usar nossa voz para cultivar a saúde e a vida”, afirma.
Em entrevista exclusiva ao site Heloisa Tolipan, a cantora que ficou conhecida por apresentar o programa “Bom dia e cia” pelo SBT, lançou-se na carreira da música no ano de 2006 e depois disso nunca mais parou, sendo hoje uma das maiores cantoras do mundo gospel. Atriz, apresentadora, compositora e multi-instrumentista, Priscilla diz que todas as suas composições vêm a partir de experiências pessoais ou muito próximas a ela, além disso não esconde que também já passou por crises emocionais e que esse trabalho surgiu principalmente a partir dessas questões internas. A primeira música do disco começa com um áudio pessoal de Priscilla para uma amiga que fala sobre um momento delicado pelo qual passou. Essa faixa chama-se “188”, número do Centro de Valorização da Vida, mais conhecido como CVV, que é uma organização sem fins lucrativos que tem como meta levar apoio emocional de forma gratuita para as pessoas através de voluntários que se disponibilizam para conversas, sejam elas anônimas ou não, que são capazes de mudar a vida de alguém que está sozinho e não sabe por onde começar sua luta contra seus medos e angústias internas.
Toda essa produção chegou logo após o álbum “Gente”, que foi lançado no final do ano de 2018 com 12 faixas autorais que pregam o amor e dialogam com todo tipo de pessoa, sem rótulos ou barreiras. Diante disso, a cantora sentiu a necessidade de concluir essas questões levantadas e ao mesmo tempo iniciar um novo trabalho previsto para o ano de 2020, e assim compôs as 3 faixas de “O Final da História de Linda Bagunça”, que se torna um projeto de transição que conta com dois clipes de linguagem audiovisual diferentes e que representam muito bem o que a cantora busca passar para o público.
Ainda sobre o tema a cantora fala um pouco sobre as redes sociais que, segundo ela, podem ser uma bênção ou uma maldição. Depende se as redes são usadas de forma sábia, o que em sua opinião, não tem acontecido de forma constante. A cantora diz que existe muita competição, comparação, opinião destrutiva e, com isso, ela não acha que esse seja o ambiente mais seguro que possamos entrar atualmente, ainda mais com a sociedade da qual estamos fazendo parte. A artista conta que cuida de sua saúde mental por meio de terapia uma vez na semana. Ela explica que conversa muito com pessoas que confia e também com sua família, e não deixa de frisar que exercita sua fé de forma intensa e constante. “Meus pais são inspirações, me completam. Eles são meu exemplo mais próximo e vivo”. Sobre seu maior sonho, ela não economiza em dizer que o maior desejo é continuar ajudando pessoas a encontrarem a verdade. Tudo isso faz de Priscilla uma cantora ainda mais completa com seu repertório singular, e além de tudo, faz da jovem um ser humano de luz disposto a ajudar pessoas e contribuir com uma sociedade melhor.
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